Ultimamente tenho dado por mim ligada à televisão para ouvir tudo o que seja noticias acerca do caso Carlos Castro e Renato Seabra. Após quase dois anos, decidiram o veredicto: culpado. Por momentos, cheguei a pensar que iria ser libertado por declararem insanidade do mesmo mas, a meu ver, tomaram a decisão certa.
Este caso tem trazido muito à baila o assunto da pena de morte, pois algumas pessoas acham que Renato Seabra deveria ser condenado à mesma, ter o mesmo fim que a sua vitima. Sei que é um tema bastante polémico e eu, de certa maneira, não consigo ter uma opinião formada acerca deste assunto. Por um lado, acho que alguém que comete um homicídio qualificado deveria de ser castigado com algo muito severo, não apenas uma pena de prisão, considero isso demasiado leve. Contudo, não consigo concordar com a pena de morte porque, se uma pessoa está a ser condenada por matar outra, não faz qualquer sentido matarem-na. Passo a explicar o meu raciocínio: se alguém é condenado à pena de morte por homicídio, é porque é uma coisa bastante grave, certo? Porém, se matarem esse assassino, acabam por cometer o mesmoacto que ele, o que não mostra qualquer coerência. A meu ver, ninguém tem o direito de tirar a vida a ninguém, nem mesmo às piores pessoas do mundo. Merecem um castigo muito severo, concordo, mas a morte acabaria por tirar o sofrimento à pessoa de vez, é demasiado “fácil” fazê-lo, sendo que existem presidiários que preferiam terem morrido em vez de estarem a sofrer.
Este assunto suscita muita discussão e, por isso, estou aberta a quaisquer criticas que demonstrem que a minha maneira de pensar está errada. Todavia, e voltando ao assunto inicial, só espero que o Seabra apanhe a pena perpétua, pois trastes como ele não são necessários no nosso país.
Mariana Costa nº 44804
Na minha opinião cada caso é um caso e, cada um deles, deveria ser tratado em particular.
Não deve haver uma lei que diga "Se matou, é morto" nem uma "Se matou, é prisão perpétua".
Não ... porque devem ser averiguadas provas e motivos (claro que concordo contigo, ninguém tem o direito de tirar a vida a outra pessoa e deve ser castigado por isso) mas, ao mesmo tempo, há razões por vezes desconhecidas, que despertam os nossos instintos mais irracionais e nos levam a cometer loucuras que só vivendo o que o «criminoso» viveu se podem justificar ou não.
Vou entrar agora num campo diferente ... vi um filme, à uns tempos, baseados em factos reais em que uma jovem surfista no Hawaii foi atacada por um tubarão enquanto praticava o seu desporto de eleição. A rapariga sobreviveu, mas ficou sem um braço. O pai dela foi logo, instintivamente, para o mar, à procura do animal e matou-o. Achas que ele foi condenado a pena de morte ? Não. Foi aplaudido. Porquê ? Qual é a diferença ? O tubarão foi condenado à pena de morte, basicamente. Podes criticar os motivos do animal ? Não, chama-se instinto.
São assuntos que merecem discussão, claro. E precisam de mentes abertas para essa suceder, de maneira a que sejam vários pontos de vista ouvidos. O meu é este.
Inês Fernandes, a44818
Inês Fernandes a 2 de Dezembro de 2012 às 20:32
Sinceramente, e também porque andei atenta às notícias sobre este caso, não me aparece que o Renato Seabra tenha sofrido um episódio psicótico. Sinceramente, acho que ele estava consciente no momento do homicídio. Mas lá está: as pessoas que avaliam estes eventos e pessoas têm de ser justas, mas humanas. Se o Seabra sofreu ou sofre de alguma doença neurológica, deve ser tratado, mas, também, ser castigado, porque não nos podemos esquecer que uma pessoa morreu.
Eu não consigo aceitar plenamente a pena de morte, acho que a prisão perpétua devia de ser a pena máxima e como castigo a quem o verdadeiramente merecesse. Não penso que uma pessoa que homicida alguém por legítima defesa seja merecedora de uma pena tão pesada, daí também achar que cada caso é um caso.
