A filosofar sobre: Principio do dano e Paternalismo!
Será legítimo o Estado e a Sociedade determinarem o que uma pessoa pode ou não fazer?
A escolha é nossa quando decidimos viver ou não em sociedade. Nesta existem regras a que nos subtemos para conseguir viver em comum com os outros, no entanto quem está no poder tende a abusar deste, criando regras excessivas que acabam por reduzir o nosso próprio poder - aliberdade.
Com direito a exceções, aceito o princípio do dano, como uma boa opção na vida em sociedade. Acredito que temos o direito de seguir as nossas próprias regras se estas não prejudicarem os que nos rodeiam. O princípio do dano sem exceçõesopõe-se ao paternalismo generalizado.
O paternalismo generalizado existe para tentar educar uma sociedade, no entanto a educação que nos querem dar pode não ser a educação em que acreditamos e que queremos ter. O paternalismo obriga alguém, contra a sua vontade no entanto supostamente para seu bem, a fazer ou a não fazer algo e a ter uma certa convicção. Existe quem defenda a aplicação de todas as medidas paternalistas que forem necessárias para levar as pessoas a escolherem aquilo que definem como bom. Tentam moldar-nos à sua maneira para conseguirem gerir a sociedade como um rebanho. Não quero dizer com isto que não concorde com algumas regras impostas na sociedade, no entanto apenas aceito um paternalismo moderado sobre a minha vida. Os cidadãos adultos têm consciência para decidirem o que querem para a sua vida, caso não a tenham sofrem as consequências, no entanto foram livres nas suas decisões. O paternalismo generalizado considera uma pessoa incapaz de saber o que é melhor para si. A sociedade a meu ver tem que adotar uma posição intermédia no que toca a ditar regras.
Neste meio-termo, o paternalismo circunscrito estaria presente em situações como a venda de venenos capazes de matar, armas, idades mínimas no consumo de álcool e tabaco, e sem dúvida contra ao homicídio mesmo que a outra pessoa concordasse que devia morrer (não incluindo a eutanásia nestes casos). Este paternalismo circunscrito estaria presente muito mais ativamente na vida de crianças do que na vida de adultos que têm, ou que em princípiodeveriam ter, plena consciência dos seus atos. A vacinação obrigatória não existiria. A população deveria ter total consciência dos benefícios e malefícios da vacinação e o direito de se vacinar mas também o direito de não o fazer caso não concordasse com certas vacinas. Os cidadãos têm que apostar mais no conhecimento, na procura do saber e se estes entendessem que existem vacinas mais prejudiciais do que benéficas teriam o direito de não se vacinar. Mesmo falando de crianças, esta escolha não deveria ser tomada como uma escolha negligente por parte dos pais se estes apresentassem boas justificações e conhecimento do caso. Levo a educação do mesmo modo, a educação obrigatória faz falta, no entanto cada pessoa deve ser livre de se educar da maneira que mais lhe fizer sentido. O ensino convencional não deveria ser algo obrigatório porque acaba por não fazer sentido para muitas pessoas que o seguem. Talvez se estas tivessem sido ensinadas de outra maneira, uma maneira que lhes encaixasse melhor, percebessem o sentido, a importância do ensino e do conhecimento e das variadas disciplinas que existem. Não digo que todas as pessoas tenham a capacidade de ter tanta autonomia no que toda ao ensino, no entanto a opção de o deixar deveria existir. Tal como na vacinação não obrigatória o caso deveria ser argumentado e bem fundamentado. Não se trata de nos deixarmos de nos educar mas sim de nos educarmos de uma maneira menos tradicional. Acredito que a educação seja uma das coisas mais importantes e a que mais temos total direito. Sem uma boa educação, a sociedade torna-se fraca e é facilmente manipulável.
A democracia em que vivemos deve-se a todos sermos diferentes e termos diferentes formas de pensar, logo precisamos de diferentes regras. Devemos ser aceites com as nossas diferenças e convicções e não sermos obrigados a seguir regras gerais que nada têm a ver connosco. As pessoas devem ter o direito a errar e de perceber o que é melhor para si. As pessoas devem ter capacidade para pensar e não devem seguir-se apenas pelas regras impostas na sociedade onde vivem sem as questionar. A meu ver, a autonomia, a procura do conhecimento e a opinião devem ser estimuladas.
Ana Beatriz Lopes 50254