Racismo na Imprensa
O racismo é um dos maiores problemas da sociedade atual, estando longe de ser erradicado. Apesar de os media terem um papel fundamental neste aspeto, estes recorrem à negação do racismo para se apresentarem, de forma positiva, como “líderes morais da sociedade”, sendo esta uma das estratégias mais recorrentes.
A título de exemplo, em 2020 foi notícia o facto de a SIC Notícias ter um apresentador de telejornal proveniente de uma minoria, por este ter sido o primeiro jornalista pivot negro e com rastas da televisão portuguesa. O acontecimento tornou-se mediático por ser uma “novidade” para o jornalismo televisivo português, tendo proporcionado ao público uma visão inclusiva do canal.
Ao nível da imprensa, na Europa Ocidental são poucos os jornais que têm profissionais provenientes de minorias étnicas. Tanto os media como as elites bloqueiam o acesso e a promoção de cargos a imigrantes e estrangeiros, alegando a falta de qualificações e, por vezes, problemas culturais. Para além disso, os porta-vozes das minorias são muito menos citados, não tendo a oportunidade de serem os próprios a explicar o contexto étnico. Desta forma, a sua posição nunca será bem explícita em relatos noticiosos, uma vez que não podem ser os próprios indivíduos a falar.
Em suma, este é um problema estrutural da sociedade que a imprensa poderia combater. Contudo, apesar de tentar atenuar situações de racismo, é evidente que esta temática perdura no meio de comunicação, transmitindo ao público conteúdos tendenciosos que sustêm estereótipos.
Laura Pimenta - a71741