Estamos em 2016. Há 16 anos que os reality shows fazem parte das conversas dos portugueses e que entram pela nossa casa dentro. O primeiro foi o Big Brother , em 2010, que foi sucesso de audiências, tanto que até hoje ainda existe esse formato, como é o caso de Love on Top, que estreou no passado sábado. Criado de raíz pela TVI foi, a partir desse dia um líder de audiências.
Muitas pessoas falam mal destes programas porque as pessoas que entram estão, basicamente, a querer serem projetadas para o “passeio da fama” sem terem que fazer muito para lá chegar, digamos que é o caminho mais fácil para isso. Se pensarmos bem é isso mesmo que acontece. Marta Cardoso, Fanny Rodrigues e João Mota são alguns dos nomes que ainda permanecem no mundo da televisão tudo porque participaram num reality show.
Mas, tirando essas partes da fama, ao longo dos anos os reality shows têm vindo a melhorar e a evoluir. Como? Basta vermos agora o programa mais recente da TVI. Tal como o programa em sim, a produtora criou também uma aplicação ( app ) para nós, os espetadores terem a possibilidade de terem algum poder sobre os participantes. Disponível para Android ou IOS esta aplicação permite candidatar-se ao programa, votar e até enviar mensagens para que apareçam nos diários.
Assim, vemos que a produção está cada vez mais a apostar na tecnologia visto que esta tem um grande impacto na sociedade em geral e que por vezes as nossas vidas giram à volta dos smartphones .
Solange Antunes
Nº51998
Sem dúvida que os Reality shows apostam, cada vez mais, na tecnologia para acompanhar a evolução e os "desejos" da sociedade. A criação de App, como bem referiste, torna ainda mais ridícula a existência de programas como estes, e a presença assídua que têm na televisão portuguesa. Não falo tanto do Big Brother/Casa dos segredos que já era mau, mas agora este novo programa «Love on top» é do mais ridículo que há. Chega a ser tão triste e medíocre que nem há palavras para o descrever. É incrível como o Povo é adepto, cada vez mais, destes programas e ajuda à subida de audiências. Agora com a App ainda mais o Povo pode participar e estar "presente" no jogo, o que leva ainda mais ao desperdício de tempo que as pessoas gastam com este tipo de programas televisivos. Obviamente que sou totalmente contra a criação de App para estes fins, mas cada um com a sua opinião.
Inês Aivado | 49453
Inês Monteiro a 12 de Abril de 2016 às 19:10
Concordo quando referes que este tipo de programas são uma maneira fácil de chegar à fama. Mas não acho que seja por isso que as pessoas falam mal dos Reality Shows. As pessoas falam mal porque sim, porque têm necessidade de falar mal seja do que for. A maioria fá-lo, mas seguem o programa a 100%!
Para mim, a rapidez com que os participantes chegam à fama é o que menos me "chateia". Isso só acontece porque a sociedade que temos chega ao ponto de ver naquelas pessoas um ídolo. A partir daí... é o que sabemos!
Acho que entendo o que queres dizer com a questão das aplicações. Para a produção é um modo de prender os espetadores ao programa. Hoje em dia torna-se importante para qualquer programa ter um feedback mais próximo de quem o "segue"... questões de Marketing. Pessoalmente, acho ridículo! Mas aqui entra novamente a nossa sociedade. Além de terem aquelas pessoas como ídolos, vão instalar a aplicação para não perderem nada acerca do programa e daquela pessoa.
Enquanto tivermos uma sociedade que prefere ver casas dos segredos, "love's on top's" a outro tipo de programas mais culturais, vamos continuar a dar permissão ao rápido acesso à fama.
Cristiana Brito a 17 de Abril de 2016 às 10:20
Os reality acabam por ser, tal como o futebol, um verdadeiro ópio do povo, e essa, pode ser uma das principais razões que levam o público a assistir a este tipo de formato. Perante todas as notícias chocantes e alarmantes do nosso quotidiano, sentimos a necessidade de nos abstrairmos daquilo que nos faz pensar em demasia e é aí que entra o papel dos reality enquanto produto que entretem. Claro que os valores explorados nestes programas são totalmente questionáveis, mas a verdade é que é um produto que nos distrai e que nos deixa perplexos pela sua dinâmica e ousadia, até. É esta a "magia" deste tipo de show, a capacidade de levar o telespetador a dar mais valor a 10 indivíduos fechados numa casa, do que ao que se passa na sua própria vida, nem que seja durante 10 minutos.
Por outro lado, sabemos que esta tipologia de formatos põe em causa a credibilidade das estações de televisão, que de tudo são capazes para atingir um estrondoso nível de audiências.
A verdade é que, quanto mais as televisões necessitam de lucro, mais os seus conteúdos serão "big show", e esta é a realidade dos nossos dias, programas líderes de audiências, económicos e exclusivos, que prometem ao público muita interatividade, sexo e "diversão".
Joana Rodrigues: 51712
Joana Rodrigues a 17 de Abril de 2016 às 21:06
O uso de aplicações para se acompanhar este tipo de programas faz sentido. Mas na minha opinião, isso não significa que os reality shows estejam a melhorar, pois o que importa acima de tudo é o conteúdo, e infelizmente, acho que esse está a ficar cada vez pior.
No que toca ao "Love on Top" até temos concorrentes como o Bruno Marvão, que basicamente se prepara para bater noutra concorrente por um insulto que ela não lhe chamou. Apesar desta "explosão", ele nem é expulso do programa.
