O que eu acho que acontece é que as pessoas ditas "reais" discriminam tanto as que são magras por natureza, como se dizem discriminadas por estas. Acho que já quase toda a gente aceitou que as mulheres não são todas iguais nem deixam de ser mais ou menos bonitas por terem curvas - a beleza é, na maioria das vezes, relativa - mas, no entanto, ao estarem a usar o adjetivo "reais" para descreverem as mulheres com curvas, esquecem-se que as magras também elas são reais e também elas sofrem de discriminação por serem demasiado magras. A própria Sara Sampaio já falou sobre as críticas de que é alvo por ser demasiado magra.
Acho que este é um assunto que terá sempre algo para dizer porque as opiniões vão sempre divergir. O "corpo perfeito" vai ser sempre relativo para cada uma de nós, mulheres - ainda que, por muitas vezes, o ideal seja parecido -, e ainda bem, já que não teria piada nenhuma se fossemos todas iguais :)
Inês Santos a 23 de Novembro de 2014 às 18:44
Na minha opinião não existe o corpo perfeito, ou a mulher perfeita. Somos todas diferentes, todas seres humanos e todas seres imperfeitos, cujas virtudes e imperfeições nos marcam a todas. Toda a mulher é bela à sua maneira, seja ela magra ou mais cheinha. O que entristece são os estereótipos que a nossa sociedade impõe e que faz com que muitas mulheres não se sintam belas só porque acham que têm uns quilinhos a mais ou a menos. Devíamos por de parte esta imagem estereotipada e começar a perceber que a mulher é muito mais do que o seu corpo. A mulher é um ser belo não só pelas suas formas, mas pela sua essência. É um ser complexo e orgulhoso da sua existência.
Tenho orgulho em ser mulher.
Raquel Cardoso a 24 de Novembro de 2014 às 10:38
Cada mulher é perfeita à sua maneira, desde que goste de si própria. Na minha opinião, cada mulher deve tratar de si, optar por uma alimentação saudável, praticar exercício, cuidar da imagem, maquilhar-se, calçar uns saltos altos de vez em quando. Não digo que todas o devem fazer, nem que isto seja uma lei a cumprir, mas são factores que ajudam a mulher a gostar mais de si própria. E se não gostarmos de nós, quem gostará?
Para mim, uma mulher atraente e sedutora deve ser independente e segura de si mesma. Não há características que embelezem e iluminem mais uma mulher. Morenas, ruivas ou loiras, com mais ou menos peso, o importante é serem felizes e se aceitarem como são.
Quanto à pressão exigida pela sociedade, quanto ao peso, acho que cada vez mais a mulher o faz por si mesma (emagrecer, maquilhar-se, arranjar-se, etc) e não por pressão de outrem.
E, já que referiste a modelo nacional, Sara Sampaio, deverás também ter em conta os testemunhos que a mesma fez publicamente quanto aos complexos que sentia por criticarem a sua magreza.
As magras criticam as gordas, as gordas as magras, é um ciclo sem fim. Vivemos numa sociedade de inveja, logo temos de saber olhar-nos ao espelho e saber interpretar pelos nossos próprios olhos o que vemos. Se não gostarmos à que mudar, POR NÓS MESMAS!! :)
Soraia Gonçalves a 24 de Novembro de 2014 às 12:08
Irónico, porque até a Dove ao demonstrar a sua indignação com a fotografia de uma campanha que, aparentemente, simboliza a «verdadeira beleza», também está a criar um estereótipo.
Com isto não quero dizer que concorde com a ditadura da imagem que se tem vindo a estabelecer ao longo dos anos. Pelo contrário. A questão que coloco é que, por vezes, contra estereótipos se criam estereótipos. «Ver a beleza no real», dizes. E o que é a beleza? O que é o real?
É uma questão muito pertinente aquela que levantas. De facto, a imagem tem exercido um controlo impressionante sobre o homem. Já o filósofo Guy Debord , no seu texto «A sociedade do espectáculo », criticava a sociedade de consumo, a cultura da imagem e a lógica do mercado capitalista que, como afirmava o próprio, governa todos os aspectos da vida da sociedade contemporânea. Efectivamente , o capitalismo corrompe o ser humano de tal forma que as nossas relações passam a ser condicionadas pela superficialidade das imagens.
Quando dizes «vamos crer que um dia as mentalidades mudem», eu diria «vamos começar a pensar por nós mesmos».
Gostei muito do tema do teu texto. Parabéns!
Catarina Gil a 24 de Novembro de 2014 às 12:28
Mulheres, mulheres... o que elas sofrem!
Ainda estamos muito acorrentadas ao mesmos grilhões que nos mantinham presas no século passado. Antes dependíamos do homem para sobreviver e pesar de hoje em dia as coisas terem mudado um pouco, continuamos sendo escravas da sociedade no que diz respeito a um padrão de beleza quase inalcançável, o que nos continua sobmetendo ao dito patriarcado...
O padrão vigente realça a magreza, pele clara sem manchas e cabelos lisos.
Não vou sequer falar de flacidez ou pêlos. Quando se é mãe, o corpo muda, estamos preparadas para isso, não quer isso dizer já por si só o quão maravilhosas somos?
Penso que hoje em dia a própria mulher é quem acaba por se deixar dominar por estes padrões.
Eu vejo a beleza na variedade, e isto incluí sardas,ser-se mais gordinha ou com curvas, adelgaçada, de cabelos longos, curtos, frisados, lisos, encaracolado, ás cores ou mesmo carecas
É assustador como as mulheres se sacrificam por responder a algo só para ser mais aceite pela sociedade e assobiada ou "flertada" na rua.
