26
Fev 20

O cartão branco é de Bento Rodrigues

Se no passado dia 16 de Fevereiro o foco esteve no jogador do Futebol Clube do Porto, Mousse Marega, que abandonou ao minuto 69 a partida contra o Vitória Sport Clube após comportamentos racistas dos adeptos deste mesmo clube, no dia seguinte foi o jornalista Bento Rodrigues que mostrou cartão vermelho a todos os outros meios de comunicação.

Ainda o jogo decorria, sem se perceber muito bem o que tinha acabado de acontecer com o jogador francês, já os vários meios de comunicação social noticiavam o ocorrido com comentadores a prestar a sua opinião e a tecer possíveis consequências para os dois clubes envolvidos. Foram várias as manchetes que no pós-jogo surgiram nos diversos programas desportivos e muita tinta este assunto fez correr nos jornais do dia seguinte. “Marega 5-0 Racismo”, escreveu o jornal Record, “Marega: Os golos não têm cor”, podia ler-se no Jornal de Notícias, “Vergonha! Marega abandona jogo após insultos racistas”, noticiou o Correio da Manhã ou “Crime!”, declarou o Jogo. 

Contudo, foi o jornalista Bento Rodrigues que ao abrir o Primeiro Jornal, na SIC, demonstrou o que é fazer jornalismo. Primeiro, apresentou o rosto do “carater, da coragem e da lucidez” sem nunca se referir ao jogador e por isso sem tornar este acontecimento mediático. E só depois de explicar o porquê destas três características, avançou diferenciando com “e agora a notícia, com o ocorrido na noite anterior”. 

Tornou-se viral a sua abertura relativamente ao “caso Marega”, não por lhe ter atribuído mais ou menos destaque que os outros media, mas porque não colocou o jogador portista no centro do episodio. Colocou sim, todos aqueles que diariamente tem o carater, a coragem e a lucidez de ultrapassar eventos racistas sem nunca serem noticiados. Colocou na esfera publica, todos aqueles que por não serem reconhecidos não são ovacionados de pé sempre que não permitem que terceiros usem a democracia para os inutilizar. Bento Rodrigues fez jornalismo, deu voz e informou! E só por isso, o cartão branco do fair play é dele!

a64839


publicado por - fcar - às 20:41 | comentar | favorito

Será arte?

Gosto de arte, prezo os quadros, mas para mim o essencial numa casa são as janelas, simples vidros que espelham, em indiferentes momentos expressões belas e angustiantes. Neste momento contemplo os últimos raios de sol do dia que se esgueiram de forma traquina por entre as brechas da janela, do mesmo modo que as crianças se desprendem das mãos e da visão das mães. Agora o quadro é este, se aguardarmos um pouco, em breve será outra, feito de outra temperatura, tonalidade e personalidade.

                                                                                                                                                       a64840



publicado por - fcar - às 20:38 | comentar | ver comentários (1) | favorito

Aprender a ler rótulos alimentares

O semáforo dos alimentos é uma técnica adotada pelo hipermercado Continente, que tem sido assumida por outras marcas. Este meio de rotular os alimentos, como o nome indica, funciona como um semáforo, com as cores vermelho, amarelo e verde, assinalando se os valores da gordura, gordura saturada, açúcares e sal são altos ou não, e se devem ser alimentos a consumir com maior ou menor frequência. 

            Se o rótulo aparecer com a cor vermelha significa que este alimento apenas deverá ser consumido ocasionalmente, pois não é saudável. Se aparecer a amarelo, esse alimento estará a nível intermédio para a saúde, e a verde significa que é um alimento saudável e pode ser consumido com frequência. Esta forma de rotular os alimentos, no entanto, deve ser olhada atentamente, pois o azeite, por exemplo, será rotulado a vermelho por ser uma gordura, mas é, no entanto, uma gordura saudável. 

            Apesar de algumas marcas utilizarem o semáforo nutricional e ajudarem na altura de decisão das compras para casa, como foi visto, este semáforo não deve ser seguido cegamente, e nem todas as marcas utilizam esta ferramenta. Por isso mesmo, é importante aprendermos a ler rótulos alimentares.

            Existe uma legislação para os rótulos. Há informações que são obrigatórias, por lei, a estar nos rótulos dos alimentos, como a lista dos ingredientes, a tabela dos valores nutricionais em que conste o valor calórico, o valor proteico, o valor dos hidratos de carbono, entre outros. Os ingredientes devem aparecer sempre por ordem decrescente: o ingrediente com maior presença no alimento deve aparecer em primeiro, e quando em menor presença, em último lugar.

            Regra geral, os alimentos mais saudáveis, serão aqueles com menos ingredientes e em que todos os componentes sejam conhecidos. O açúcar adicionado pode ser um fator de um alimento menos saudável e é muitas vezes acrescido a alimentos desnecessariamente. Fiambre, pão, tostas integrais, ketchup, manteiga de amendoim e molho vinagrete são exemplos disso. Muitas vezes o açúcar adicionado vem camuflado nos rótulos com outros nomes, como frutose, sacarose, glucose, lactose, dextrose, xaropes, entre outros. O sal é outro componente que pode aparecer encoberto com outros nomes: cloreto de sódio ou bicarbonato de sódio.

