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Mai 22

Controlo de grupos em poder sob o discurso público

A informação é a “moeda” do século XXI. É a informação que move as sociedades e nações, mas nem toda a gente têm um acesso transparente e constante a esse fluxo de informação, pois é detida pelos “grupos poderosos”, ou seja, conglomerações e empresas privadas, cujo seu trabalho é a divulgação de informação de forma (supostamente) transparente e imparcial, mas isso nem sempre acontece. Na minha perspetiva podemos fazer referência à CMTV (Correio da Manhã), que muitas vezes, no âmbito de adquirir mais atenção ao seu jornal e canal de televisão, acabam por distorcer as suas notícias, seja no título ou na notícia em si. Este fenómeno é denominado de “clickbait” e tem sido uma estratégia muito frequente nos últimos anos. Apesar de ser uma tática enganosa, devido ao poder e presença que muitos jornais e empresas (os grupos poderosos) detêm, raramente os mesmos sofrem consequências dos seus atos. Este é apenas um dos exemplos de como entidades acabam por ser intocáveis face à sua manipulação do discurso público, que é constantemente alterado e controlado.


Daniel Fernandes 71796

publicado por - fcar - às 23:44 | comentar | ver comentários (1) | favorito

A hipocrisia e o virar da cara

            Os meios de comunicação tomaram a guerra que eclodiu entre a Rússia e a Ucrânia aproveitando-se para conseguirem cimentar as suas ideias da Rússia no mundo inteiro. Após os primeiros movimentos militares de ambos os lados, os media já estavam preparados para os ataques que poderiam criar contra a Rússia. Enquanto, condenam a guerra e todas as suas variáveis, idolatram certas atitudes feitas pelos países ocidentais.
            Enquanto Zelensky é inaugurado como o exemplo de líder e glorificado daqui aos céus, é esquecido por completo, as casualidades que ambos os lados sofrem, as sanções que estão a ser colocadas na Rússia que no final do dia é o povo que paga e mais uma vez sofre, e o aumento de impostos e preços que todos os países da Europa sofrem neste momento e assim tapam e calam as vozes que reclamam.



            O presidente da Ucrânia, há muito criticado pelas suas ligações a partidos neonazistas com apoios do Batalhão Azov e da forma como subiu ao poder, tornou-se um ídolo nos meios de comunicação e redes sociais. Os refugiados foram recebidos de  braços abertos, e muito bem, com humanidade e pena. Líderes de países discursaram e combateram contra as palavras de Putin, que há muito quebra acordos e direitos humanos. Mas onde está essa ferocidade da UE quando se fala do Médio Oriente? Dos refugiados que fugiram de guerras, tais como a da Ucrânia e da Rússia, conflitos criados pelos interesses das potências mundiais. Vidas que foram retiradas e transformadas em percentagens? Onde estava essa atitude quando os palestinos pediram ajuda?
            Os meios de comunicação pintaram-nos como terroristas e de como alguns casos representavam a comunidade toda. A humanidade aí já não estava de braços juntos, como devia de estar. Condena-se a guerra, mas só quando nos toca, e infelizmente, devido a um conflito de interesses, entre duas figuras políticas, a Europa e a vida de muitas pessoas, tornaram-se no palco e os seus respectivos adereços.



            Nestes contextos, o culto de personalidade já não existe, não se é glorificada a forma como se lida com a Guerra. Mas, nesta nova guerra, os media são apanhados a alterarem os pontos de vista das pessoas, e nada se faz, entretanto o passado é desfocado e as narrações modificadas para apaziguarem os estereótipos criados nas massas.



            Os interesses ocidentais, as potências e até mesmo a UE apoderaram-se de situações de morte e vida e criaram o seu jogo de monopólio, enquanto russos, ucrânianos, palestinianos e muitas outras vidas inocentes são arrancadas e violadas pelo prazer ganancioso.


