Informação e poderes
«Não há informação sem manipulação» (BarataFeyo, 1996:114) – a afirmação, La paliciana é claro, torna plena a necessidade de discorrer fluentemente sobre o paradigma informativo global, à semelhança do enunciado, também ele vago – errante, com a inconstância que permite flutuações entre píncaros de exuberância e o seu contrário. O leque informativo, abanado aquando de um anseio de informação fresca e virtuosa, produz invariavelmente um bafo quente, gutural e que desfralda os intentos de quem gasta a sua dízima diária no Quiosque do bairro. Quiosque, qual Informação, erguido sobre bases tão bambas quanto o papel que vende, aparentemente efémero e nómada, ameaça partir, ou voar, a qualquer momento para outro lado ou para lado algum - tão débil, quanto a sua edificação, está lá a cada ameaço crepuscular ou intempérico, imóvel, servindo o pertenço direito à informação. Como o correio, correio aberto. Como uma esplanada informativa, de explanação fácil e invariavelmente tocante. É assim a informação. Quase na proporção direta, há um quiosque físico, há um quiosque online – de dimensão incomparavelmente superior, e como rebento de uma evolução tecnologia constante, motor económico, encontra ainda a melhor opção para valorar a produção informativa por ele, ou ela, a Internet, difundida. O panorama virtual hipócrita, onde se consome informação não-paga, parece excluir o naif do jornalista que a dactilografa vertiginosamente antes de a escrutinar, antes de a validar. Porque não aventar a possibilidade de, a caminho da Fanc, “sacarmos”, à revelia, dois ou três publicações (ou posts, perdoem o arcaísmo) à Tabacaria Central? É reconhecer o veículo e não o produtor, ou artesão da língua- endereçar os louros, em numerosos bits, a um, de uma meia dúzia, de fornecedores de rede. No relatório e contas, quer os que submetem na “Cloud”, quer os que se encontram sob a égide da mais atmosféricas nuvens, encontram-se alegremente falido-dependentes quer dos “big-ones” económicos, donos da flutuação monetária fazendo-a condizer com a maré de notoriedade, quer do paupérrimo mercado publicitário. Ter acesso a informação plural, não assenta na crença do pragmatismo informativo de particular título – ser plural é velozmente aceder a tudo, ler tudo. O comodismo mundano não deixa.
Miguel Balança 54638 João Chambino 55202
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