Chip Humano
Uma das principais questões aliadas à tecnologia é precisamente a capacidade que esta vai detendo, progressivamente, de constituir um modo de localização. A visão a ter desta evolução poderá ser bastante ambígua. Por um lado, um simples aparelho que se coloca em qualquer objeto à nossa escolha, como é o caso dos Apple “AirTags”, por exemplo, permite encontrá-lo sempre que haja perigo de roubo ou esquecimento. Deixará de haver a preocupação de revistarmos a nossa mala antes de sair de qualquer lugar para verificar se temos todos os nossos pertences, pois começará a haver o conforto de um aparelho capaz de nos dizer imediatamente onde os deixámos. O mesmo pode suceder em relação às pessoas. Rapidamente se encontra alguém que está em risco de vida, apenas através do modo de localização do seu telemóvel. Mas agora questiono, não estaremos a dar oportunidade a quem deseja beneficiar desta evolução de forma maliciosa?
É verdadeiramente fascinante olhar para trás e perceber os progressos que a sociedade fez até hoje, compararmo-nos às gerações passadas que jamais acreditariam que ao fim de alguns anos seria possível localizar quem quiséssemos, onde quiséssemos e quando quiséssemos. Ainda assim, e numa perspetiva pessoal, a visão que tenho dessa evolução é maioritariamente negativa. Tranquiliza-me saber que, no caso de perder algo, ou até me perder a mim, a probabilidade de reverter a situação é bastante maior., mas preocupa-se ainda mais saber aquilo que também poderá acontecer, e que será irreversível.
Marta Condeça, a71735