a manipulação em televisão
Hodiernamente, é impensável acreditar em tudo aquilo que os media expõem como dito ser a informação mais verosímil transmitida à população, nomeadamente e neste caso, a televisão. A mesma funciona como uma ferramenta de omissão da verdade, na medida em que, o que prevalece, são os gráficos de audiências que, indiretamente, acabam por definir o seu nível de credibilidade. Tudo o que obtemos através deste meio de comunicação é o que é considerado relevante e o que condiciona a vida e comportamentos de todos aqueles que nela acreditam. Neste sentido, o público mais lesado com toda esta distorcida e, maioritariamente, fragmentada informação, apresenta-se como sendo o mais inocente.
Uma vez que a televisão é o meio mais abrangente, com maior propagação e dimensões, deveria ganhar uma certa noção da responsabilidade pela imensa influência junto da sociedade. Aliás, deveria ser, simultaneamente a um instrumento informativo, uma ajuda extra em todos os âmbitos, nomeadamente, sociais, políticos e económicos nacionais. É compreensível que o seu objetivo e objeto de estudo sejam facilmente modificados, uma vez que abarca todos e dos mais variados setores. Não obstante, não apoio nem caracterizo como ético, o facto de utilizarem a sua extrema importância, para fazerem chegar aos telespectadores as informações consoante a forma que consideram ser a mais correta, passando somente para o público, muitas das vezes, os seus pontos de vista e argumentos. Enfatizam o desnecessário e desvalorizam o imprescindível.
Para além disso, estes lamentáveis acontecimentos não ocorrem apenas neste meio de comunicação, mas sim de uma forma geral. Tal como diz Barata-Feyo, conclui-se que é praticamente impossível que qualquer uma das ferramentas e meios comunicativos não se deixem levar por ambições desmedidas, opiniões desconstrutivas ou até valores distorcidos. É fulcral marcar uma posição neste e em qualquer meio laboral, em que reinem a imparcialidade, o profissionalismo e a coerência contudo, no rumo que a situação toma, esta opção está longe de acontecer.
Assim sendo, apelo à mudança urgente de ambos os lados: dos meios de transmissão e propagação, de modo a honrarem o seu compromisso profissional e, por sua vez, o próprio público alvo, que acorde desta “anestesia” dominada por informações filtradas e se consciencialize da total ignorância que possui ao deixar-se levar por tudo aquilo que os transmissores desejam que se diga, que se fala e que se aja.
Informação. Uma palavra tão ampla que se torna complicado de a definir, contudo a mesma é vista como um fenómeno que concede sentido às mais diversas coisas e situações, compondo uma mensagem sobre esse determinado fenómeno. Como tal, e de forma simplificada, é um conjunto de dados, regularmente imprevisíveis, vindos do exterior e normalmente através do homem acerca de um certo evento. É algo que acrescenta sempre qualquer coisa ao indivíduo que a recebe.
De acordo com Fragmento de Gonçalves, “a informação é manejada pelos poderosos (…)”, na medida em que este conceito, apenas é exteriorizado através das elites e de gente influente por isso, pode-se determinar que a mesma é completamente dependente desta fação social. De outra forma, “quem controla as tecnologias da informação controla os seus conteúdos” consegue-se entender que a informação estabelece uma relação de interdependência face a quem a produz, isto é as tecnologias, mostrando que a mesma é facilmente controlada e manipulada por estes meios tecnológicos avançados.
Beatriz Roldão, nº 68252