Cátia Coutinho a72850 

publicado por - fcar - às 21:00 | comentar | favorito

Televisão vs Jornal

A televisão é um meio que nos dias de hoje se encontra disponível para a maior parte das pessoas e que, de entre os restantes meios de comunicação, é o mais consumido. Este fator deve-se talvez à sua ambiguidade de informar/entreter, mas também devido à sua facilidade de acesso e rapidez de obtenção da informação. Isto é, sendo a televisão um meio de comunicação que apela maioritariamente à audição, torna mais rápida a compreensão das notícias que são transmitidas. A televisão é ainda uma fonte de informação que se desenvolve de forma mais interativa, com o uso de vídeos e de reportagens, fator esse que também contribui para o aumento do interesse e da preferência pela mesma.



No entanto, não podemos generalizar estes fatores a todos os gostos e preferências dos cidadãos. Também o jornal, ainda que, hoje em dia, seja um órgão de informação pouco alcançado por determinadas faixas etárias da nossa sociedade, é bem capacitado de dispor corretamente notícias. A forma como a informação que o preenche é apresentada, faz com que este órgão de informação se torne mais sensível e preferido àqueles que são fãs de ter em mãos a sua leitura. Muitas das vezes, a interiorização da informação é maior quando dispomos de um elemento físico, onde possamos também despertar os nossos sentidos táteis e olfativos, para além dos visuais. Numa perspetiva pessoal, o jornal é o órgão de informação que melhor se adequa à obtenção de informação. Ao contrário da televisão, tem a particularidade de o leitor poder organizar a sua informação e procurar as notícias que despertem mais o seu interesse, bem como a particularidade de o mesmo poder reler as notícias quando quiser. É, por isso, um meio de comunicação mais maleável ao seu leitor, tanto no seu sentido figurativo como literal.



 



Marta Condeça, 71735

publicado por - fcar - às 17:23 | comentar | ver comentários (4) | favorito (1)

Artes e o seu fim

Não é mentira quando se afirma que as línguas e as artes são extremamente ignoradas no mundo da educação, incluindo o ensino superior. Se existem, são rodeadas por poderosos estereótipos que as mantém longe do foco na academia. A UAlg não se mostra ser diferente destas ideias.



            Em 2022, o curso de artes, da nossa faculdade, levou às redes sociais o seu descontentamento e demonstrando a razão para tal. Desde péssimas situações de ensino, a falta de material, a não terem um bloco especializado para o seu curso e aulas. Agora, o choque assenta. Artes estava a ter aulas nos serviços técnicos, com péssimas condições que levou a uma inundação que arruinou os trabalhos de muitos alunos. Uma revolução cresceu e implantou-se em vários alunos e no curso artístico inteiro.



            O que foi feito? Nada. Ou melhor, nada que valesse a pena. A associação académica mal se mexeu, combinando apenas uma reunião entre o reitor e o curso de artes, e a faculdade manteve-se muda durante a situação toda. Mostrou-se indiferente, como se a educação não fosse necessária, já que o dinheiro já tinha ido para o bolso. Digo isto, já que Artes não tinha condições, mas 12 milhões foram dados para um edifício com o final, muito resumidamente e sem a glorificação da hierarquia, de empreendedorismo, a criação de empresas e desenvolvimento das mesmas. Claro que podemos afirmar que aparenta ser uma plataforma para certos estudantes que após licenciados querem começar a sua startup, contudo, como reitor de uma instituição de ensino pública tem a obrigação de priorizar certas situações que se mostram necessárias e prejudiciais para o ensino dos seus estudantes. As artes encaixavam nessa situação. Jovens que queriam seguir o seu sonho e foram enganados pelas palavras bonitas da descrição do curso quando se inscreveram.



            Antes de mencionar a reunião entre os alunos de artes e a hierarquia da universidade, temos que relatar quando o diretor da faculdade de ciências humanas do Algarve em plena televisão nacional, acusou os alunos de deixarem os trabalhos na faculdade, quando deviam de os ter levado para casa. Para uma pessoa que vive no Algarve e está no mundo da educação permaneceu na ignorância no que toca às proporções e materiais utilizados na criação de tais trabalhos, para além de que os transportes públicos presentes em Faro, não mostram ser os ideias para carregar paletes de 1 metro ou mais de comprimento e/ou largura. Isto demonstrou a falta de compreensão que as artes sofrem no mundo do ensino e que poucos se mostram presentes para as defenderem.