Só temos que ser nós próprias. Autênticas e lindas à nossa maneira!
Embora que a mulher dos dias de hoje possa ser mais livre para trabalhar fora, ela acaba por gastar uma grande parte do que ganha (que ainda é significativamente inferior ao que homens ganham) em produtos de beleza. Há muitos trabalhos que não dão espaço para as mulheres. A verdade é que nós mulheres do século XXI podemos ser livres para seguir uma carreira científica ou política, mas em termos de credibilidade nesses campos ainda é pesada de acordo com sua aparência... Isto diz muito da sociedade em que vivemos! Qual igualdade qual quê!
Existe uma abissal diversidade de empregos que apenas contratam mulheres que cumpram um certo “requerimento estético”. Até mesmo estudar não é fácil, uma vez que quando somos mais pequenas, não somos muito levadas a sério por nos acharem um tanto fúteis, dai a expressão por parte do lado masculino aos seus amigos e irmãos, sempre que demonstram fraqueza : "pareces uma menina" Sinceramente, eu penso que na prática, a libertação feminina ainda está longe de acontecer: podemos votar, mas os nossos direitos não são contemplados; podemos estudar, mas não temos tantas oportunidades; podemos ser directoras ou donas de empresas, mas temos maioritariamente o nosso seu trabalho desvalorizado.
Dói, mas é assim a visão da nossa sociedade, cega e elitista.
Sónia Aço a 24 de Novembro de 2014 às 17:22
Ditadura da moda, do corpo feminino magro é uma coisa que me irrita profundamente. É como se todas
as mulheres só fossem felizes se tivessem aquele corpo "perfeito", o que não é verdade. E dessa forma, estimulam apenas as mulheres à recorrerem à situações extremas, causando risco à saúde.
Estava por fora dessa campanha, mas vou procurar saber mais.
Catarina Barbosa a 25 de Novembro de 2014 às 11:28
Neste sentido, ontem vi o videoclip da Colbie Caillat onde é constante esta ideia que as mulheres tem um ideal de beleza e é preciso contorna-lo para que a sociedade veja as mulheres como realmente são.
Em Portugal a polémica sobre o corpo já atingiu muitas figuras publicas é verdade, e muito se tem escrito a este respeito, mas continua a achar que cada mulher deve ter o corpo com que se sente bem, e é por esta convicção que devemos lutar: sermos nós próprias e não estarmos sujeitas a rótulos e estereótipos.
Abigail Machado a49886
Infelizmente a ditadura da imagem feminina continua a levar muitas mulher às salas de operações, seja para reduzir ou aumentar o peito, puxar aqui e ali ou fazer uma lipoaspiração. Este tipo de cirurgias pode causar à mulher danos físicos e em casos extremos a morte.
Felizmente os padrões estão a mudar, nas passereles as raparigas demasiado magras já não são aceites, aliás, nem nunca deviam ter sido, uma mulher demasiado magra não é esteticamente bonito (pelo menos na minha opinião).
Acredito que as mentalidades irão mudar, mas como tudo vai levar o seu tempo..
Beatriz DCastro a 1 de Dezembro de 2014 às 21:45
Como o próprio nome diz, «Estereótipo», é um tipo sólido de uma atitude ou comportamento que um individuo ou um conjunto de indivíduos atribui a uma ideia ou entidade. O estereótipo de beleza tem que ser alterado! A ideia da mulher ter que ter determinadas alturas e/ou centímetros levando-a muitas vezes à depressão, bulimia ou anorexia é TENEBROSO! Empresas de moda avaliam demasiado o aspecto das jovens modelos! Qual é o problema da atriz Jessica Athaide ter um ligeiríssimo avanço de barriga? Mentalidades como dizes muito bem, têm que ser mudadas. O despertador já tocou.
João Carmo a 6 de Dezembro de 2014 às 18:55
Isto de facto remete para uma consciêncialização da que pode realmente ser considerado "Beleza". Claro que a Beleza é subjetivo. Cada um tem os seus próprios critérios de Beleza e do que para eles/elas será um "corpo perfeito", porém existe um limite nesses critério, pelo menos para mim. Eu realmente questiono-me no que as modelos discriminadas como magras pensam de si mesma. Não acredito que elas se auto caracterizem como sendo o "modelo a seguir" , uma vez que os critérios como peso, altura são-lhes impostas pelas agências. O que acho que as agências, que promovem ou institunalizam a mulher como "obejto" de beleza, de sensualidade, não têm de facto, uma noção do que é a beleza "real", umas vez que todos esses "objetos" de sensualidade são demasiado magras correspondente à sua estrutura e que enventulmente possam sofrer de alguns desturbios, que acredito que passem , e lendo as criticas lançadas pelas campanhas reflete isso mesmo. O mundo preocupa-se sempre com a palavra dita.
Voltando ao limites de que falava à pouco e na beleza do seu todo, há tempos vi num programa de TV um desfile feminino mas para mulheres avantajadas, gordas. Numa de tentarem acabar com o esteriópito de modelos magras e de, certa forma, mostrarem outra prespetiva do que é "beleza". Só que, foram tomadas por ridiculas. Como eu disse, há que haver um limite, um balanço no que toca a determinados critérios, Ok, eu acho que sim, a mulher deve-se sentir confiante, bonita, sensual à sua maneira, porque o é, mas não são só os aspectos fisicos que a caracterizam como tal.
Anónimo a 11 de Dezembro de 2014 às 17:57