O Natal está à porta e com esta época surgem-nos as, já tradicionais, campanhas de solidariedade. O que muitos não sabem é que muitas destas campanhas ajudam-se mais a si próprias do que à verdadeira obra de solidariedade. Vejamos o exemplo das chamadas: cada chamada custa por norma 60 cêntimos mais IVA, um total de 73,8 cêntimos. Desde valor por norma só uma parte chega à instituição, já tenho visto anúncios em que 50 cêntimos vão para a instituição após uma chamada, pergunto pagamos quase o dobro porquê?
O mesmo vejo nos livro das Leopoldina,Popota e afins. Apenas metade ou menos ainda reverte a favor da obra ou caridade anunciada. Considero isto um roubo da solidariedade de Natal. Compreendo que as pessoas se sentem mais motivadas porque ficam com alguma coisa ( no caso da Popotae Leopoldina um jogo, livro ou cd de músicas), contudo a todos os que compram este tipo de produtos pergunto: quer mesmo ajudar? Se respondeu sim, contribua com uma transferência bancária diretamente para a instituição, cada um dos cêntimos que deu vai chegar lá, não vão ficar perdidos no caminho entre impostos, pagamento de anúncios televisivos ou então na produção de bonecos ou objetos a que não damos o mínimo valor.
Sejamos todos solidários conscientemente, vamos oferecer do coração sem alimentar as enormes cadeias de supermercados que lucram com algo que dizem ajudar e sem pagar impostos quando o que queríamos era mesmo era ajudar com todo o pouco que podemos.
Dulcineia Dias 44934
Infelizmente ainda existem muitas pessoas e "instituições" que se aproveitam do espírito natalício para enriquecer. Temos de ter muito cuidado com as "campanhas de solidariedade" que encontramos nesta época.
Marta Cascalheira 43518 a 9 de Dezembro de 2012 às 14:50
Concordo com a Marta, quando se diz que muitas destas instituições se aproveitam deste género de campanhas de solidariedade para terem proveito financeiro próprio.
Quantas vezes já assistimos a burlas através de campanhas de solidariedade? Com tudo isto, é natural que a desconfiança neste tipo de eventos e campanhas aumente, pois não sabemos se o nosso contributo chega ao realmente destinatário que se anuncia.
Porém, concordo que o espírito de solidariedade que se gera no natal não se perca e a ajuda ao outro não deixe de existir, ainda para mais uma altura como a que enfrentamos atualmente.
Maria Vieira a 9 de Dezembro de 2012 às 16:14
Sempre foi assim! Mas esta situação só continua, porque muita gente contribui para esta falsidade sem ter a mínima noção que não está a ajudar os que mais precisam, mas sim ajudar os que já têm. O povo não faz contas, apenas faz desse modo porque dá menos trabalho, é só pegar no objeto, pagar e já está, a boa ação do dia. É claro que, também demonstra a generosidade dos portugueses, isso não está em causa, até porque somos o povo que mais se sensibiliza nestas causas em relação a outros países, mas darmos um pouco do nosso tempo a quem, realmente, precisa é a melhor ação que podemos fazer, olhar diretamente para essas pessoas, dizer uma palavra amiga e dar um abraço quentinho, é deveras melhor do que comprar um objeto e esquecer no minuto a seguir o que se passa na nossa sociedade.
Observem à vossa volta, não precisam de andar muito para ajudar alguém, porque infelizmente esta situação está espalhada nas nossas ruas.
Leonor Coelho 46073 a 9 de Dezembro de 2012 às 16:31
Penso que as pessoas revelam uma certa tendência para se perderem no "espírito natalício" de forma extremamente ingénua. Há que apoior estas causas, sim, mas com discernimento, pois exitem muitas pessoas, e mesmo organizações, mal intencionadas que se aproveitam do despertar da sensibilzação e empatia pelo próximo, tão característica desta época do ano, através de campanhas sensacionalistas, cujo único intuito é extorquir mais algum àqueles menos atentos.
A sugestão da Dulcineia, em relação a contribuir directamente por transferência bancária é realmente a mais sensata, em termos de apoio financeiro. No entanto, concordo plenamente com a Leonor relativamente a outras formas de apoio, para além da material. No Natal as pessoas parecem esquecer a crise económica e encontram-se muito mais receptivas a este tipo de causas sociais, maioritariamente porque, por algum motivo que me ultrapassa, parecem empenhadas em acumular boas acções. Porém durante o resto do ano, aparentemente encontraram nesta mesma crise a desculpa ideal para justificar a sua falta de interesse pelos que mais necessitam. Que eu saiba, tempo e dedicação não custam dinheiro e é algo que todos temos. Na minha opinião, estas podem mesmo ter um impacto muito mais intrínseco e marcante na vida dos mais desfavorecidos, do que qualquer valor monetário. Já dizia a letra da outra música "love don't cost a thing".
Anuska Portela a 9 de Dezembro de 2012 às 19:09
Pois é, e infelizmente a criação de falsas associações de solidariedade só para certos indivíduos enriquecerem aumenta de ano para ano, e especialmente no Natal. Como já mencionaram, no Natal a solicitude das pessoas aumenta, e há quem esteja para se aproveitar disso. Mais vale fazer como a Dulcineia disse, fazer uma transferência directa. No entanto, é o tal caso de "Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé". Muitos "Maomés" hoje em dia nem sabem da existência da tal montanha, e quando ela se avista, colocada de maneira sugestiva e com um preço relativamente acessível, já se sabe...mesmo que seja falsa. E dá sempre aquela sensação de auto-satisfação, apesar de na realidade. em vez de terem ajudado, foram na realidade encher bolsos alheios daqueles que já não precisavam.
Sara Ruas 45110 a 9 de Dezembro de 2012 às 21:18
Eu próprio tenho o hábito de ligar, uma vez no máximo, para os números de telefone disponibilizados na televisão para ajudar quem pode estar numa situação limite, confesso. Impera sempre a boa vontade e acabo por não pensar nos interesses dessas grandes empresas - que existem realmente. Apesar disso, tenho também o hábito de ajudar quem está ao meu lado, e que tenho conhecimento que passam dificuldades, dando alimentos e até mesmo convidando a juntarem-se à minha família na hora da refeição. Sei que assim terão uma noite confortada, não só pela nossa companhia, mas também pela alimentação que, por vezes, é escassa lá em casa. É importante, apesar de tudo, transmitir a ideia de que há muitas formas para se ajudar e não só aquelas que nos são dadas a conhecer na televisão. É importante dar aos outros, sempre, e não só no Natal. Durante todo o ano há sempre quem passa fome, e grandes dificuldades até mesmo ao nosso lado sem que muitas vezes nos apercebamos.
André Palma nº 45218
André Palma a 16 de Dezembro de 2012 às 14:10