Artes e o seu fim

Não é mentira quando se afirma que as línguas e as artes são extremamente ignoradas no mundo da educação, incluindo o ensino superior. Se existem, são rodeadas por poderosos estereótipos que as mantém longe do foco na academia. A UAlg não se mostra ser diferente destas ideias.



            Em 2022, o curso de artes, da nossa faculdade, levou às redes sociais o seu descontentamento e demonstrando a razão para tal. Desde péssimas situações de ensino, a falta de material, a não terem um bloco especializado para o seu curso e aulas. Agora, o choque assenta. Artes estava a ter aulas nos serviços técnicos, com péssimas condições que levou a uma inundação que arruinou os trabalhos de muitos alunos. Uma revolução cresceu e implantou-se em vários alunos e no curso artístico inteiro.



            O que foi feito? Nada. Ou melhor, nada que valesse a pena. A associação académica mal se mexeu, combinando apenas uma reunião entre o reitor e o curso de artes, e a faculdade manteve-se muda durante a situação toda. Mostrou-se indiferente, como se a educação não fosse necessária, já que o dinheiro já tinha ido para o bolso. Digo isto, já que Artes não tinha condições, mas 12 milhões foram dados para um edifício com o final, muito resumidamente e sem a glorificação da hierarquia, de empreendedorismo, a criação de empresas e desenvolvimento das mesmas. Claro que podemos afirmar que aparenta ser uma plataforma para certos estudantes que após licenciados querem começar a sua startup, contudo, como reitor de uma instituição de ensino pública tem a obrigação de priorizar certas situações que se mostram necessárias e prejudiciais para o ensino dos seus estudantes. As artes encaixavam nessa situação. Jovens que queriam seguir o seu sonho e foram enganados pelas palavras bonitas da descrição do curso quando se inscreveram.



            Antes de mencionar a reunião entre os alunos de artes e a hierarquia da universidade, temos que relatar quando o diretor da faculdade de ciências humanas do Algarve em plena televisão nacional, acusou os alunos de deixarem os trabalhos na faculdade, quando deviam de os ter levado para casa. Para uma pessoa que vive no Algarve e está no mundo da educação permaneceu na ignorância no que toca às proporções e materiais utilizados na criação de tais trabalhos, para além de que os transportes públicos presentes em Faro, não mostram ser os ideias para carregar paletes de 1 metro ou mais de comprimento e/ou largura. Isto demonstrou a falta de compreensão que as artes sofrem no mundo do ensino e que poucos se mostram presentes para as defenderem.



            Consequentemente, a reunião levou à terminação do curso de artes na universidade da UAlg, mostrando que a mesma nunca teve a intenção de melhorar e desenvolver o mundo académico e que permanecerá com a trela naqueles que lhe dão mais propósito e atenção. Este curso durante os anos em que permaneceu calado, teve a piedade da faculdade de continuar a existir, mas, no momento, em que as vozes foram mais altas e ações foram tomadas, o mal foi cortado pela raiz, sem nunca se olhar para trás. UAlg não representa educação, mas sim ganância e comodidade.


Cátia Coutinho a72850 

publicado por - fcar - às 17:18 | comentar | favorito