TIC e Sociedade - Fernando Boavida

Para mim, o papel é intemporal. Surja o que surgir a nível tecnológico, este é insubstituível, uma vez que transporta consigo uma maior confiança de armazenamento de informação, a quem o possui. Apesar de ser muito mais prático transportar, por exemplo, uma pendrive com uma quantidade infinita de informação, o papel carrega consigo a certeza e garantia da informação. Qualquer assunto, qualquer tema, qualquer área se alia ao papel. No entanto, confesso que detenho consciência de que já não existe muita gente que pensa como eu. A sociedade deposita tudo nas tecnologias, num computador, ou telemóvel e, por isso, o professor declara que o papel já não detém a significativa importância que possuía outrora. Mesmo assim, por muito que as tecnologias vinguem e dominam, o papel acaba sempre por ser, em última instância, um suporte útil, na possibilidade da imprevisível tecnologia falhar.



Não é novidade para ninguém que as tecnologias ganharam proporções exorbitantes na sociedade vigente, algo que não era esperado inicialmente. Atualmente ninguém nega a importância e influência que a internet e, de um modo geral, os avanços tecnológicos têm na vida de cada um. Hoje em dia, quase que necessitamos da aprovação das redes sociais para seguir com a vida, ou quase nenhum trabalho laboral, seja do próprio emprego ou de qualquer instituição escolar, se realiza sem recorrer às tecnologias. Tudo o que a internet engloba é profícuo, num determinado momento da nossa vida, seja ele qual for. Contudo a verdade é que se apoderaram de tal forma da vida de cada indivíduo, ao ponto de o modificar, em função destas mesmas tecnologias. Nenhum indivíduo pode negar que viveria tranquilamente sem estes progressos, no entanto, há quem consiga usufruí-los de forma saudável e moderada, uns mais que outros. neste sentido, é possível afirmar que as tecnologias são paradoxais, na medida em que são essenciais e, simultaneamente, carregam em si outras intenções para além de informar e entreter.



O controlo é necessário, se não for em demasia. De entre tantas funções que as tecnologias embarcam, a localização é uma delas e, como tudo, possui as suas vantagens e desvantagens. É imprescindível que o ser humano, apto para utilizar todas as funcionalidades tecnológicas disponíveis, saiba distinguir e optar para quando deve utilizar este serviço. Não obstante, o que ocorre, é que o ser humano usa e abusa daquilo que lhe é prontamente disponibilizado. Por exemplo, a utilização do GPS é fundamental para quando viajamos para um local desconhecido, ou a localização do dispositivo móvel para quando o perdemos e queremos que seja encontrado. Porém, não é nada ético utilizar estas opções para aproveitamento pessoal, na medida, por exemplo, de controlar alguém.
É necessário saber diferenciar confiança de controlo e sinto que, cada vez mais, a sociedade distorce esses dois termos. Considero que a população, generalizando, faz uso fruto de ambas, dissimulando a verdadeira potencialidade do instrumento, com as suas reais intenções e isso, é urgente alterar para que, tal como diz o autor dos três textos, não nos percamos, no fim de contas, no meio desta panóplia de tecnologias e os seus avanços.

Beatriz Roldão, nº 68252

publicado por - fcar - às 16:35 | comentar | favorito