Uma Nova Era

                Atualmente e à volta de uns anos para cá, as relações sociais estão fortemente afetadas pela era digital e as suas tecnologias. A maior parte das pessoas vive muito em função da vida virtual, focando-se mais no parecer do que no ser, e muitas vezes deixando de ter opinião e personalidade própria para se conseguir enquadrar e se sentir incluído nesta sociedade que cada vez está mais uniforme e repetitiva.



            Primeiramente foram os jovens, que contactaram com este mundo e que a partir dele são influenciados relativamente às escolhas, opiniões, valores, maneiras de pensar, agir, falar, vestir, votar e muitos outros. Isto acaba por obter uma importante relevância, uma vez que, são pessoas em constante crescimento e evolução, que absorvem estes valores pré-definidos e mais tarde espelham-se nos seus comportamentos, atitudes e diálogos. São estes também que estão cada vez mais inseguros de si e do que valem pois assumem os seguidores e os likes como uma verdade indiscutível, acabando mesmo por apagar posts que gostam e acreditam em função do alcance e da visibilidade. 



Posteriormente, foram os mais velhos que vivenciaram a era digital, aprendendo com os mais novos e tentando acompanhar este, que já era um mundo cada vez mais veloz e rico em informação, cultura e entretenimento. Contudo, foi na rede social facebook, que os mais antigos encontraram o seu momento de evasão, procurando exibir uma vida que nem sempre é real, como mostrar o filho e a família perfeitos, a viagem paga, muitas vezes a prestações ou até mesmo o carro luxuoso que a maior parte deles mal consegue sustentar. Às vezes estão tão centrados em idealizar o que vão publicar, que se esquecem de viver a vida real, de dizer pessoalmente à pessoa em questão que a ama ou que lhe é especial e de demonstrar os seus sentimentos a quem de facto é importante e não a uma plataforma com pessoas que ao fim a cabo de nada importam.



Em suma, tanto os jovens como os mais velhos são fortemente influenciados pelo mundo virtual, cada um à sua maneira. Enquanto que os jovens utilizam-no como forma de guiarem os seus gostos e pensamentos, de se sentirem introduzidos na sociedades juvenil e de estar a par do que ”está a dar”, os mais seniores visualizam-no como um meio de evasão da realidade, que nem sempre é a que idealizaram e usam-no com o fim de demonstrar aos outros o melhor que tem a sua vida, o que maioritariamente não corresponde à verdade.

                                                                                    Beatriz Guerreiro (a71856)


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publicado por - fcar - às 14:57 | comentar | favorito