Também tive conhecimento dessa noticia, e fiquei até bastante chocada, uma vez que costumo fazer viagens nesse mesmo autocarro. Aconteceu com ela, poderia ter acontecido comigo. É estranho como é que uma coisa destas se sucede. No que diz respeito ao facto de ninguém ter feito nada, acho que nem sempre é possível agir. Provavelmente aconteceu tudo muito rápido e ninguém esperava um desfecho deste. Pelo que nem sempre está ao alcance das pessoas fazerem algo.
De certo este rapaz não se encontrava no seu estado normal e é obviamente de lamentar o sucedido.
Ana Rita de Sousa
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ana rita a 13 de Novembro de 2012 às 12:00
Portugal, país reconhecido pelos seus brandos costumes e pelo seu povo conformista e pacifico, está a tornar-se um susto de dia para dia. Lembro-me perfeitamente de ter 8 anos e já ir sozinha da escola para casa ou de brincar na rua com amigos até às 23h sem qualquer problema. Atualmente, vamos comprar uma tablet ou um telemóvel de uma marca mais cara e advertem-nos logo na loja para não andarmos com estes objetos visíveis em locais menos iluminados ou em transportes públicos porque somos alvos fáceis para pessoas mal intencionadas. Todos os dias somos invadidos por notícias de violência aqui ou ali e raras vezes vemos os culpados serem punidos devidamente. Dizem que quem nada deve nada teme, mas parece que quem deve também não tem grandes motivos para temer. O sentimento de medo e insegurança estão instalados e o que ensinam no curso de direito é que o código penal é muito aliciante em teoria, mas que é um fracasso na prática porque mais de 50% do que lá se encontra escrito não se aplica nos tribunais portugueses. Manobras e mais manobras são feitas para "desculpar" atos como o da notícia supra referida. Parece que hoje em dia ser doente tresloucado é desculpa válida para tudo. E o pior é que é mesmo!
Acho ironicamente engraçado que a ministra da justiça venha falar em cortes de milhões de euros na segurança. Mas qual segurança? Acho que uma boa lição é a de reconhecer a mentira por detrás dos "brandos costumes".
Filipa Camacho a 13 de Novembro de 2012 às 20:59
Filipa Camacho
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Filipa Camacho a 13 de Novembro de 2012 às 21:02
É incrível o facto de existirem pessoas sem escrúpulos como esta! E o pior ainda consegue ser a parte de ninguém fazer nada para evitar este tipo de ataques! Nunca vi este país tão perigoso como esta agora, já não se pode andar na rua no Inverno a partir das 18 horas porque começa a escurecer e é perigoso. Na minha infância isto era impensável! Sempre andei sozinha na rua sem correr perigo nenhum! Nos dias de hoje basta (principalmente as mulheres) sermos apanhadas sozinhas num local mais escuro que sofremos logo um ataque, ou uma agressão, ou um assalto, ou uma tentativa de violação. E se quisermos fazer queixa ainda temos pagar os gastos! Uma revolta pertinente.
Paula Rego A44843
Paula a 16 de Novembro de 2012 às 13:22
Uma situação lamentável que poderia ter acontecido com qualquer uma de nós, mas a verdade é que nunca estamos seguros, quer seja num autocarro, quer seja na universidade ou noutro lado qualquer. O perigo está sempre à nossa volta em situações de acidentes, por exemplo, mas principalmente nas pessoas. Este é um acontecimento absurdo que realmente põe em causa a educação e a segurança do nosso país, que até há algum tempo não era assim tão contestado. É incrível como hoje em dia as pessoas sentem tanto medo em andar na rua que conhecem desde pequenas ou mesmo estar dentro das suas próprias casas.
Filipa Gouveia, 44749
Filipa a 19 de Novembro de 2012 às 02:49
Por favor, minhas senhoras, acalmem o rímel.
Esta sociedade não se tornou mais violenta do que a sociedade no século XIX, X ou século V a.C. Temos de ter em conta que a população mundial aumentou e, como seria de esperar, com ela a violência, mas de forma proporcional. Não somos mais vis que os habitantes da antiga Roma, existe é uma facilidade de espalhar notícias como nunca antes vista. Claro que a condenação, tanto social e judicial, de atos contra a integridade humana até aumentou, mas isso parece não entrar nas vossas equações.
Quanto à questão das crianças andarem na rua antigamente e agora ser tudo muito mais perigoso temos de ter atenção a duas coisas: os órgãos de comunicação social beneficiam com a publicação de tudo o que é sensacionalista, e ao mesmo tempo, os pais também se retraem quando pensam em deixar os filhos na rua ou noutro sítio qualquer, em consequência desses relatos.
Para além disso, os perigos sempre estiveram lá, agora nós, na condição de crianças, é que não tínhamos noção desses mesmos perigos.
Em suma, é necessário notar que estes discursos inflamados já estão fora de moda e não resolvem muito, nada até. O nosso sistema de justiça pode ter muitas falhas, mas não é a apontar o dedo aos criminosos e pedir em praça pública apenas a sua punição que se extinguem ou evitam problemas destes.