            Consequentemente, a reunião levou à terminação do curso de artes na universidade da UAlg, mostrando que a mesma nunca teve a intenção de melhorar e desenvolver o mundo académico e que permanecerá com a trela naqueles que lhe dão mais propósito e atenção. Este curso durante os anos em que permaneceu calado, teve a piedade da faculdade de continuar a existir, mas, no momento, em que as vozes foram mais altas e ações foram tomadas, o mal foi cortado pela raiz, sem nunca se olhar para trás. UAlg não representa educação, mas sim ganância e comodidade.


Cátia Coutinho a72850 

publicado por - fcar - às 17:18 | comentar | ver comentários (2) | favorito

O Poder da Leitura

De entre toda a educação que recebi do meu pai, que foi muita, destacaria a sua preocupação constante de desenvolver em mim o gosto pela leitura. Associada a esta, o conhecimento. Lembro-me de ele me dizer que não bastava eu ter boas notas se não fosse uma boa cidadã informada. Dizia que um indivíduo sem conhecimentos, era uma pessoa infeliz.



Sou defensora de que não nos devemos arrepender de decisões passadas, a menos que tenham sido verdadeiramente comprometedoras. Na altura, decidi não dar ouvidos ao meu pai e seguir com a minha adolescência enfadonha e monótona. Na verdade, chegava a revirar os olhos e um sentimento de ligeira raiva e desconforto apoderava-se de mim por ele estar sempre com a mesma conversa. “Tu não lês. Tens de ler. Lês muito pouco”, dizia o meu pai. Ainda assim, gosto de pensar que se na altura as minhas reações eram essas, talvez se devesse ao facto de ainda não estar preparada para agarrar nos livros e devorá-los, tal como ele faz. Para meu benefício e felicidade, cresci. Há uns anos, a minha visão sobre o mundo alterou-se e comecei a perceber que a leitura tem um poder especial sobre a vida.


Marta Condeça, 71735 

publicado por - fcar - às 17:15 | comentar | ver comentários (5) | favorito

Tauromaquia é cultura ou cobardia?

Ocorreram 207 espetáculos tauromáquicos em Portugal, no ano de 2019. 469 mil pessoas dirigiram-se às arenas para assistirem à “tourada à portuguesa”. Faz lembrar as denominações dos pratos tradicionais, com a exceção de que neste, o animal é igualmente morto, mas não chega a servir de refeição.



Durante os últimos dois anos, coincidentes com a crise pandémica, as praças de touros, tal como os restantes espaços culturais, foram encerradas e o número de espetáculos tauromáquicos diminuiu drasticamente. Isto porque as touradas são consideradas cultura e, cada vez mais, entretenimento. Por outro lado, é de louvar que as arenas tenham tido as portas fechadas, o que contribuiu para um descanso, ainda que temporário, destes animais.



É recorrente ouvir-se dizer, pelos fanáticos de tauromaquia, que estes são espetáculos verdadeiramente culturais e que estão longe de provocar dor aos touros. Sendo assim, não sei que justificação darão eles para as farpas que lhes são espetadas e para a morte que lhes segue ao espetáculo. Porque sim, não será só em Espanha que estes animais são mortos. A diferença é que na cultura do país vizinho, optam por fazê-lo ainda na arena. Talvez possamos comparar esse momento, quando num concerto, a banda pede para o público se levantar e cantar em conjunto a última canção. Nas touradas, o público levanta-se e aplaude para celebrar os últimos minutos de tortura do touro. Assim dá para perceber que estas são duas formas de cultura perto de serem idênticas, com a diferença de que na primeira ficam marcas de diversão e na segunda, vestígios de sangue.



A tauromaquia é dos melhores exemplos de cobardia do Homem do Séc. XXI. Na Roma Antiga, os principais espetáculos culturais eram caracterizados por colocar o Homem e o animal no mesmo patamar de luta. Isto é, não havia um cavalo que servisse de suporte e benefício (sabemos que dá mais jeito colocar as farpas no touro estando mais alto que ele). Havia somente dois seres vivos na arena, prontos para lutar igualmente pela sobrevivência.



