Vladimir Kush

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São obras de um pintor russo sobre as quais me debruço. Ele que atinta o mundo desde mil novecentos e sessenta e cinco com afinco. O pincel equilibrado na ponta do nariz e depois entre os dedos a pintar de raiz. A arte brota da paleta que combina as tintas sem ser pateta. Ele que  graça às telas que abraça, e congraça quem por elas passa. Obra abismal que traça o irreal. Surrealista, enfatiza o inconsciente na atividade criativa que resulta nesta obra abrasiva. Figura o impossível em traços belos, singelos, sem atropelos. Truques e magias, borboletas e maresias. Graciosa coloração, formosa combinação, revela pedaços da imaginação fabricados no coração. Rima o improvável com agradável e acrescenta comicidade aos objetos sem beldade. As borboletas poisam em cada tela que constela, como pás de um moinho, em redor de uma flor, como uma página de um livro, como uma vela de um barco onde açambarco ilusões. Em cada sombra uma surpresa que nos apresa. Sei de mim em cada quadro, sei de mim em cada traço e engraço. Pintor que acastela os sonhos, que pinta e extasia o real e a fantasia.

Ariana Nobre

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publicado por - fcar - às 10:38 | comentar | favorito