Comunicação e poderes
Blog Ovelha Negra
Ao presumir que a característica principal do trabalho do jornalista é a neutralidade com que transmite a informação, estamos a ser alvo da própria manipulação indireta deste. Anteriormente a qualquer tipo de tratamento de informação por parte do jornalista, esta já se encontra condicionada por vários fatores, que vão desde questões religiosas relacionadas com a cultura em questão, interesses políticos e empresariais, preferências da entidade responsável pelo jornalista e até preferências do próprio.
Faz parte do conhecimento geral, a consciência de que as estações de televisão, com a exceção das que pertencem ao setor público, são financiados por pessoas com um certo poder capitalista que investem nas empresas. Partindo do princípio de que alguns desses poderosos, também conhecidos por máquina de dominar, têm afiliações com certos partidos, pessoas ou até interesses que pretendem manter fora do olhar público, controlam tudo o que passa no televisor do telespetador. Assim que um controlo desses é exercido, muitas das noticias que possam denegrir os interesses ou afiliações dos investidores são, ora impedidas de serem expostas, ou então são ligeiramente modificadas, constituindo assim o que se chama de ocultação da informação e desinformação.
O que foi então criado num contexto de defesa dos ideais democráticos, lutando pela liberdade de expressão e partilha de informação por toda a população, tornou-se num instrumento de poder. Posto isto, é posta em causa a função dos meios de comunicação na medida em que o carater informativo, que seria responsável por explicar, com conhecimento de causa, os acontecimentos mais importantes e enriquecedores para a população, está a ser substituído apenas pelo carater comunicativo.
Em suma, ainda que o carater comunicativo seja indispensável para estes meios, não significa que seja detentor de verdade, sendo assim importante distingui-lo do caráter informativo. A informação requer um conjunto de fatores que justificam a veracidade de qualquer afirmação, mas quando existem outros tantos fatores que procuram eufemizar a realidade, a questão colocada é se estamos realmente a ser informados ou apenas espetadores de mais um programa televisivo que nos tenta vender um produto.
Carolina Araújo nº 54774 | Patrícia Ponte nº54752
Ao presumir que a característica principal do trabalho do jornalista é a neutralidade com que transmite a informação, estamos a ser alvo da própria manipulação indireta deste. Anteriormente a qualquer tipo de tratamento de informação por parte do jornalista, esta já se encontra condicionada por vários fatores, que vão desde questões religiosas relacionadas com a cultura em questão, interesses políticos e empresariais, preferências da entidade responsável pelo jornalista e até preferências do próprio.
Faz parte do conhecimento geral, a consciência de que as estações de televisão, com a exceção das que pertencem ao setor público, são financiados por pessoas com um certo poder capitalista que investem nas empresas. Partindo do princípio de que alguns desses poderosos, também conhecidos por máquina de dominar, têm afiliações com certos partidos, pessoas ou até interesses que pretendem manter fora do olhar público, controlam tudo o que passa no televisor do telespetador. Assim que um controlo desses é exercido, muitas das noticias que possam denegrir os interesses ou afiliações dos investidores são, ora impedidas de serem expostas, ou então são ligeiramente modificadas, constituindo assim o que se chama de ocultação da informação e desinformação.
O que foi então criado num contexto de defesa dos ideais democráticos, lutando pela liberdade de expressão e partilha de informação por toda a população, tornou-se num instrumento de poder. Posto isto, é posta em causa a função dos meios de comunicação na medida em que o carater informativo, que seria responsável por explicar, com conhecimento de causa, os acontecimentos mais importantes e enriquecedores para a população, está a ser substituído apenas pelo carater comunicativo.
Em suma, ainda que o carater comunicativo seja indispensável para estes meios, não significa que seja detentor de verdade, sendo assim importante distingui-lo do caráter informativo. A informação requer um conjunto de fatores que justificam a veracidade de qualquer afirmação, mas quando existem outros tantos fatores que procuram eufemizar a realidade, a questão colocada é se estamos realmente a ser informados ou apenas espetadores de mais um programa televisivo que nos tenta vender um produto.
Carolina Araújo nº 54774 | Patrícia Ponte nº54752