A nossa história está repleta de exemplos de situações que eram consideradas cultura, na altura, mas que hoje são vistas como algo inusitado, como a escravatura ou o canibalismo. Atualmente já não o são porque o ser humano evoluiu e, felizmente, tornou-se capaz de entender o que é digno de ser aplaudido. Tal como olhamos para o passado, no futuro iremos fazer o mesmo e ficar incrédulos pelo facto de torturarmos touros em troca de palmas. 

publicado por - fcar - às 17:08 | comentar | ver comentários (1) | favorito

A24 e o seu sucesso

A24



 



Nos últimos anos têm-se assistido à ascensão de filmes “indie” (filmes independentes, que normalmente não trabalham com grandes orçamentos e produção de grandes estúdios), seja nas bilheteiras ou até mesmo sucesso crítico.



Um dos estúdios responsáveis por esta mudança de paradigma nos últimos anos é o estúdio norte-americano A24, que, em apenas 10 anos de existência, já têm no seu porte mais de 30 nomeações nos Óscares e múltiplas vitórias



O seu processo para escolher e apoiar filmes normalmente baseiam-se em películas que prometem criatividade, intriga e enredos que fogem ao público geral, o que nos últimos anos têm causado uma criação duma audiência bastante específica, mas que promete crescimento.



A relação entre o estúdio e a sua “fan-base” é cada vez maior e apesar dos filmes do estúdio norte-americano serem específicos e feitos para certos grupos de pessoas, o apoio da audiência não parece ter fim.



Num contexto onde o cinema indie é cada vez mais relevante e presente tanto nas bilheteiras como nos críticos, a A24 é coletiva perfeita para elevar estes filmes ao próximo nível, o futuro do cinema indie está em muito boas mãos. 

