Dear facebook

“ Dear Facebook … ” Cada vez mais somos considerados seres dependentes da informação e da vida online . A socie dade não consegue desligar do mundo virtual. Estamos em « ON permanente » para com o mundo. A partilha é constante, levando mesmo as pessoas a relatar o seu dia e até a sua própria vida na Rede. Temos acesso a tudo. Podemos descobrir tudo. Estamos perante uma geração de « Internetaholics » . Mas… e o que pensar das pessoas que fazem da Internet e das redes sociais um autentico diário?

Internet addiction

O fenómeno do «diário online » é recente mas bastante perigoso, isto porque, podemos pôr a nossa segurança (física e psicológica) em causa. Os perigos são muitos mas a falta de consciência das sociedades perante o caso é ainda bastante reduzida. Na verdade, de nada valem os a visos e as recomendações para uma utilização consciente da Internet e das redes sociais. Sabemos que , na realidade, isto não é importante para que m sofre de « Internet addiction » . Nestes casos, o que conta é a capacidade de superar o próximo em termos de « posts » e « gostos » . Ser melhor naquilo que se publica. Há que ser mais extravagante, há que parecer mais rico ou mais feliz do que o nosso « amigo » Paulo ou do que a nossa «a miga » Sand r a . Ora, este flagelo, contribui cada vez mais para a degradação das sociedades e para a deterioração dos padrões de moralidade de cada um. Tudo isto se traduz na agressividade que paira nas redes sociais, na falta de tolerância para com o próximo, com a ausência de bom senso e, em alguns casos, de inteligência. Todos nós somos, de alguma forma afetados por isto. Existem inclusive casos em que é praticamente obrigatório pertencer a uma rede social, de forma a evitar a exclusão num determinado grupo. Uma autêntica anedota. Falando das pessoas que passam o seu tempo a «conviver» (ou pensam que estão a conviver) de forma online e a partilhar tudo o que fazem, podemos até considerar engraçado. Passam a vida a sorrir para um aparelho… uma graça. Todos conhecemos alguém assim. São pessoas vulneráveis e facilmente atingíveis. Mas nada podemos fazer. A decisão e a consciência dos atos é exclusivamente de cada um. Depois não nos podemos queixar. O importante aqui é perceber o porquê deste fenómeno. Será por moda? Por aceitação social? Porque não existe mais nada para fazer? Porque só temos amigos virtuais? Ou porque o mundo real e físico já não satisfaz os Internetaholics ? Fica a questão. Poderia falar de redes de pedofilia, tráfico de seres humanos, assaltos mas não. A vontade de dizer que estamos no Brasil é maior. A vontade de mostrar o nosso irmão recém-nascido é maior. A vontade de dizer que estamos na Faculdade de D ireito a almoçar com os colegas é maior. Tudo se trata de aparências. Futilidades. O mostrar, o parecer e o aparecer são fatores determinantes para as massas. Até os telejornais falam disto. Raparigas que passam o dia a tirar fotos para encontrar uma que seja «perfeita» para publicarem. A foto que pode trazer mais gostos. Contudo, essas fotos, que são manipuladas levam a uma maior rigidez dos padrões de beleza. O problema disto? Raparigas de vivem na sombra da sociedade. Com medo. Rap arigas que se tornam inseguras, sem autoestima. Por ambicionarem ser algo que não existe. É tudo uma ilusão que vai destruindo as pessoas psicologicamente. O facebook não é um diário. Não me interessa saber o que os outros estão a fazer. Não me interessa saber se hoje a Carla soube que o namorado a traiu. Não faz sentido. O mundo real é bem melhor. É a proximidade, é o calor, é o sol, são abraços reais. São pessoas reais. É a partilha real. Há vida para além das redes sociais. Por Joana Rodrigues: 51712

publicado por - fcar - às 10:44 | comentar | favorito