A Internet das Coisas e as coisas da segurança
A Guerra das Estrelas, Espaço 1999, James Bond. São apenas três títulos das décadas de 70/80 onde diversa tecnologia futurista imperava. Desde o simples cartão micro SD, usado para guardar informação roubada por um espião, a sistemas de comunicação machine to machine(M2M), naves espaciais, tudo se enquadrava na descrição da ficção científica. Se,há cerca de 20 anos, alguém pensasse que seria possível roubar a password de email através de um telefone móvel, apenas pela proximidade, provavelmente seria considerado louco e internado. Nos dias de hoje, sabemos que isso tudo é possível e só de pensar que um pirata informático pode aceder a todos os dados do frigorífico, da torradeira ou da máquina de café inteligente do escritório, provoca arrepios e vontade de desligar as tomadas. E, para os que ainda não experimentaram um carro com sistemas de tecnologia avançada, saibam que é possível, por exemplo, definir para cada chave, a customização de um veículo. Ou seja, o computador de bordo do carro assume funções pré-programadas apenas pela presença da chave de um condutor. Vivemos na era da Internet das Coisas(IoT). É uma realidade incontornável e cada vez mais abraçada por pessoas e empresas. Todos os equipamentos que estão ligados à Internet estão sujeitos ao ataque de piratas informáticos e é por isso que é essencial que sejam pensadas medidas de proteção idênticas às que são já tomadas para um computador ou servidor. Se o aparelho está ligado à Internet, pode ser uma porta de entrada para a sua rede privada. Desde um simples relógio de fitness, que regista e envia os dados para a sua conta, até à máquina de café do escritório. Se está ligado em rede, é um potencial alvo dos piratas. Deste modo, para além das medidas de segurança adotadas pelos utilizadores, as empresas que estão a desenvolver estas novas aplicações têm pela frente o desafio de implementar mecanismos para proteger as coisas da Internet. Atualmente existe já uma preocupação em proteger a Internet das Coisas, mas uma grande parte dos aparelhos e serviços desenvolvidos têm descurado esta componente da segurança. Basta recordar o que sucedeu à Fiat Chryler, com o Jeep Cherokee. A vários quilómetros de distância, dois especialistas informáticos conseguiram piratear o software de um Jeep assumindo o controlo do carro. Depois deste episódio, com os carros praticamente todos ligados e repletos de funcionalidades do mundo da IoT, a segurança tem sido uma das prioridades dos construtores. É crucial manter os sistemas um passo à frente dos piratas. Uma das grandes mais valias da IoT está na recolha e análise de dados. Perfis de consumo, hábitos dos consumidores, bem analisados por plataformas robustas, têm um enorme valor para a indústria. Mas, por isso mesmo, são também um chamariz para a pirataria informática e espionagem industrial. Manter estes dados seguros é crucial para o sucesso dos negócios que apostam na IoT.
Inês Calvinho, nº57922
Inês Calvinho, nº57922