Black Lives Matter

   O Black Lives Matter, surgiu a 13 de junho de 2013, teve início com o uso do hastag #BlackLivesMatter nas redes sociais, após George Zimmerman ter sido ilibado pela justiça depois de ter matado Trayvon Martin, um adolescente negro, aos tiros. Este foi fundado por três mulheres negras, começando pela Alicia Garza, professora e ativista que após o sucedido com Trayvon Martin, partilhou o seu manifesto de indignação nas redes socias. Patrisse Khan-Cullors, uma artista e ativista, que realizou vários comentários utilizando pela primeira vez o #BlackLivesMatter, e por fim, a escritora Opral Tomeri que viu as publicações destas duas mulheres e foi procurá-las, surgindo a partir deste encontro o movimento que ressalta e dá voz à importância das vidas negras, combatendo o racismo.


   A partir do momento da formação desta organização, cada vez que havia alguma injustiça cometida contra a comunidade negra, este movimento ganhava cada vez mais força. Assim sendo, o objetivo do Black Lives Matter alargou-se, pois inicialmente mantinha o foco na violência policial, mas rapidamente começou-se a utilizar o movimento para denunciar o racismo sistemático, as condições sociais, económicas e políticas que tornam a comunidade negra uma das mais marginalizadas. (#BlackLivesMatter, um movimento da internet para as ruas, 2020).


   Em 2016, o movimento fica ainda mais reconhecido, pois ganhou proporções internacionais, tendo alcançado diversos países como a Austrália, Brasil e Africa do Sul, fazendo então que os ativistas tomassem a iniciativa de sair às ruas e lutar por esta causa (Brant, 2021).


   O caso mais recente e que teve um enorme impacto, foi em 2020, quando George Floyd foi morto por asfixia, quando durante uma operação de detenção, um polícia branco lhe pressionou o pescoço durante cerca de oito minutos. “A expressão que explodiu de novo logo após a morte de Floyd, #BlackLivesMatter, surgiu pela primeira vez em 2013 e rapidamente se tornou um movimento que passou fronteiras e se afirmou como declaração de princípios éticos contra o racismo e a xenofobia, tornando-se arma política que alguns críticos dizerem estar a ser manipulada por interesses nem sempre declarados.” (Lusa, 2020).


   Segundo a revista “El País”, Desde a morte de George Floyd, um homem negro enforcado por um policial de Minneapolis em 25 de maio, houve pelo menos 7.750 manifestações associadas ao movimento Black Lives Matter em 2.000 localidades dos 50 Estados e no distrito de Columbia, segundo uma contagem da Universidade de Princeton e do Armed Conflict Location and Event Data Project (Acled), organização que pesquisa sobre protestos no mundo todo.” (Guimón, 2020).


    Podemos então constatar, que o Black Lives Matter, é um movimento social que move muitas pessoas e sensibiliza-as por uma causa maior. “O movimento visa, também, celebrar a humanização da vida negra, além de ter como meta a reconstrução do movimento pela libertação negra. Segundo Tanika Siscoe (2016), o movimento Black Lives Matter está tentando direcionar o debate para como o fator “raça” importa tanto no meio judiciário quanto na sociedade. Uma vez que as políticas do sistema de justiça criminal foram escritas de forma racialmente neutra a fim de garantir que uma raça não seja mais negativamente afetado do  que a outra, essa não é a realidade do que vem a acontecer desde o início da história das relações raciais nos Estados Unidos, e, quanto a isso, objetivo do Black Lives Matter é afastar-se da color blindness e educar a sociedade sobre ser color conscious (SISCOE, 2016)” (Melo, 2017, p. 30).


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publicado por - fcar - às 19:10 | comentar | favorito