Os desesperadores 20 e poucos anos
Aaah, a vida adulta! Liberdade, independência, capacidade de decidir o próprio futuro, um mundo de possibilidades! Começamos a fazer a própria comida, morar sozinhos, pagar as contas com dinheiro contado, conciliar trabalho e todos os estudos, ir ao médico sem ter a mãe para explicar os sintomas ao doutor. Os dias parecem ter menos horas, os preços parecem mais caros e de repente não nos sentimos mais tão jovens. Somos uma geração de nervosos e perdidos, que sente que falta de um manual de instruções para a vida. Não é fácil ser adulto. Nos dias ruins dá vontade de pegar as trouxas e voltar para a casa dos pais com o rabinho entre as pernas. Mas então por que é que não desistimos? Há algo de recompensador em comer uma boa refeição que você mesmo fez, lavar roupas brancas com sucesso e economizar alguns euros na promoção do supermercado. Quantos anos tinham seus pais quando você nasceu? Eles pareciam saber de tudo, certo? Nós crescemos tanto nos vinte e poucos anos, e embora às vezes não façamos a menor ideia do que estamos fazendo, acho que o segredo é continuar fazendo. Estamos em um período em que saímos da zona de conforto, mas é dessa forma que evoluímos. Todos passam por isso, nem sempre ao mesmo tempo, mas é normal e devemos encarar as dificuldades de cabeça erguida. Afinal de contas, depois virão os 30, depois os 40, e quanto menos esperamos nós somos os pais da nova geração perdida. Seremos aqueles que deverão ter as respostas. Mas sabe de uma coisa? Ninguém tem as respostas, ninguém leu o manual da vida, estamos todos improvisando e tentando sobreviver. Fake it till you make it.
Letícia Melo, a5963
Letícia Melo, a5963