Há dias no mini bus em Faro uma senhora na casa dos 60 anos replicava a alta
voz que lá "no estrangeiro" as crianças levantavam-se para os idosos se
sentarem. A mãe de um miúdo, que por sua vez já a tinha ouvido até mais não,
perguntou se até crianças com 6 anos iam em pé nos autocarros para os idosos
se sentarem. E a senhora continuou a insistir que lá "no estrangeiro" sim,
todas as crianças davam o seu lugar. Isto tudo se passou porque naquela
paragem estavam estes três intervenientes da história: a senhora idosa, o
miúdo de 6 anos e a mãe. Quando entraram só dois lugares estavam livres e o
miúdo foi a correr sentar-se porque a mãe assim lho tinha pedido para que
com as curvas (nada delicadas!) que o mini bus faz, o miúdo não caísse!
Entretanto a senhora entra e sem meias medidas exige à criança que se
levante para que ela se possa sentar. Não sei, não sei mesmo se na lei diz
que crianças devem ir em pé nos transportes públicos para que os idosos
possam se sentar. Também não sei até onde a "lei ética e da boa educação"
pode ser aplicada sem se tornar um abuso sem nexo. Fiquei relativamente
INCOMODADA com a conversa da senhora, eu e todos os outros utentes do mini
bus, até que um senhor se levantou e disse ao miúdo para se sentar. De
reforçar que eu já estava em pé desde que tinha entrado no autocarro...
Digam-me de vossa justiça: era um dever do miúdo levantar-se para a senhora
se sentar ou já estamos a entrar no campo do excesso quando se pede que
crianças respeitem estas regras que nem nós próprios sabemos de onde
surgiram?
Ana Marques a39301
Penso que é um completo exagero da senhora ou de quem tem esta atitude, achar que por ser idosa é um dever da criança levantar-se, para lhe ceder o lugar... não conheço o que diz a lei relativamente a este assunto. Mas defendo que considero isto um comportamento "triste", usado por pessoas para quem, tudo serve como forma de protesto e que acham que em todos os momentos o seu ponto de vista é o que está correcto, pensando apenas no bem de si próprio. Já presenciei situações destas várias vezes, incomodam bastante! Para além disto, qualquer pessoa de bom senso não esquece que o comportamento de uma criança pode ser imprevisto, descuidado, até por vezes conflituoso, portanto é de prever que seja favorável a criança ir sentada, o que vai fazer com esta possa estar mais sossegada.
Anónimo a 18 de Dezembro de 2010 às 00:22
Abusivo ou não. A realidade é esta, os lugares ao pé do motorista são prioritários, sendo estes reservados a idosos, grávidas e crianças até aos 8 anos( penso eu)

.
Não sei que idade tinha a criança, ou que idade real tinha a senhora, mas penso que a culpa não é de quem se senta mas sim de quem assiste impune sem se manifestar.
chibi a 30 de Dezembro de 2010 às 17:10
Não me parece. A criança foi sentada, tal como a senhora idosa. Na verdade, iniciar um conflito nem sempre é a melhor solução.
Ana Marques
Anónimo a 6 de Janeiro de 2011 às 22:02
Nunca andei de autocarro por estes lados, mas nos autocarros em lisboa ( suponho que sejam todos iguais), existem lugares que estão visivelmente marcados para que sejam utilizados por pessoas idosas, incapacitadas ou mulheres grávidas. Os bancos em que estas pessoas têm prioriade são vermelhos, o que contrasta com a cor dos restantes bancos do autocarro, e estão sinalizados com placas com os emblemas que já estamos habituaos a ver noutros sitios, como as caixas dos supermercados e nos parques de estacionamento. Quando comecei a andar de autocarro em lisboa perguntei á minha mae como funcionava o sistema, se eu me podia sentar nesses bancos no caso de irem vazios, a explicação foi que me podia sentar mas que se viesse alguem com as caracteristicas prioritarias teria obrigatoriamente que me levantar. No caso do resto dos bancos do autocarro que dependeria do meu bom senso. E o cerne da questão está aqui, no bom senso das pessoas, acho que é simpatico ceder o lugar a um idoso que não tem lugar sentado, mas ninguem me obriga a isso, quanto mais a obrigação da cedência por parte de uma criança que é tão fragil como um idoso e tem comportamentos mais instaveis precisando muitas vezes de ser vigiado por um adulto.
