Com o passar dos anos o ser humano torna-se mais e mais sensível a certos assuntos. Durantes anos a sexualidade era considerado um tabu e por isso não era discutida em público nem com o mais íntimo dos companheiros. Guerras e figuras políticas que dominavam o país era algo também considerado um “não-tópico de conversa”. E hoje, agora mais que nunca, o que é aquilo que não se pode falar? Clubismo.
Vivemos numa época em que a maior ofensa não é criticar quem nos trouxe ao mundo através de insultos e injurias, mas sim ofender o nosso clube. O bom português fica mais ofendido quando o seu clube é chamado de corrupto e de ladrões. Há uma certa chama que se acende e uma discussão com alguma possibilidade de pancadaria , invocada por um estado de embria guez um tanto excessiva, mas que pela honra do nosso clube não tem problema.
Durante anos foi considerado que o futebol era a razão pelo qual havia violência doméstica, e isto inclusive foi do mais parodiado por inúmeros comediantes, mas também é o que caracteriza certos empregos como taxistas, taberneiros e calceteiros. Ou seja, todos os que possuíam uma profissão cuja pausa de trabalho é quando o mesmo deseja e onde quiser. Uma profissão infelizmente caracterizada pelo uso excessivo de piropos e expressões que mostram masculinidade, ou pelo menos tenta esconder sentimentos ocultos.
Pessoalmente já ofendi mais amigos meus por dizer “Foste beneficiado neste lance, ele claramente estava fora de jogo” do que “Tu não prestas”. Se pensarmos bem parece estranho, m as façam o teste. Os resultados não enganam.
Viva ao futebol, para não ofender quem seja de um clube diferente do meu nem de uma seleção nacional diferente da minha.
Alexandre Santos - 52691
Tenho imensa pena de dizer isto, mas estás certo. A maioria das pessoas, especialmente em países como o nosso, onde o futebol é vivido com uma grande intensidde são muito faclmente ofendidas nesse tópico.
Não posso fingir compreender porquê, nunca fui grande apreciadora do jogo e acho que hoje em dia já tem demasiada política envolvida do que outra coisa qualquer... E na minha opinião, é isso que as pessoas não conseguem entender.
Cada um tem direito a gostar do clube que quiser, e não devia ser um problema dizerem isso ao vizinho do lado sem correrem o risco de ficarem sem mais um amigo... Mas isto sou só eu.
Carolina Lagarto nº 51910 a 10 de Maio de 2016 às 17:25
No que se refere à sociedade, o clubismo tornou-se uma ofensa e uma competitividade tão grande que tenho que te dar totalmente razão. Este tema só evidencia a falta de respeito e a falta de aceitação das opções do próximo, que prevalecem na sociedade contemporânea. A sociedade, principalmente o sexo masculino, vive o futebol como a se fosse a melhor sensação do mundo, o que, consequentemente provoca tudo isto! Tudo tem que ser ponderado e medido, ou seja, nada deve ser exagerado, e o futebol contradiz esse facto.
Beatriz Teixeira 52791 a 23 de Maio de 2016 às 21:29
De futebol não percebo muito, mas percebo que, cada vez mais, as pessoas estão mais cegas em relação a dados assuntos e apenas se preocupam com banalidades. Como é o caso, o que quero dizer é que, em vez de se preocuparem com os conflitos que há no mundo, dedicam-se a problemas fúteis, onde o futebol é um deles. Assim, em vez da sociedade se queixar da crise e dos problemas que estão instalados, deveriam sim, preocupar-se em se levantar do sofá e fazer algo pela vida deles, porque mais ninguém pode fazer por eles.
Catarina Palma a 23 de Maio de 2016 às 22:53
Infelizmente, são esse tipo de situações que acabam por estragar o bonito espectáculo que é o futebol. Mas isso não acontece só no futebol, aliás o futebol é talvez o mal menor desse tipo de situações. Tens situações idênticas e em maior escala na política e na religião.
