O poder do papel
Atualmente, o papel é visto como a forma mais desatualizada da gestão de informação. Através das TIC temos a capacidade de gerir, editar e pormenorizar um documento após a sua construção, isto é, se em qualquer momento do dia, eu quiser proceder à alteração de algum dado, já inserido, consigo fazê-lo sem desperdício. Contudo, o papel pode ser o método mais seguro para o armazenamento de informação.
A documentação impressa tem um carácter permanente, ou seja, após a impressão de um documento este torna-se vitalício, e por consequência, a informação lá retida, também.
Existem vários modelos informáticos que nos ajudam a guardar a informação, porém a capacidade dos novos sistemas operacionais para a leitura de formatos mais antigos é limitada, e talvez seja essa a razão que leva muitos a preferirem o papel para a proteção da informação.
Assim sendo, num futuro que, tem por base o pensamento ecológico, a diminuição do papel será um tema fraturante, uma vez que, de facto, é importante que o desperdício seja posto em causa, mas para que esta missão seja respeitada e obedecida é necessário que, os novos sistemas informáticos sejam capazes de garantir a permanência e a vitalidade da informação.
As TIC são como “armas”
As novas tecnologias trouxeram vantagens ao mundo contemporâneo. É, de facto, essencial o recurso às TIC para a obtenção de informação, trabalho, segurança ou até, para a manutenção de serviços de saúde. Estes mecanismos funcionam como “armas” e têm a potencialidade de construir ou destruir uma sociedade.
Estas “armas” podem, de certo modo, combater a distância entre pessoas, fazendo-nos comunicar com aqueles que se encontram a quilómetros de distancia, ajudam-nos a ampliar os nosso negócios, através de lojas online ou de websites que permitam a venda ou a publicidade de determinados produtos ou a fazermos a procura de informações mundiais relevantes para o nosso conhecimento. Mas, estas mesmas “armas”, são como um “pau de dois bicos”, se por um lado, lhes conferimos esta capacidade de construção social, é importante, que se averigue a situação de forma destrutiva. Atualmente, a manipulação da informação pode ser uma forte forma de desinformação, e sem literacia ou senso crítico, a população pode incorrer no erro de explorar conteúdo que não é fidedigno ou de ignorarem as interações sociais presenciais e passarem a dar maior atenção à virtualidade das interações.
Desta forma, pode verificar-se que, tal como as “armas”, as TIC podem criar ou aniquilar uma sociedade.
Segurança ou Vigilância?
Os serviços digitais de localização funcionam como forma de verificar o posicionamento de determinado objeto ou pessoa no mapa. Mas, será este uso das TIC, uma nova forma de segurança ou vigilância?
Creio que, há momentos em que, poder localizar algo me parece, claramente, vantajoso. Vejamos no caso de uma encomenda. É importante perceber se algo que tencionamos que chegue a alguém está a tomar a rota certa ou perceber se algo que queremos que chegue até nós, o esteja a fazer convenientemente. Outro dos casos pode ser o das crianças. Acho que, o facto de os pais quererem verificar a coordenadas dos seus filhos pode ser um sinal de preocupação. Não considero que, isto seja uma infração à liberdade, mas sim, uma demonstração de amor e carinho por aqueles que nos são queridos. Certamente, todos nós o faríamos com o intuito de garantir a defesa de quem nos parece mais frágil.
Por outro lado, passa a ser um risco, quando qualquer indivíduo tem acesso à nossa localização. Desta feita, aquilo que era uma tecnologia concebida para nos proteger, passa a ser um produto de vigilância. Não me parece justo que, aplicações estatais ou de redes de telecomunicações, tenham a capacidade de conhecer os nossos passos.
Em suma, parece-me lógico que dependendo da situação, existem riscos e potencialidades, no que concerne ao desenvolvimento dos serviços de localização, pois estes podem ser usados como formas de proteção dos utilizadores de um determinado aparelho informático ou como forma de controlo de um determinado indivíduo.
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Mário Barbosa