Dia da Restauração da independência

No dia 1 de Dezembro de 1640, os portugueses restaurarão a independência de
Portugal, entregue à dinastia filipina (de Espanha) desde 1581, quando
Filipe (I de Portugal, II de Espanha) é aclamado rei, devido a uma crise
dinástica que se vivia desde o desaparecimento do rei D. Sebastião na
batalha de Alcacer Quíbir. Esta submissão ao povo castelhano durou 59 anos,
embora durante todo esse tempo houvesse grupos de revoltosos que sempre
tentaram obter apoio das classes mais importantes para recuperarem a
independência do país.
Quando em 1640 os nobres portugueses, muitos deles desiludidos com o não
cumprimento das promessas dos monarcas decidem revoltar-se. Na verdade,
nesse mesmo ano de 1640, durante o Verão, um outro país da península ibérica
decidiu revoltar-se contra exactamente o mesmo estado de coisas e expulsar a
família real dos Habsburgo.
A monarquia hispânica estava envolvida na chamada guerra dos trinta anos e
se não tinha na altura meios eficazes para esmagar a revolta na Catalunha,
muito menos os tinha, para combater a revolta em Portugal.
Ao despontar do dia 1 de Dezembro de 1640, o que deve ter acontecido por
volta das 07:00 horas entram no palácio real cerca de 40 nobres portugueses,
conhecidos pelos «conjurados», que rapidamente controlam a guarda. Procuram
o secretário de estado Miguel de Vasconcelos cuja morte tinha sido
inicialmente determinada. Executam-no, e obrigam pela força a duquesa de
Mântua a ordenar a rendição das forças fieis ao monarca Habsburgo no castelo
de São Jorge e nas fortalezas que defendem o rio Tejo, a torre de Almada e a
torre de Belém.
Só por volta das 10:00 horas da manhã é que o povo de Lisboa tem
conhecimento do sucedido, já o duque de Bragança é Rei de Portugal.
Quando a notícia começa a chegar ao reino de Castela os estudantes
portugueses da universidade de Salamanca abandonam a cidade e voltam a
Portugal para se alistarem no exército.
Já os nobres portugueses que se encontravam em Madrid dividem-se em dois
grupos.
Enquanto uma parte junta os seus haveres e volta para Portugal, outra parte
acaba por preferir as vantagens e o dinheiro que a sua presença na corte
madrilena lhes davam, não retornando a Portugal e mesmo lutando contra a
independência do seu próprio país.
No entanto, contra todas as expectativas, contra muitas previsões e contra a
própria lógica, o país resistiu e ainda hoje é difícil entender como o
conseguiu fazer.

Ana Parra nº39302
publicado por - fcar - às 21:07 | comentar | favorito