Como todos sabem, o programa ³Ídolos² é um concurso musical que estreou em
Portugal em 2003, na SIC.
Foi baseado no formato britânico ³Pop Idol², criado por Simon Cowell.
Este programa começa com audições em vários pontos do País, onde podem
concorrer todos os jovens que tenham entre 16 a 36 anos. Inicialmente serão
avaliados por um grupo de júris num pré-casting, onde se passarem, lhes são
dados conselhos de imagem. De seguida passam para a chamada 1ª fase de
casting (fase oficial) com um grupo de jurados que geralmente são figuras
públicas e entendedores de música. Seguem-se várias audições, a solo ou em
grupo, onde serão seleccionados os melhores. Os 20 concorrentes finais terão
presença nas galas, onde a cada semana cantarão um novo tema, e o
concorrente menos votado pelo público sai da competição, até ficarem apenas
3 concorrentes, que disputarão na gala final o título de vencedor.
Num mundo dominado pelos media, as estações de televisão estão
constantemente na chamada guerra pelas audiências, tendo como objectivo ter
a maior audiência possível, que lhes vai conceder mais publicidade, e
instantaneamente mais receitas. Neste seguimento é justificável a seguinte
questão: não serão estes programas de certo modo ³manipulados² pelas
próprias estações televisivas de modo a garantir o maior número de
audiências? O que vocês acham?
Iris Duarte
N.º37385
C.C.
Quero começar primeiro por falar na obsessão que Portugal tem em pegar em programas estrangeiros e fazê-los cá. Não há um único concurso do género em Portugal, seja agora seja nos últimos anos, que não tenha sido a adaptação de um modelo internacional. E o pior é que copiam mas o nosso acaba sempre por parecer pior que o original. Falando dos Ídolos em particular, só o painel dos jurados chega para demonstrar a falta de credibilidade do programa. Inspirado num Simon Cowell (infame pela sua língua afiada no concurso) temos o senhor Manuel que chega a roçar o rude e a má criação com os seus comentários que não são nem felizes nem construtivos. E depois temos o Tony Carreira e o Pedro Abrunhosa, exemplos ideais da música mais básica que se faz em Portugal, que têm muitíssima competência para criticarem seja o que for do talento musical dos participantes. E por último, nesta edição e também nas anteriores, temos sempre uma mulher na mesa (neste caso a Bárbara Guimarães) que só comenta a personalidade/imagem dos concorrentes. Eu podia elaborar sobre o quanto eu acho sexista haver sempre uma representação feminina nos jurados que basicamente não tem nada relevante a jurar, mas nem vou por aí...
Sobre a questão da manipulação do conteúdo do programa, sem dúvida que isso acontece. Eu tenho conhecimento de pessoas com muitíssimo talento e formação musical que foram aos pré-castings e não passaram, e no entanto vemos os "cromos" passarem. Quer-se fazer boa televisão e boa televisão é aquela que prende as audiências porque o que povo gosta é de rir com a má figura dos outros. Eu sou um bocado cético em relação ao próprio processo de eliminação e votação. Pergunto-me se a produção do programa não terá também a sua influência em manter determinado concorrente, se isso resultar em manter as audiências do concurso.
Ricardo Pinto 41913 a 8 de Junho de 2012 às 11:17
Ricardo, concordo com tudo o que dizes, exceto quando afirmas que o Pedro Abrunhosa representa do que mais básico se faz no nosso país. Para mim e para muitos é um dos artistas mais originais e que mais roça a verdadeira poesia nas letras de muitas das suas músicas. Sem ser convencional, ao invés de cantar como os demais, ele sussurra e usa a sua voz de uma forma a dar um cunho próprio ao que "proclama". Tem trabalhado com artistas de renome e a sua música é realmente de qualidade, tendo também muitos trabalhos não só com banda, mas também ao piano. Já atuou no estrangeiro tantas vezes e tantas vezes encantou pela sua forma própria de expressão musical. E se repararem ele é dos jurados que faz melhores críticas, mais construtivas e que vão diretamente de encontro com o que se deve dizer a jovens sem experiência e que necessitam de serem guiados. Penso que há de ter consciência do que uma artista faz e é antes de dizer que é básico. Tirando isso, tens toda a razão. Portugal peca pela falta de originalidade na criação de programas, limitando-se a fazer copy paste mal feito do que é feito lá fora.
Ana Félix a 12 de Junho de 2012 às 02:47
Na minha opinião poucas carreiras se formam a partir destes programas, pois só têm visibilidade naquele momento, caindo depois no esquecimento. Acho que estes programas só procuram as audiências e não em formar verdadeiros artistas, por isso mesmo é que expõe os participantes das formas que mais agradam à produção e não sei até que ponto o voto das pessoas é totalmente contabilizado,pois acredito que os concorrentes também são escolhidos pela produção devido ao seu mediatismo e consoante o impacto que causam no público.
Tal como o Ricardo referiu, há diversas pessoas com talento que nem sequer passam no pré-casting, enquanto outras que só vão fazer palhaçadas passam. Estes programas pretendem é entreter as pessoas, mostrarem o que estas gostam de ver e por vezes acho que se perde um pouco de qualidade e o próprio objetivo do programa não é totalmente cumprido.