No que toca ao conceito, o do "Love on Top" é na minha opinião um dos piores. Basicamente está a tentar forçar desconhecidos a criarem "casais" uns com os outros. Depois na Gala, a Teresa Guilherme fala como uma daquelas Tias chatas que nos jantares de família perguntam aos rapazes se já "têm muitas namoradas". Entre alguns dos seus comentários infelizes está o uso do termo "brazuca" para se referir à única concorrente brasileira e a pergunta "Cozinha mal, é?" quando um dos concorrentes do sexo masculino nomeia uma das do sexo feminino que terá de ser expulsa.
Mais "pérolas" de ignorância são ainda a conversa acerca do já falecido ator Angélico Vieira, que termina com dois concorrentes a alimentarem "teorias da conspiração" acerca da morte dele, ao dizerem que "sabem coisas" e "nomes".
Não. Não acho que os reality shows estejam a melhorar. Acho que se estão a adaptar ao tempo, mas o conteúdo está na minha opinião a piorar todos os anos. Não vejo problema na existência de programas cujo único propósito é o puro entretenimento. Uma pessoa cansada da escola/ universidade/ trabalho não vai ter paciência para tipos de media que "puxem mais pela cabeça", no entanto, deve haver o mínimo de qualidade, que é o que está a faltar cada vez mais nos reality shows.
Anónimo a 20 de Abril de 2016 às 17:50
Adriano - 51725
Adriano Ferreira a 20 de Abril de 2016 às 17:51
Essa aplicação é só mais uma forma inventada pela produção para manter os seguidores fiéis ao programa. Sabem que ao oferecerem conteúdos adicionais alimentarão a curiosidade que as pessoas têm pela vida dos outros.
Apesar dos reality shows não serem algo recente e deste meu pensamento ser um pouco atrasado, eu pergunto-me: Desde quando é que se tornou aceitável seguir a vida das pessoas desta forma tão intensiva? Sabemos que as pessoas são curiosas por natureza mas daí a invadir a privacidade delas através de um programa "pointless", como se fosse uma bíblia... Mas por outro lado, como foi mencionado, são elas que se sujeitam a isso em troco de fama, o que ainda é pior. Concordam em fazer o que for necessário nesses programas de modo a "subirem na vida" sem esforço algum e ainda incentivam os outros a apreciarem e a seguirem todos os seus passos. Literalmente todos! Não sei qual o pior lado…
Cristina Barrancos nº51570 a 14 de Maio de 2016 às 20:28
O que mais me chama a atenção sobre este tema dos reality shows é a hipocrisia a que estão associados. Cada vez mais está criado um estereótipo acerca de quem assiste a este “lixo televisivo”, e como tal muitas pessoas sentem-se obrigadas a seguir a corrente e afirmarem-se contra todo este conceito de programas. Dizem que são péssimas influências para a sociedade, que são uma vergonha e de uma falta de cultura alarmante, mas, passado 5 minutos são capazes de contar toda a história do programa, sabem quem bateu em quem, quem gosta de quem, e até o nome da prima da amiga da concorrente x. Eu pergunto-me, se não concordam com o formato porque continuam a ver? Será por falta de opção? Será que não dá nada melhor nos outros cento e tal canais? Sempre ouvi dizer que quem não gosta não olha, mas quando se trata de reality shows quem não gosta parece ser quem mais olha e quem melhor sabe argumentar sobre o dito programa, sabendo toda uma panóplia de curiosidades que fundamentam a sua opinião. Ora se a televisão vive de audiências, mesmo que só vejam para criticar, estão a contribuir para manter este formato.
Adriana Guerreiro 51686 a 22 de Maio de 2016 às 13:39
Desde sempre, os reality show tiveram um grande impacto na sociedade. Sociedade esta que seguem um padrão, e padrão este que os leva a um limite. O principal tema a ser abordado é sobre sexo e relações sexuais. Neste novo programa, o Love on Top, o principal tema é este e parece que as pessoas que estão dentro da casa se envolvem sexualmente para terem «canal». Assim, assistimos a uma sociedade em que as ideias estão, cada vez mais, distorcidas e em que os assuntos de que se devem falar são postos de parte.
Catarina Palma a 23 de Maio de 2016 às 23:58
Não consigo concordar quando dizes que os reality-shows têm vindo a melhorar. Apesar da aplicação ser uma inovação, o conteúdo em si dos reality-shows e do Love On Top em específico, têm vindo cada vez mais a piorar. São programas lixo, que não ensinam nada à sociedade e que se calhar ajudam a piorar o comportamento da mesma. Programas com base na polémica, na exposição quase pornográfica do corpo e em que o objectivo principal é arranjar um parceiro, simplesmente é algo que não faz sentido nem devia ser transmitido. Nunca critiquei muito, por exemplo, o Secret Story por sempre ter achado que era algo que explorava mais os limites psicológicos de cada pessoa e que isso de um ponto de vista sociológico era interessante ver como cada um reage a determinadas situações de um jogo "psicológico" bem coordenado pela produção do programa. O Love on Top é puramente desinteressante.
Miguel Lourenço - 51902
Miguel Lourenço - 51902 a 24 de Maio de 2016 às 19:57
Compreendo esse avanço a que te referes mas, este avanço, continua a gerar em torno de uma realidade construída com base nas aparências, que continua a prender as pessoas às tecnologias e continua a privilegiar o culto às inovações provindas da tecnologia. Daqui a uns dias estamos com uma app a controlar as atitudes de quem está fechado numa casa como se os fechados fossem ratos de laboratório. E eu não concordo com a utilização de animais para experiências ou para gozo pessoal, sejam eles racionais ou irracionais!
Emídio Pontes a 26 de Maio de 2016 às 14:02