A informação que chega às nossas mãos tem de nos ser transmitida de alguma forma. Desde os tempos de Gutenberg que os media se encarregaram de nos transmitir. Todos os acontecimentos mais marcantes na nossa história. No entanto, é de conhecimento geral que os meios de comunicação social e, por extensão, a Internet, são agentes manipuladores das massas. Então como é que os meios de comunicação de massas, que deviam transmitir-nos todas as informações de forma correta e imparcial, manipulam as massas desde a sua génese? Em quem recai a culpa desta desinformação que reina na civilização contemporânea?
Para que a informação possa ser transmitida, tem de haver, em primeiro lugar, um tratamento desta. É como um padeiro, que amassa o pão antes deste ir ao forno e, posteriormente, possa chegar às nossas casas. Pegando nesta metáfora, o pão seria a informação, que é amassada pelo jornalista e que a transmite às massas. No entanto, há uma estreita ligação entre jornalistas e os poderosos e, nalguns casos, com o próprio poder. Um exemplo disto é a afirmação de Stéphanie Denis, referente ao poder da televisão: “(…), em vez de ser uma máquina de informar, a televisão é uma máquina de dominar” (apud Barata-Feyo, 1996:172).
Quem controla a informação é quem controla o poder tornando-a, assim, subjetiva. E no caso da televisão, os países exportadores de conteúdo televisivo, como os Estados Unidos da América ou a França, controlam a circulação de informação conforme os seus ideais. Embora produza algum conteúdo televisivo, nomeadamente nas telenovelas, Portugal é um ávido consumidor de conteúdo televisivo. Não só de produções audiovisuais, mas também na transmissão de informação. Assim, surge o perigo da “colonização cultural”; os países poderosos transmitem ideias e mensagens através dos média. Por outro lado, quem detém o controlo das tecnologias, controla os seus conteúdos e a sua transmissão. Um exemplo deste facto são as redes sociais, como o Instagram e o Twitter, que censuram alguns conteúdos que não se enquadram nas suas diretrizes.
Assim, as mensagens são difundidas e transmitidas em prol dos mais influentes, enquanto cabe aos restantes compete a prática do exercício de assimilação de inúmeras mensagens e, como tal, transformarem-nas. Um exemplo disto é Joseph Goebbels, político alemão e Ministro da Propaganda da Alemanha Nazi. Goebbels, manipulou a informando a informação que chegava aos cidadãos alemães.
A manipulação dos poderes não passa apenas pela desinformação, hoje apelidadas pela terminologia de fake news, mas também pela ocultação de verdades. Daí ser imperativo estar alerta a casos de mentira e ocultação de verdades e pressão dos média.
Ser jornalista não é uma profissão fácil. Na procura pela verdade acaba por ser difícil não cair no mal da desinformação. Por isso, é cada vez mais importante uma consciencialização das mentes das massas. Muitas vezes, a verdade pode não estar diante dos seus olhos. Não obstante, não devem evitar ceder a pressões de poderosos, pois os meios onde os jornalistas trabalham são meios de propagação desinformação. Caso realizem a sua profissão devidamente, estão eximidos da culpa da desinformação.
Quem realmente procura desinformar tem inúmeros meios para atingir os seus fins. No entanto, só se deixa manipular aqueles que não querem ver a verdade. Como diz o ditado popular “maior é o cego que não quer ver”.
Luís Coelho| a68266