Sara Pardal n.º 41947
Ricardo, concordo com tudo o que dizes, exceto quando afirmas que o Pedro Abrunhosa representa do que mais básico se faz no nosso país. Para mim e para muitos é um dos artistas mais originais e que mais roça a verdadeira poesia nas letras de muitas das suas músicas. Sem ser convencional, ao invés de cantar como os demais, ele sussurra e usa a sua voz de uma forma a dar um cunho próprio ao que "proclama". Tem trabalhado com artistas de renome e a sua música é realmente de qualidade, tendo também muitos trabalhos não só com banda, mas também ao piano. Já atuou no estrangeiro tantas vezes e tantas vezes encantou pela sua forma própria de expressão musical. E se repararem ele é dos jurados que faz melhores críticas, mais construtivas e que vão diretamente de encontro com o que se deve dizer a jovens sem experiência e que necessitam de serem guiados. Penso que há de ter consciência do que uma artista faz e é antes de dizer que é básico. Tirando isso, tens toda a razão. Portugal peca pela falta de originalidade na criação de programas, limitando-se a fazer copy paste mal feito do que é feito lá fora.
Ana Félix a 11 de Junho de 2012 às 22:36
este comentário foi mandado por engano para a Sara, mas é para o Ricardo.
Ana Félix a 12 de Junho de 2012 às 02:48
Assisti ao trabalho final sobre este tema que apresentaram no âmbito da disciplina de Música na Comunicação.
Interessante abordagem aos casos americano e britânico - com a exposição de conteúdos dos programas American Idol, Pop Idol, X-Factor e Britain’s Got Talent - e a relação directa à figura do produtor Simon Cowell.
«Em Portugal, a música tem sempre acompanhado a produção televisiva», disseram, dando como exemplo os programas Chuva de Estrelas, Cantigas da Rua, A Tua Cara Não Me é Estranha, Operação Triunfo e Casa de Artistas – todos eles são, ou foram, programas com uma forte componente musical, por onde passaram vários artistas nacionais (Anjos, Dzr’t, João Pedro Pais e Sara Tavares são alguns deles).
Nuno Brito a 9 de Junho de 2012 às 23:49
Eu penso que estes programas como o «Idolos», o «Achas que sabes dançar» e etc. Têm muito que se lhe diga. Pois, na minha opinião, a televisão manipula e controla aquilo o próprio programa em si, dando mais atenção ao concorrente X e Y e descartando o concorrente W ou B.
Ainda há uns tempos atrás levantou-se questões polémicas acerca desta situação. Pois numa edição anterior dos «Ídolos», foi referido em várias revistas que existiam concorrentes que estavam praticamente na fase final e que nem sequer tinham aparecido uma única vez na televisão.
A televisão mostra aquilo que faz ter mais audiências e priveligia uns em vez de outros, o que é por um lado injusto, mas também é compreensível face aos milhares de concorrentes que existem em programas como este.
Em relação ao futuro dos finalistas dos «Ídolos», penso que tem sido um autêntico fracasso. Onde estão os vencedores das edições anteriores? O que é que eles já fizeram e produziram? Estão a conseguir fazer carreira no mundo da música?... São questões que todos nós colocamos.
Tem-se observado ao longo dos tempos que a participação nestes tipos de programa não tem trazido os talentos portugueses para a ribalta, só se houve falar de fulano X ou Y quando o programa está a decorrer. Quando acaba, os seus nomes caem no esquecimento. Portant, penso que é uma questão que deve ser tida em conta pelos próprios media, pois é necessário e indispensável, que se dê valor aos participantes neste programas e que se lhes propocione meios para eles terem sucesso.
José Filipe Bela nº39128
José Bela a 10 de Junho de 2012 às 23:01
Os programas de "caça-talentos" em Portugal estão a ficar demasiado gastos. Não passam de cópias baratas de programas estrangeiros e os talentos, quando realmente existem, o que na minha opinião é muito raro, Portugal não sabe o que fazer com eles. Aparecem, toda a gente fala deles, criam-se contas no facebook de apoiantes, o programa acaba e puff, a magia acontece, desaparecem totalmente.
A verdade é que acredito que Portugal tenha muitos talentos por aí, mas não há ninguém que os consiga agarrar, apoiar, fazer deles alguém. Muitos deles acabam por arranjar produtores "baratos" e cair no ridículo. A prova disso é que o próprio prémio do Ídolos português é ir estudar para uma escola em Londres.
Falando mais sobre a manipulação, é claro que existe manipulação, é claro que eles pensam muito em audiências, mas também não nos podemos esquecer que é disso que a televisão vive. E não podemos ser hipócritas, talvez nem todos mas a maior parte vê os castings dos idolos porque gostam de se rir um bocadinho com os cromos. E sinceramente não é gozar com essas pessoas, porque a meu ver elas sabem muito bem que vão ali fazer figuras, que não sabem minimamente cantar, mas vão só procurar os seus dois minutos de fama.
Joana David, 43169
Anónimo a 11 de Junho de 2012 às 16:09
Penso que esses programas são altamente manipulados no sentido de conseguir maior audiência.
Reparem que há sempre concorrentes de todos os cantos do país, no caso dos Ídolos, por exemplo, até nas galas, é muito importante para as audiências ter representantes do Algarve, Lisboa e Porto.
Como já foi dito, infelizmente os melhores não passam todos, passam os meninos bonitos ou os palhaços.
Luis Felisberto a43143 a 12 de Junho de 2012 às 20:02