Uma relação complicada: TIC e Sociedade

Com o crescimento das TIC vieram também os mitos agregados a ela. Um desses mitos era que com o aparecimento e vulgarização das TIC o papel iria então perder a utilidade e tornar-se-ia um suporte antiquado e banal. Contudo, com uma simples observação do mundo à nossa volta, conseguimos facilmente desmentir tais afirmações, pois o papel continua a ser utilizado “[…] não só como suporte definitivo, mas também como suporte temporário […]”, mesmo que as “[…] TIC têm evitado que o crescimento da utilização do papel seja tão grande quanto o que se antevia […]”. Isto dá-se sobretudo porque o papel é “[…] uma forma segura de armazenar informação”, enquanto as TIC são limitadas pela “[…] inexistência de sistemas operacionais capazes de lerem formatos antigos”.



                Enquanto ferramenta as TIC trazem consigo bastantes vantagens e desvantagens para a sociedade. São beneficiárias porque são “[…] essenciais para a economia mundial […]”, “São, também, utilizadas em todas as infraestruturas críticas atuais, sejam elas de energia, transportes, telecomunicações, água, saúde, segurança ou defesa” E ainda são “[…] utilizadas por todos nós para comunicação, para interação social e para lazer”. Contudo, as tecnologias são cada vez mais “[…] visíveis, conspícuas, desviantes e intrusivas”, levando a “[…] uma crescente dependência das tecnologias de informação e comunicação, com enormes implicações ao nível da sociedade em geral e de cada indivíduo em particular”. Num ponto de vista mundial, “a exposição de infraestruturas críticas e de incontáveis sistemas de informação à Internet tem sido e continuará a ser explorada para ataques terroristas, para espionagem industrial, para violações de direitos e para a ciberguerra entre países”. Já num ponto de vista particular e pessoal, “[…] muitos desenvolveram […] uma fobia a estar sem o seu smartphone, […] obsessão pelas redes sociais, o repetido e compulsivo impulso de acompanhar […] tudo e todos num mundo a transbordar de informação e de interações”. São, então, uma fonte de ânsia para muitos com medo de não estarem a par de tudo.



                Focando noutra faceta das TIC, podemos então falar sobre os serviços digitais de localização. Enquanto estas também têm um leque de vantagens, é fácil perceber como podem ser usadas de forma intrusiva e maligna. Por um lado, “[…] são serviços de grande utilidade, que podem, até, contribuir para o aumento da segurança e bem-estar […]”, contudo pode-se questionar sobre “o impacto que o controlo de localização de pessoas pode ter na confiança mútua em particular e na sociedade em geral”. Quando posta num contexto familiar, a utilização destes serviços ”[…] conduz a claros benefícios em caso de emergência”, contudo traz ao de cima a questão de confiança, sendo que este problema também surge num contexto de uma relação romântica, pois este acaba por ser usado como pois este acaba por ser usado como “[…] pretexto para um controlo constante, efetuado contra a vontade dos controlados e, consequentemente, minando as relações de confiança entre pessoas […]”. A privacidade, atualmente, é tão valiosa como ouro, sendo que estes serviços podem ser comparados a “[…] injetar-lhes um localizador GPS ou confinálos a uma determinada área através de pulseira eletrónica”.



 



                Daniel Jacinto [a68263]

publicado por - fcar - às 18:52 | comentar | favorito