Daniel Fernandes

a71796 

publicado por - fcar - às 15:15 | comentar | ver comentários (1) | favorito

O dia em que passei no meu exame de condução

Que dia tão atribulado e longo que foi 4 de março de 2022.
Acordo de manhã, mais cedo que o normal para uma sexta-feira, ansioso mas só o suficiente, não estou a pensar muito sobre o exame de condução. Diria que correu tudo bem, o normal para o resto das pessoas, demasiado normal para escrever uma história apenas destinada ao exame de condução já que passei à primeira sem qualquer preocupações. A primeira pessoa a saber foi a minha namorada, os meus pais nem sabiam que eu ia ter exame nesse dia. Decidi fazer-lhes uma surpresa, deixando encima da cama do quarto dos meus pais, um papel que confirmava o levantamento do título de condutor. Mal sabia eu que eles não iam entender o que aquilo significava e que iriam pensar que eu estava a mostrar-lhes um papel de um imposto qualquer que teriam de pagar. Só iriam ficar a saber no dia seguinte, através da minha tia, que ficou a saber através do seu filho (o meu primo) que tinha mencionado que viu a minha carta de condução num snap que eu mandei no dia 4, a mostrar ligeiramente a minha carta sem falar muito sobre o assunto porque eu não me queria gabar. Oof, que corrida de obstáculos que foi esta frase... A segunda pessoa a saber, foi um amigo meu que me tinha desejado boa sorte na noite anterior, mas claro que eu lhe liguei a dizer que chumbei, e só lhe disse a verdade após ele me ter tentado consolar. No mesmo dia, quando voltei às aulas, não confrontei ninguém com a intenção de lhes contar o que tinha acontecido naquela manhã, a não ser que me perguntassem pessoalmente a razão da minha ausência. Apesar de estar bastante feliz por ter passado pelo exame, continuava muito ansioso para o filme que iria ver no cinema nessa noite, que já há algum tempo que antecipava a sua estreia nos cinemas. Como já tinha falado anteriormente com a minha instrutora de condução, este filme iria contar como recompensa/celebração por ter passado no exame de condução, ou como consolo caso eu chumbasse, que não foi o caso. As aulas já tinham acabado nesse dia, por esta altura só esperava a hora do jantar para ir com os meus amigos ver o tal filme e celebrar a minha merecida carta de condução, vou ao telemóvel para ver se me distraio com algo, e não é que descubro que é também o 100º aniversario do filme Nosferatu, um grande clássico cinematográfico na história do cinema, que saiu a 4 de março de 1922 na Alemanha. Que grande sorriso estava espancado na minha cara, já não era possível arruinar aquele dia de forma alguma. No final da noite, após ter finalmente visto o tão esperado filme, que já agora é o The Batman (2022) de Matt Reeves, estava com aquela mini sensação de transe que se tem quando acabamos de ver algo incrível, seja um filme, uma música, uma peça de teatro, etc. Com quase 3 horas de filme, The Batman conseguiu superar as minhas expectativas, deixou todos os meus amigos bastante alegres com o filme, mesmo aqueles que não apreciam tanto ir ao cinema, e definitivamente que deu para falar sobre o filme a viagem toda para casa. O caminho para minha casa ainda era longo, quase uma hora de viagem, já era de madrugada, felizmente o meu amigo deu-me boleia, já que é praticamente meu vizinho. Ao chegarmos a uma localidade perto da minha casa, o meu amigo lembra-se e diz algo do género: "É verdade! tu já tens carta! Não queres conduzir até casa já que tu conheces bem este caminho?" e eu claro que aceitei. Trocamos de lugares, ajustei o banco e o espelho, gravamos um pequeno vídeo de entusiasmados que estávamos pois era a primeira vez que estava a conduzir com carta. Sem exagerar, acho que nem conduzi 70 metros, fui em direção a uma rotunda e para minha surpresa estava uma operação de "stop". A policia simbolizou para eu parar o carro, e como era o meu primeiro dia de carta estava muito empolgado e sorridente, mas ao olhar para o lado, noto que o meu amigo está a stressar porque com anos de carta, ele nunca tinha sido mandado parar pela policia. Falo com o agente da policia, era cerca de 1:00 da manhã e cumprimento-o formalmente mas empolgado. Ele pede-me os meus documentos e os do carro, no qual eu apresento os meus e o meu amigo está à procura freneticamente no porta luvas dos documentos do seu carro. Enquanto isso, tenho uma conversa com o agente de como estava empolgado por ser o meu primeiro dia com carta, e este também empolgado diz: "ai é? então bora lá assoprar o balão". Viro-me para o meu amigo para dizer que vou assoprar o balão e que vai ser muito fixe, mas acho que a cara dele não acompanhava o meu animo. "olhe isto não pode acusar nada porque eu acabei de sair do cinema e só bebi uma coca-cola." digo eu para o agente após assoprar para a maquina através de uma palhinha de plástico, ao qual este responde com "pois então deve ter sido coca-cola Zero" no qual este mostra o indicador da máquina que tem 0. O agente super simpático deixou-nos ir embora, apesar de não termos mostrado os documentos do carro. Finalmente chego a casa para dormir e eternizar aquele dia.

Hoje tenho dois meses de carta e já fui parado duas vezes pela policia, apesar da segunda vez não ser uma história tão empolgante, mas mais assustadora, mas acho que terá de ficar para uma próxima.   
publicado por - fcar - às 13:38 | comentar | ver comentários (3) | favorito (1)

A Fotografia

A fotografia está ao alcance da maior parte de nós. Conseguimos obtê-la através das nossas máquinas fotográficas, dos nossos telemóveis, smartphones e computadores. O que antigamente apenas se conquistava com uma máquina de grandes dimensões, hoje consegue-se através de uma câmara de apenas 2 cm. Este pequeno objeto é capaz de registar e partilhar momentos, à distância de um simples clique. 