Cátia Ferreira a 2 de Dezembro de 2012 às 21:28
Eu só completamente contra a pena de morte pois, a meu ver, a pena de morte acaba por ser um escape ao castigo merecido. Se forem mortos, o sofrimento deles acaba e matar não vai mudar em nada o que essa pessoa fez. Portanto, acho que a pena de prisão perpétua acaba por ser muito mais dolorosa. Acho que se cada um de nós pensar e tentar pôr no lugar de uma dessas pessoas chegamos à conclusão que nos custaria muito mais saber que iremos passar o resto da vida na prisão do que se o nosso sofrimento acabasse já amanhã. Depois, há ainda outro aspeto: Quantas vezes são condenadas à pena de morte pessoas inocentes? Muitas. E não há volta a dar, o que já está feito, está feito. Enquanto que a pena perpétua é reversível.
Na minha opinião, quem comete crimes muito graves deve ser responsabilizado o resto da sua vida.
Leonor Rodrigues a 3 de Dezembro de 2012 às 10:35
Já num comentário que fiz noutro post eu me mostrei favorável à pena de morte. No entanto, aceito que a pena de prisão perpétua seja também uma boa solução. Porventura, a prisão perpétua até será mais penosa para o criminoso. No entanto, acho que a pena de morte seria mais justa, tendo em conta o ponto de vista das famílias das vítimas. Passo a explicar: imaginemos que, no lugar do Carlos Castro, estaria um amigo nosso ou alguém da família. Qual seria a nossa reação ao saber que essa pessoa seria "apenas" presa? Pior ainda: qual seria a nossa reação se o juiz decretasse que o criminoso estaria psicologicamente afetado na altura do crime e não o condenasse a prisão? Falando por mim, eu acho que, em casos de homicídio qualificado, a pena mais leve é a prisão por um número alargado de anos,quiçá prisão perpétua. Mas acho que a pena de morte deveria ser equacionada em alguns casos. Por exemplo, Anders Breivik, no meu ponto de vista, só tem uma punição possível: pena de morte. Relativamente ao caso Renato Seabra, aceito que a pena de prisão perpétua fosse ajustada.
Diogo Oliveira a 6 de Dezembro de 2012 às 01:12
Confesso que a pena de morte é um assunto que me causa alguma confusão.
Isto, no sentido em que, por vezes, não sei bem de que lado me posicionar em relação a que se esta deveria ou não ser implementada em determinados casos.
Fazendo agora alusão ao caso que a que aqui fazes referência, a morte de Carlos Castro e a prisão de Renato Seabra, sou da opinião que, mesmo sendo provado que o homicida possui um distúrbio neurológico ou lhe seja declarada insanidade mental , este deve castigado, não através de pena de morte mas de forma a que pague pelo homicídio que cometeu.
Referenciando ainda este caso e as noticias que sobre ele foram difundidas, visionei, muitas vezes, na imprensa declarações de carácter homofóbico que me pareceram vergonhosas. Pessoas que, pelo simples facto de estarmos perante um caso de homossexualidade, se limitavam a considerar Renato Seabra inocente. Vergonhoso, a meu ver, pois não deveria ser esquecida a existência de uma morte por homicídio.
Apesar de tudo isto, não consigo aceitar de forma plena a pena de morte, uma vez que não é uma forma de condenação reversível e que poderá levar a igualmente a injustiças na hora da condenação.
Maria Vieira, 44844
Maria Vieira a 6 de Dezembro de 2012 às 17:00
Já participei num debate acerca da pena de morte e admito é algo baste complicado de se decidir.
A favor temos todas as questões de:
-O dinheiro que poupa em relação a manter uma pessoa presa durante 30 ou mais anos ( há sempre custos com a roupa, comida, cuidados de higiene etc.)
- Uma pessoa que já matou várias pessoas não pode ser integrada simplesmente na sociedade normal
- Há problemas físicos e psicológicos que não impelem uma pessoa a matar ou violar que a sociedade médica não consegue ajudar
Contra há ainda
- Uma pessoa mal condenada pode sempre ser liberdade, outra depois de condenada à pena de morte
não há volta a dar.
- Independentemente de ser homicídio qualificado ou não há quem mate premeditadamente para se proteger em casos de desespero, essas pessoas que foram abusadas, por vezes uma vida toda, devem ser julgadas por igual a psicopatas?
