Era da informação… ou melhor da distração!

Estamos na chamada Era da Informação, mas poderíamos muito bem denominar a Era da Distração. No meu quotidiano deparo-me muitas vezes a investigar sobre um tema, porém, sinto que passo mais tempo a selecionar a informação, as fontes e a fazer uma primeira leitura apreciativa, do que realmente a assimilar o conteúdo. Isto só nos vem a mostrar que cada vez mais vivemos bombardeados pelo excesso de informação (Information Overload). “Informação sobre tudo, sobre nada, relevante e irrelevante, interessante e desinteressante, útil e inútil.” Ou seja, acabamos por ser vítimas do “complexo contexto de fluxos de informações” da contemporaneidade. A nossa concentração com a constante aquisição de informações e de entretenimento fica prejudicada, uma vez que este fluxo causa um estímulo que, por sua vez, provoca a excitação e a liberação de dopamina no nosso organismo. Segundo o escritor norte-americano Nicholas Carr no seu livro The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains, a Internet está a privar-nos da capacidade de aprofundar o nosso raciocínio. O mesmo afirma ainda que a ausência de foco obstrui a nossa memória de longo prazo e torna-nos mais distraídos. "Nós não nos envolvemos com as funções de interpretação de nossos cérebros". Na contemporaneidade, existem pesquisas que contrariam a opinião pública quando estas dizem que fazer várias coisas ao mesmo tempo aumenta a produtividade. Ou seja, segundo estudos, as multitarefas dificultam a concentração e a seleção necessária para ignorar informações irrelevantes. Contudo, na nossa atualidade, as crianças já nascem a saber mexer num computador, num tablet, no entanto, ao crescerem provavelmente terão menos senso crítico e independência que as gerações antecedentes. Para o problema do excesso de informação existe um provérbio que se aplica muito bem “mais vale a qualidade que a quantidade”. Existem algumas soluções que considero bastante importantes na resolução do problema “Information Overload”. Antes de mais é extremamente necessário avaliar se tudo o que estamos a consumir é realmente importante para nosso desenvolvimento e trabalho. Para tal, devemos questionarmo-nos: “O que é realmente importante para comunicar?”, “Quais informações preciso de consumir?”. Em suma, as novas tecnologias de informação e de comunicação (TIC) facilitam as trocas de dados e a aquisição de informações de forma imediata, contudo, é essencial protegermo-nos da confusão e do excesso.

Carla Gonçalves
publicado por - fcar - às 13:32 | comentar | favorito