Vivemos assim numa sociedade de comodidades. A fotografia do séc. XXI funciona como um auxílio às nossas tarefas diárias. Hoje, até já fotografamos apontamentos e notas escritas em papel, para que sejam mais fáceis de consultar, funcionando a fotografia como um instrumento de memória. Esta permite-nos também assinalar grandes momentos das nossas vidas, como também simples ocasiões, e que pretendemos recordar. É indiscutível que não necessitamos de elementos físicos para nos lembrarmos do passado, mas também é irrefutável que a fotografia nos lembra de momentos guardados. Torna-nos nostálgicos e funciona para nós como uma máquina do tempo. 

Assim sendo, a fotografia já não trata apenas de tentar aprisionar um momento na nossa memória, mas em rentabilizá-lo como uma ferramenta para a atualidade.

Gonçalo Sofrino – a71875

publicado por - fcar - às 11:45 | comentar | ver comentários (7) | favorito
31
Mai 22

CRÍTICA AO FILME "SPENCER"

Spencer estreou nos cinemas portugueses a 4 de novembro de 2021 e é um drama biótico de Pablo Larraín (conhecido por Jackie e Ema) e escrito por Steven Knight (Peaky Blinders), retratando a vida da princesa Diana num fim-de-semana de Natal. Passa-se em Queen’s Sandrigham com a presença de toda a família real, incluindo o príncipe Charles, protagonizado por Jack Farthing e Diana (Kirsten Stewart). O filme pode ser descrito como um momento de tensão entre o casamento dos dois, culminado por rumores de casos extramaritais e a pressão da Coroa, que expõe a vulnerabilidade de Diana e a fragilidade do seu estado mental.
Steven Knight brilha como guionista neste filme com o método arrojado e inusual de retratar a família real. Afirmou para IndieWire que “queria que se parecesse como uma história de terror porque é um conto de fadas. E a maioria dos contos de fadas são apenas histórias de terror com um final feliz.”. Larraín e Knight foram a conjunção perfeita para realizar este filme, onde ambos decidiram sair da bolha dos mainstream media e focarem-se num público-alvo que entenda a verdadeira essência deste projeto e a sua cinematografia intimidante.
Kristen Stewart toma este desafio com sucesso e torna-se, facilmente, a maior qualidade deste filme. É de notar que o papel da princesa já tomou várias facetas, mas Stewart entende e mostra, na perfeição, a atitude angustiante e deprimida de Diana em detalhes como o seu tom de voz dorido, os olhos chorosos e o seu olhar virado para o chão. No início, a sua postura pode parecer estranha, mas, no momento em que o filme atinge (um dos seus vários) pontos de clímax, é impossível reconhecer onde Stewart acaba e Diana começa.
Todos os cenários são desenhados e criados com um tom melancólico e fechado e leva a audiência a emergir, completamente, na perspetiva de Diana, entendendo a ténue linha entre a sua sanidade mental e a preocupação pelos filhos. O filme deixou para trás a família real e focou-se inteiramente na princesa, com metáforas evidentes, referências a Ana Bolena e adição de personagens fulcrais (e baseadas em pessoas reais que interagiram com a verdadeira Diana Spencer).
É inovador, profundo e doloroso – há inúmeras cenas que puxam pelos “cordões” do coração do público, nomeadamente a sequência do primeiro jantar de família – mas a verdadeira estrela deste filme é Kristen Stewart e todo o estimo que sucumbiu por este papel é fortemente justificado. Uma nomeação como Melhor Atriz pela Academia é um mérito enorme, e ter perdido para alguém grande como Jessica Chastain é compreensível. No entanto, e numa nota pessoal, o papel de ambas é imcomparável. Jessica Chastain, que já fez inúmeras perfomances arrebatadoras, assumiu a pele de Tammy Faye num filme que se deixou levar pelo nevoeiro dos media e foi rapidamente esquecido (ou nem sequer notado). É uma personagem mediática, que utiliza muito dos seus props para resultar enquanto Kristen em Spencer é a réplica perfeita de Diana, que a única coisa adicional que utiliza em seu favor é um colar de pérolas. Os seus dias de Twilight foram um começo sensacional, mas o seu potencial é agora.
Beatriz Castilho a64580
publicado por - fcar - às 11:44 | comentar | ver comentários (2) | favorito