Ricardo Martins 44524
Ricardo Martins a 19 de Novembro de 2012 às 16:35
Num país onde tudo parece ainda calma e pacífco relativamente a outros países, é assustador depararmo-nos com situações extremas que nos revoltam mas que, principalmente nos preocupam.
Sem motivo, sem razaão aparente uma jovem é agredida e, ao que parece, ninguém ajudou, ninguém quis saber. O que estará atrás disto, deste fenómeno de violência que não faz parte do nosso caráter? O que levará a pessoas aparentemente normais, sem disturbios visíveis a realizar um ato desta natureza?
A minha preocupação é simples, se uma pessoa estiver algures no meio de um espaço social, como numa rua, num mercado, ou mesmo num cinema, sozinha sem nenhuma pessoa de confiança por perto e algo correr mal como se pode sentir segura ou amparada para pedir ajuda? Eu sei que desde crianças que nos ensinam a não confiarmos em estranhos, mas não havia uma certa segurança pessoal dentro de nós se algo atroz nos acontecesse num espaço público? Onde ficou isto tudo afinal?
Maria Simiris a 27 de Novembro de 2012 às 19:53
* Maria Simiris nº 44865
Maria Simiris a 27 de Novembro de 2012 às 19:55
Pode parecer chocante Raquel, mas a nossa sociedade sempre foi assim, são daqueles que "vêm e calam", sempre com medo de sofrerem represálias. É absurdo alguém estar a assistir a uma situação dessas e ficar ali, a ver, sem fazer nada, como se fosse um programa de televisão. Talvez seja essa uma das razões que faz os portugueses serem tão insensíveis, a televisão, sendo que ela nos mostra tantas atrocidades, que já achamos comum o homem matar a mulher, ou vice-versa. A violência está cada vez a tornar-se um assunto mais banal, pois já acontece tanto, que as pessoas não dão importância.
O problema, em parte, não está na maneira como as pessoas são educadas, mas sim na falta de respeito para com as outras pessoas. Essa gente que acha que tem o rei na barriga, age impulsivamente, sem querer saber o que pode acontecer ou se prejudica os outros, até chegar a estes extremos.
Mariana Costa nº44804
Mariana Costa a 2 de Dezembro de 2012 às 16:28
Eu penso que o facto de ninguém interferir com o que se passou está relacionado com a típica atitude da sociedade portuguesa, em que os indivíduos apenas se incomodam quando algo põe em causa a sua integridade física e/ou moral, sendo que não existe uma preocupação nem um sentimento de solidariedade para com o próximo. O típico pensamento é: "Deixa-me estar quieto senão ainda sobra para mim!"
Isto revela uma fraca presença de valores morais e éticos na nossa sociedade, o que é algo bastante preocupante, pois é o facto de cada um só se preocupar consigo próprio, que contribui em grande parte para a situação económica e social que o país (bem como todo o mundo de uma forma geral) atravessa atualmente.
José Filipe Bela (39128)
José Bela a 2 de Dezembro de 2012 às 19:01
É lamentável esta situação. O indivíduo que cometeu a agressão só tem de ser punido de acordo com a lei.
Agora atenção, não podemos partir de um caso isolado e culpar toda a sociedade. Concordo com o Ricardo quando diz que agora há uma maior projeção destes crimes, isto deve-se claro à globalização e ao desenvolvimento dos meios de comunicação, onde está (infelizmente) presente o sensacionalismo.
Portugal é um país pacífico em comparação com o resto do Mundo (basta consular os vários índices disponíveis, tal como o Índice Global da Paz).
É verdade que hoje existe uma inércia das pessoas em ajudar, mas isto não é típico português, é um problema global. Vivemos numa sociedade onde reina o individualismo e só nos temos que combater esta insensibilidade, para que possamos viver numa sociedade mais cívica e solidária.
Pedro Cardoso, nº 44525
Pedro Cardoso a 8 de Dezembro de 2012 às 02:26
Além da atrocidade feita para com a tal rapariga e ainda por cima com uma justificação dessas, está bem patente as características da sociedade portuguesa. Podem ver alguém ser mal-tratado, atacado verbal ou fisicamente, e não fazem nada, passam e ficam a olhar, sim porque, nós portugueses somos muito bons também nisso, em ver a confusão ir la espreitar e comentar, mas ninguém ajuda quem realmente está em apuros. Não conhecia esta noticia mas fica o alerta para termos sempre cuidado com o que dizemos e/ou fazemos ao pé de desconhecidos, porque podemos estar a dar sinais, supostamente duvidosos, a pessoas com outras teorias de vida e que resultem em actos como este. Denota-se também que vivemos cada vez numa sociedade mais agressiva e que resolve tudo com violência e sacrificando a vinda uns dos outros em prole das suas crenças.
Carolina Piquet, nº 45645
Anónimo a 17 de Dezembro de 2012 às 01:02