- A aplicação da teoria olho por olho, isto é, uma pessoa que mata é morta, então as que violam devem ser violadas? Não se pode cair neste tipo de raciocínio.
Honestamente não sei como pensar em relação a este tema, não acho justo alguém ter de matar alguém só porque é o seu trabalho, contudo acho injusto pessoas que matam indiscriminadamente andarem por ai. É sem dúvida um assunto controverso, espero ter ajudado com os meus prós e contras Mariana.
Dulcineia Dias 44934
Dulcineia Dias a 7 de Dezembro de 2012 às 10:45
Como já referiram, a pena de morte é um tema que gera muita discórdia. Eu sou contra a pena de morte.
Condenar uma pessoa à pena de morte tem dois grandes problemas: primeiro, é um ação irreversível; segundo, condenar alguém à morte é replicar o ato dessa pessoa em questão (caso falemos de homícidio, por exemplo).
Segundo o Diogo Oliveira, a «pena de morte seria mais justa, tendo em conta o ponto de vista das famílias das vítimas.», este argumento não é de todo o mais correto. A justiça não se faz pela perspetiva dos familiares das vítimas, porque isso não é justiça, é vingança. A justiça tem de ser imparcial e não pode haver envolvimento emocional.
Relativamente ao caso do Renato Seabra, abstenho-me, isto porque não tenho todos os dados disponíveis para dar uma resposta fundamentada.
Pedro Cardoso, nº 44525
Pedro Cardoso a 7 de Dezembro de 2012 às 21:21
Não é desconhecido do público que os países/estados (no caso dos EUA) que condenam à pena de morte os seus criminosos não têm menos criminalidade do que seria de esperar.
O nosso sistema prisional não tem o efeito que deveria de ter: o de punir mas ao mesmo tempo de reabilitar os condenados (não aplicável a todos, obviamente).
Nós já falhamos no mais básico que devia acontecer com os nosso presos, não nos podemos dar ao luxo de condenar à pena de morte e ainda aumentar o sentimento de tirania já sentido.
ricardo martins 44524
Ricardo Martins a 7 de Dezembro de 2012 às 23:34
A pena de morte é sempre um tema complicado, especialmente quando se trata de um caso em que a defesa do arguido alega insanidade. Muito sinceramente não acompanhei o caso do Renato Seabra «minuto a minuto», mas gostava de partilhar a minha opinião sobre a pena de morte, sem querer passar a imagem de «exterminador implacável». Quero falar num dos pontos que focaste, nomeadamente no da justificação de matar um assassino. Eu sou da opinião que, matar um homicida através de uma injeção letal que causa morte imediata, não deixando assim, a pessoa sofrer, poderá ser até uma benesse, tendo em conta o sofrimento que estes provocam nas suas vítimas. Eu acho que nós temos de nos tentar colocar na pele da família e dos amigos da vítima e pensar o que faríamos se estivéssemos na pele deles. O único pensamento (hipotético obviamente) que me vem à cabeça é «justiça». A morte do homicida não me iria fazer mais feliz, mas pelo menos quando me fosse deitar, saberia que existe menos uma pessoa no mundo que retirou vidas, pois uma coisa que o nosso planeta não tem falta é de criminosos.
Nuno Andrade nº 45416
Nuno Andrade a 8 de Dezembro de 2012 às 02:59
Mariana, desde já parabéns pela escolha do tema do teu post. Sinceramente não tenho uma opinião formada sobre este assunto. Umas vezes penso que deveria haver pena de morte, pois há pessoas que cometem crimes horríveis e deveriam ser severamente punidas por isso. Mas por outro lado creio que a prisão perpétua é psicologicamente pior... Estar preso o resto da vida é muito mais doloroso do que morrer.
Marta Cascalheira 43518 a 9 de Dezembro de 2012 às 15:11
eu estou a fazer um trabalho na escola e acho que nao devia aver prna de mosta sem que tivesem povas comprovadas por pessoas que estiveram presemtes e se o crime foi grave como matar alguem sim devia ser morto mas com provas
luisa a 13 de Janeiro de 2015 às 18:29