Nem tudo é preguiça

 O chumbar do orçamento levou à necessidade de eleições antecipadas, às campanhas extensas, aos queixumes das gerações mais velhas e a insistência dos mais novos. No entanto, nota-se também uma certa ignorância “propositada” por parte dos jovens, na qual, desviam o olhar à importância do voto e na possibilidade de mudança para o futuro político do país.



É importante referir que propositado encontra-se entre aspas, porque muitas vezes esta ignorância é ensinada e forçada pelos mais velhos. “Espera até seres adulto, ainda és muito jovem”, mas, ao mesmo tempo, são criticados por se mostrarem indiferentes com as situações e acontecimentos económicos, políticos e/ou sociais dentro do seu país. Pedem-nos para esperarmos até mais tarde, mas exigem que consigamos exercer o nosso direito com consciência.



Diremos que a culpa se divide em dois lados: aqueles que não exercem ou quando exercem não o fazem com consciência; e aqueles que culpam e desculpam ao mesmo tempo aqueles que ignoram. No entanto, nada é assim tão simples, cada vez mais os jovens se desligam da política porque esta não os representa, gerações mais avançadas e que todos os dias combatem com novas lutas, veem-se isolados no que toca às eleições.



O voto deixa de ser importante para estas gerações, já que, essas mesmas não parecem ser importantes para a política. Há uma quebra na comunicação, ironicamente, sendo as pessoas atualmente comunicam de forma instantânea e remotamente, mas no que toca ao exercício do voto, o desinteresse parece falar mais alto do que as campanhas e os factos e mudanças direcionadas a estes jovens desaparecem num mar de desinformação e ataques que identificam o começo das campanhas.



Concluindo, o direito ao voto universal aconteceu devido a muitos sacrifícios de várias formas, contudo é aquele que é mais ignorado e desvalorizado. Muitas são as razões por detrás da abstenção, mas as únicas referidas nos meios de comunicação é preguiça e a comodidade, quando na realidade parte de um esforço coletivo. A ideia de que a política é só para os mais velhos e esses mesmos afirmarem que os mais jovens não se devem de preocupar com esse mundo, leva à ideia geral que o voto não faz diferença, já que muitas pessoas se focam na percentagem de jovens que se abstêm e esquecem as diversas idades pertencentes também a esse núcleo. 



 Cátia Coutinho a72850

publicado por - fcar - às 22:07 | comentar | favorito