Desabafo de um universitário: estou louco e estou no lodo

Amigos, estou no lodo. No fim dele, mas esse é o pior lodo. Duas vezes por cada maravilhoso ano das nossas prezadas e nada esforçadas vidas académicas, temos a grande honra e prazer de passar pelo mítico lodo que se canta em lendas, saltando de cabeça e mergulhando em chapa brava. No fim de tudo lá saímos todos contentes: podemos estar sujos e imundos, com a sanidade alterada e com lágrimas ainda por secar, mas ao menos acabou! Toda aquela angústia e agonia que enublavam os nossos dias a espairecer, entrando de novo nos nossos quartos os vivos raios do sol da alegria e liberdade, iluminando a nossa nova e bela realidade de férias (e o pó que não tivemos tempo para limpar), ignorando a crueldade da sua eferimidade. O problema, meus caros, é que ainda não cheguei lá. Estou perto, sim, mas ao mesmo tempo tão longe que até dói.



Muitos poderão dizer que não é assim tão mau, que há piores males na vida. Pois bem, mentira não é. Mas não é por levar com um martelo na testa ser pior que eu vou querer levar um murro. Dói na mesma, e dói bastante. A pressão sobre mim não cessa de crescer. Aperta e aperta e aperta até não poder mais respirar. As lágrimas secaram todas, estou vazio por dentro. Já só posso abanar os braços, com a pouca força que me resta, na frágil esperança de em breve chegar à superfície, virar as costas a este lodo de testes e trabalhos e seguir em frente para o próximo lodeiro, saboreando todo o caminho a percorrer até chegar ao meu triste, mas inevitável destino. Já sobrevivi, e de certo que o tornarei a fazer, mas as mazelas são para ficar. Delas já não me livro, parte de mim elas são. Valerá a reta final, a desejada chegada ao meu Elísio, a pena que sofro de presente? Tal não sei, nem quero por enquanto saber. Neste momento, apenas a superfície me importa. E hei de lá chegar, para bem longe deste lodo.



Oh, são 4 da manhã. É melhor me ir deitar, hahahahahahaha…



 



Marco Amaral (a68262)

publicado por - fcar - às 18:04 | comentar | favorito