Educação Sexual LGBTI+
Hodiernamente, vivemos numa sociedade que mais aceita membros do grupo LGBTI+, ou então estamos no processo para tal, mas, a verdade é que ainda há muito que fazer para realmente incluir esta comunidade na sociedade de forma segura e empática.
Uma solução é incluir a educação sexual para membros da comunidade LGBTI+. Em 2018, a associação ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo) refletiu experiências de mais de 600 estudantes portugueses e pediu um ambiente escolar «mais inclusivo e atento às especificidades de jovens LGBTI+», com intuito de melhorar o desempenho académico e reduzir o absentismo. (Flor, 2018)
Há evidências abundantes de que a educação sexual abrangente é eficaz na redução de comportamentos sexuais de alto risco, na escolha de práticas sexuais mais seguras e na prevenção da gravidez e de DST’s. Contudo, os jovens LGBTI+ experimentam resultados de saúde sexual mais negativos das pessoas heterossexuais e é evidente que a educação sexual necessita urgentemente de os incluir para garantir a sua segurança.
Uma educação sexual inclusiva conseguiria reduzir a exclusão social e o preconceito contra os jovens LGBTI+. Os programas atuais não promovem a orientação sexual e a identidade de género de maneira confiável e, por vezes, falam das mesmas com conotação imprecisa e negativa. (Slater, 2013) Normalmente, estes programas presumem que os alunos são, na sua capacidade total, heterossexuais e cisgéneros. Estas presunções e suposições tornam alunos não heterossexuais e/ou cisgéneros alvos de bullying e discriminação.
Na minha experiência, como membro da comunidade LGBTI+, apercebi-me, ao crescer, que gostaria e teria beneficiado de uma educação sexual inclusiva na escola. O meu conhecimento atual da segurança sexual foi adquirido por pesquisa pessoal e não me foi disponibilizado quando tiveram a oportunidade de o fazer. Penso que poderia ter aceitado esta minha identidade muito mais cedo e ter-me-ia salvado de dificuldades de aceitação por terceiros. Sou também da opinião que a educação sexual, apesar de inclusiva, deveria prevalecer até ao 12º ano, até porque é no ensino secundário que maior parte dos alunos começa a desenvolver interesse por este tópico.
Referências:
Flor, A. (2018). Um terço dos alunos LGBTI sente-se inseguro nas escolas por causa da orientação sexual. Público.
Slater, H. (21 de Junho de 2013). LGBT-Inclusive Sex Education Means Healthier Youth and Safer Schools. Obtido em 27 de Dezembro de 2020, de Center for American Progress: https://www.americanprogress.org/issues/lgbtq-rights/news/2013/06/21/67411/lgbt-inclusive-sex-education-means-healthier-youth-and-safer-schools/
a65598 – Denise Almeida