Todos diferentes mas todos iguais

Há vinte ou trinta anos atrás eram poucas as pessoas que tinham o corpo
tatuado: e as que tinham ou o escondiam, ou eram marginalizadas pela
sociedade.
Hoje em dia o cenário é outro. As tatuagens, primordialmente símbolos
tribais e de contraculturas, invadiram o mainstream. Mas não são só as
tatuagens. De piercings a rastas, passando por cabelos rosa, roxos e azuis,
todo o catálogo de modificações corporais que se tinham como alternativas
banalizou-se. Atualmente são quase tantos os jovens que já modificaram algo
em si como os que nunca o fizeram.
Eu acredito que estes hábitos recentes se devem às aspirações e preocupações
da nossa geração: em que cada indivíduo deseja se apresentar e quer ser
reconhecido como original e único no meio da multidão. A questão que eu
levanto, com esta quase estandardização dos estilos alternativos, é até que
ponto podemos ser diferentes se toda a gente é igualmente diferente? Será a
alternativa a nova norma? E então será o normal o novo alternativo?


Ricardo Pinto
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publicado por - fcar - às 20:27 | comentar | favorito