Miguel Lourenço - 51902
Miguel Lourenço - 51902 a 24 de Maio de 2016 às 20:01
tenho para mim que estamos numa época em que tudo é de fácil ofensa, para quase toda a gente. Um exemplo muito simples, é o das caixas de comentários nos locais on-line de notícias e outras divulgações. As pessoas ofendem tudo e todos, por basicamente qualquer coisa. Pergunto-me se será normal...
Acho que se as pessoas se preocupassem menos com tudo o que está, diretamente, conexo com o futebol e esse tipo de assuntos, o nosso país certamente seria mais desenvolvido, em termos de mentalidades. Sim o futebol é importante para o nosso país mas há que ter atenção à importância que lhe damos.
Anónimo a 26 de Maio de 2016 às 23:17
A forma como o clubismo é abordado atualmente em Portugal acaba por não ser nada por aí além comparado com os longos anos de glória no campeonato inglês antes da proibição de claques. Lembro-me que houve equipas que chegaram a ser proibidas de participarem nas competições europeias por causa dos seus adeptos. Viviam o futebol com uma agressividade do outro mundo, e os confrontos entre claques acabavam sempre no hospital. Qualquer das formas acho um exagero um clubismo entre adeptos portugueses. O futebol deve ser vivido por cada um individualmente e como comunidade. Uma equipa que ganhe, os seus adeptos devem festejar por eles e não para picar o outro. Porque aí é que está o mal, antes de se saber perder, é preciso saber-se ganhar.
Pedro Faísca, a51801 a 26 de Maio de 2016 às 23:50
Tema bastante oportuno, por parte do colega Alexandre. Ora aqui vai a minha reflexão sobre o assunto. Desde já, afirmo que partilho da assertividade do colega Pedro Faísca, ainda que segmentada. Pois não nos podemos esquecer do que aconteceu no Jamor, no ano de 1996, aquando decorria o final da Taça de Portugal entre os maiores rivais de Lisboa. Um simpatizante do Sporting Clube de Portugal morreu, e isso é a mais extrema ocorrência, tanto numa situação normal quanto num ambiente hostil. Ainda assim, sendo este episódio o mais radical da história do Futebol Português, existindo sempre a popular desavença e picardia, temos passado ao lado daquilo a que denominam Guerra de Claques, do conhecido termo Hooligang, e de impetuosas ações desregradas por parte das massas associativas dos respetivos clubes portugueses. O futebol é o desporto Rei do nosso país e foi implementado pela plebe. Graças às qualidades da nossa ‘gente’, e dos belos genes que temos para esta prática, somos conhecidos por esse mundo fora e cobiçados pelas grandes instituições desta modalidade. É algo que está no nosso ADN e isso resulta em que a marca portuguesa seja reconhecida. Se o futebol pode ser razão para o atraso do país nos vários sectores orgânicos? Por favor, não misturemos ‘alhos’ com ‘bugalhos’. Já vi injustiças, tais como a utilização de grandes verbas na construção de infra-estruturas para o futebol (tal como o sucedido no Euro’2004), mas nunca vi um administrador, presidente ou até jogador (lol) a decidir o que quer que seja em ação política para que o país cresça ou retroceda. Meus caros, o Futebol tem contribuído para a cura ou aliviamento temporário, de muitas feridas causadas pelas ‘brincadeiras’ das Assembleias da República, do povo. É um caso de esperança Nacional. Clubismos dentro ou à parte, o sentimento que o Futebol faz crescer nas pessoas, reverte para que estas andem mais felizes. Estando estas mais equilibradas emocionalmente, penso que farão o seu trabalho melhor, ainda que seja relativo. E isso sim, faz com que a economia avance. O futebol e as pessoas são uma conjuntura em Portugal. Não existiu, nos últimos 500 anos, altura dos Descobrimentos, nada que proporcionasse maior felicidade neste humilde povos que somos, que o Futebol.
Tiago Neves, a45603
Tiago Neves a 27 de Maio de 2016 às 12:49