tatiana contreiras 34722
Tatiana Contreiras a 21 de Dezembro de 2010 às 05:29
Concordo com a Tatiana, a questão aqui fica ao cabo do bom senso de cada um. Mas é muito normal por este Portugal fora situações destas. Alguns idosos, muitos deles ainda perfeitamente capazes, que se queixam que não lhes cedem o lugar nos autocarros, que não os deixamos passar à frente na fila do supermercado, tudo porque "oh minha menina, só tenho estas 3 coisinhas".. Mas o que é certo é que normalmente, se forem idosos e precisarem mesmo de um lugar, ou de passar à frente, de qualquer tipo de ajuda, há quase sempre alguém com o bom senso suficiente para o fazer, mas quando são apenas pessoas mais velhas mas com o famoso "chico-espertismo" português aí o caso muda de figura...
Liliana Lourencinho a 30 de Dezembro de 2010 às 23:23
Concordo que hoje em dia as pessoas já não sabem o que é correcto ou errado. Já vi situações em que mesmo os idosos entre si sejam cruéis Lembro-me bem de uma senhora já bastante idosa entrar no autocarro, era visível que a senhora tinha dificuldades em manter-se de pé quanto mais andar. Outra senhora idosa, em vez de oferecer o seu lugar à outra senhora simplesmente comentou que pessoas com aquela idade não deveriam andar de transportes públicos dado que só ocupam lugar. Muitas vezes são os jovens que levam com as culpas por não deixarmos sentar um idoso ou uma grávida. E situações com grávidas há bastantes.
Anónimo a 6 de Janeiro de 2011 às 17:05
Já fui confrontada com situações parecidas várias vezes. Apesar de não andar muito pelos transportes públicos, há muitas situações em que pessoas mais idosas sentem ter prioridade em relação aos outros. Muitas vezes isto é justificado, pois não têm a mesma resistência física e têm por isso direito a uma secção prioritária no autocarro, por exemplo. Mas está tingido a uma 'secção' por uma razão, e isto significa que idosos não têm prioridade sobre os mais novos no restantes lugares no autocarro. Esses restantes lugares sim, vão depender da boa vontade de cada um, e isto implica respeito e boa educação, que é o que a senhora idosa nesta situação não teve e que estava a exigir à criança.
Não estou muito informada em relação a como isto é resolvido nos países 'estrangeiros', mas um princípio mundial será: quem exige respeito, deverá começar por respeitar os outros.
Ana, só uma curiosidade. O que é que a mãe da criança fez ao aperceber-se da situação?
Maartje Vens n.º39319
Maartje Vens a 7 de Janeiro de 2011 às 06:21
Concordo sem dúvida, com o primeiro comentário.
Acho ridículo que a senhora se "ache no direito" de exigir que a criança se levante. Geralmente o bom senso de cada um (que aparentemente não domina sempre) deve levar a que se tomem atitudes, tais como ceder o lugar alguém de idade, ou com dificuldades motoras ou mesmo grávidas.
No entanto, a senhora por "exigir" o lugar, ainda mais a uma criança, quase que perde a razão.
Denise Horta a39310
Denise Horta a 10 de Janeiro de 2011 às 22:06
Concordo sem dúvida, com o primeiro comentário.
Acho ridículo que a senhora se "ache no direito" de exigir que a criança se levante. Geralmente o bom senso de cada um (que aparentemente não domina sempre) deve levar a que se tomem atitudes, tais como ceder o lugar alguém de idade, ou com dificuldades motoras ou mesmo grávidas.
No entanto, a senhora por "exigir" o lugar, ainda mais a uma criança, quase que perde a razão.
Denise Horta a39310
Denise Horta a 10 de Janeiro de 2011 às 22:08
Credo. A senhora não tinha nada que exigir algo que não estava no seu direito. Mas também pergunto-me "E todas as pessoas que estavam a assistir sentadas?!" Não podiam simplesmente ceder o seu lugar? O míudo precisava do assento mas aposto que andava ali muita gente que passava bem a viagem de pé.
Maria João Parente nº 39321 a 13 de Janeiro de 2011 às 22:44