Reflexão dos textos de Fernando Boavida

Com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC), o papel começa a cair em desuso nas sociedades contemporâneas, na medida em que são disponibilizados outros suportes de armazenamento da informação. Muitas pessoas optam por guardar a informação desejada no smartphone que já faz parte da sua rotina ao invés de andarem sempre com o tal caderno ou as tais folhas que contêm a informação, visto que o caderno pode-se esquecer facilmente em casa, mas o smartphone não, pois é algo que já “tomou conta” da rotina das sociedades atuais. Por outro lado, o próprio desenvolvimento das TIC pode ser traiçoeiro, na medida em que pode reter a informação num dado arquivo que já nenhum sistema operacional consiga ler. Por este motivo, “Para muitos (…) o papel é ainda (…) uma forma segura de armazenar a informação”

As tecnologias da informação e comunicação constituem uma das mais fascinantes descobertas de todo o sempre, porém, quando mal geridas, também causam os seus estragos nas sociedades desenvolvidas. Devido às TIC, a rapidez de execução de tarefas é crescente, as pessoas podem comunicar à distância, bem como adquirir conhecimentos, tudo isto de forma facilitada. A influência que as TIC têm nas sociedade da informação é gigante e tende a aumentar. Nas sociedades atuais, pautadas pelas TIC, o difícil é passarmos sem elas visto serem «poderosas ferramentas, essenciais para a economia mundial» pois ao facultarem a interação social, divulgação e conhecimento, «potenciam um sem-fim de novos serviços (…) e são indispensáveis para uma elevada produtividade».

As TIC tornaram-se assim um símbolo de poder nas sociedade atuais e são agentes manipuladores ao serviço dos mais variados poderes. Estas criam uma «crescente dependência (…) com implicações ao nível da sociedade em geral e de cada individuo em particular».

Os indivíduos das sociedades atuais estão cada vez mais dependentes das tecnologias e têm constante necessidade de estar “ligados” às suas respetivas redes sociais para não perderem nenhum acontecimento (muitos vezes ‘cusquisses’ do mundo que os rodeia online).

Isto origina um défice de concentração quer em tarefas, no trabalho ou mesmo em ambientes de interação social ou familiar, que o individuo tende a preocupar-se mais com o que se passa no momento no seu smartphone do que com os assuntos discutidos num jantar de família.

Portanto, «talvez seja esse o maior desafio que enfrentam os atuais educadores: ensinar novas gerações a lidarem melhor com a tecnologia, por forma a que as TIC não se transformem definitivamente nas armas de distração maciça que são nos dias de hoje».

Os serviços digitais de localização surgem com o desenvolvimento das TIC e são cada vez mais procurados pelas sociedades pautadas por estas. Mas a questão que se coloca é: Serão realmente necessários para o aumento da segurança e bem-estar ou não passam de agentes controladores camuflados?

Os serviços de localização podem realmente conduzir a benefícios como no caso de alguns pais que instalam estes serviços nos smartphones das crianças permitindo acompanha-las a todos os minutos, ainda sem estarem perto. Porém, a utilização destes serviços pode não ser bem encarada por aqueles que são ‘controlados’ e classificarem-na como abuso de poder por parte de quem a utiliza. «(…) Na esmagadora maioria das vezes, a segurança é o pretexto para um controlo constante, efetuado contra a vontade dos controlados e, consequentemente, minando as relações de confiança entre as pessoas de uma mesma família (…)».

O uso dos serviços digitais de localização continua a ser tema complexo e criador de grande controvérsia, mas o número de utilizadores tende a aumentar.

As TIC vieram para ficar e fazer história. Compete-nos nós, enquanto sociedade desenvolvida, fazermos uso de mais uma ferramenta educacional, de comunicação, que pode auxiliar a ter pessoas mais informadas e com melhor qualidade de vida. Tudo depende de forma como gerenciarmos a informação.





Sara Viegas nº54732
publicado por - fcar - às 09:50 | comentar | favorito