Redes socias cada vez mais desinibidas

É verdade, os tempos mudaram. A sociedade que hoje acompanha as redes socias é composta por cidadãos diferentes e que têm necessidade de publicar a realidade, mas uma realidade cada vez mais desinibida.

Muitas vezes nem sei com qual lado concordo. Dou comigo a entender o ponto de vista de quem só observa do lado de lá da mesa de jantar, que liga o televisor e o coloca no telejornal.

Mas esse ponto de vista é o de quem fica preocupado apenas temporariamente. Assim que já jantou tudo, volta à sua vida normal, enquanto os “outros” procuram uma saída para escapar à morte e à guerra.

Afinal, em que lado me devo colocar?

Há cerca de uma semana, deparei-me com uma publicação online do Jornal Público, em que «Uma icónica imagem da Guerra do Vietname foi várias vezes removida pela rede social, porque mostrava uma criança nua» em fuga de um ataque com bombas de napalm.

A rede social em questão é o facebook. Segundo o jornalista João Pedro Pereira, todo o enredo começou pela ousadia de um escritor norueguês Tom Egeland, o autor das sete fotografias, as quais considerou «terem mudado o curso de conflitos armados».

Esta criança em destaque estava rodeada de mais crianças e soldados, aflitas pelo mesmo motivo. No entanto, o seu aspeto e condição despertaram diversos princípios e valores nas mentalidades de cada um. A criança não estava sozinha, mas estava nua.

Ainda de acordo com o jornal Público, o facebook «tem um historial de proibir imagens com pessoas nuas». Proibiu a sua publicação, removendo-a da plataforma. Egeland decidiu protestar e acabou suspenso da rede social.

O que fariam? Será que não agiu bem em expor ao mundo o terror desta criança, representado no sofrimento de tantas outras?

Filipa Murta, nº 54650
publicado por - fcar - às 12:29 | comentar | favorito