            Outros ingredientes que levam a que, à partida, o alimento não seja saudável são os óleos vegetais, porque são inflamatórios, à excepção do óleo de coco e de azeite.

            Componentes muito comuns nos rótulos são os E’s, que são os aditivos: corantes, antioxidantes, conservantes, estabilizantes, entre outros. Estes, ainda que todos regulados, por serem alimentos processados, são menos saudáveis. 

            É comum olharmos para um rótulo e apenas prestarmos atenção às calorias, no entanto, a qualidade nutricional é um fator muito mais importante a ter em conta. Apenas compreendendo de forma acertada os rótulos, conseguimos fazer escolhas alimentares mais saudáveis. 

a64957


publicado por - fcar - às 20:35 | comentar | ver comentários (2) | favorito

Leitura

A aprendizagem, os momentos de reflexão e o desenvolvimento das capacidades de trabalho vêm através da leitura. Aprender requer que durante a leitura se compreenda o texto, extraiam-se informações e ideias mais importantes. Para isto, distinguem-se três fases da leitura: a pré-leitura, a leitura crítica ou analítica e a pós-leitura.

            Na pré-leitura percorre-se o texto de forma a captar os elementos mais importantes e determinar a estrutura geral, bem como fazer uma ideia global mental do conteúdo do texto. Esta operação também pode ser feita através da leitura rápida, de modo a identificar alguns elementos em pouco tempo de análise de um texto. Nesta fase é aconselha-se ver e ler a capa, bem como a contracapa, o prefácio, o índice geral, o índice analítico, o primeiro e o último capítulo, a bibliografia e as notas do autor. Um dos objectivos desta primeira fase é despertar a atenção do leitor através da criação de expectativas do texto e do seu conteúdo. Faz-se ainda a preparação de perguntas acerca do conteúdo do texto, onde a leitura fornecerá as respostas. 

            A leitura rápida presente nesta primeira fase é um estímulo de leitura orientada para a pesquisa de informação e evita a submissão mecânica à sequência linear das palavras. Em contrapartida, torna-se um hábito e, por isso, não cede lugar à leitura analítica e sistemática.

            A segunda fase da leitura é a leitura crítica ou leitura analítica, nesta fase da leitura é possível distinguir factos de opiniões, individualizar os objectivos dos texto lido e determinar as informações de maior valor. Durante a leitura crítica ou analítica são apontados alguns aspectos importantes para desenvolver a capacidade de leitura crítica, como a identificação dos objectivos de autor, avaliação de fidedignidade da fonte do texto e a distinção entre factos e opiniões.

            A última fase da leitura é a pós-leitura, aqui é possível controlar e reorganizar os apontamentos. Pode-se ainda fazer mapas, esquemas, representações gráficas, fichas de síntese e fazer perguntas que respondam a problemáticas encontradas, de forma a memorizar e compreender o texto lido. 


a64957


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26
Fev 20

A rotina de uma aluna deslocada

Como talvez a maioria dos estudantes universitários, eu sou uma aluna deslocada. Mas ao contrário de muitos deles, eu não vou a casa todos os fins-de-semana. Na verdade, só vou a casa em três ocasiões durante um ano lectivo: no Natal, no Carnaval e na Páscoa. Isto acontece por dois motivos: os custos das viagens e o cansaço que uma viagem de sete horas de autocarro traz, que não se justificaria por um dia e meio no meu doce lar.

            Devido à pouca regularidade que vou até a minha terra natal, uma rotina de viagem surgiu: 

  1. Lavar toda a roupa, que tenho no cesto da roupa suja, num curto espaço de tempo para a levar e usar na minha estadia a casa;
  2. Ponderar bem as minhas compras no supermercado e as minhas refeições em casa, quinze dias antes da partida, para garantir que não deixo comida a estragar;
  3. Ir escrevendo no bloco de notas do telemóvel coisas que não me pode esquecer de levar ou de trazer, por exemplo: “trazer uma toalha”, “levar cuecas”. E, claro, escrever em letras maiúsculas os apontamentos mais importantes: “IR FAZER O CARTÃO DE CIDADÃO”;
  4. Comprar os bilhetes online, com cinco dias de antecedência para ter 50% de desconto;
  5. Fazer a mala de viagem;
  6. Ler com muita atenção o bilhete, para ter a certeza qual o dia da viagem e não ir até à rodoviária no dia errado (já me aconteceu);
  7. Ir a pé para a rodoviária e entrar, finalmente, no autocarro.

     Neste momento da viagem muitas coisas me passam pela cabeça e torço para que: 
  1. Ninguém se sente ao meu lado; 
  2. A pessoa do lugar da frente não deite o banco, deixando-me sem espaço;
  3. Os restantes passageiros não façam muito barulho, para que eu possa dormir; 
  4. Não comam doritos e batatas fritas de presunto levando a que alguém enjoe com o cheiro e vomite;
  5.  Não aconteça nenhum acidente, que pare o trânsito, transformando uma viagem de sete horas em nove. 

    (Todas estas coisas já aconteceram.)
    E, quando finalmente chego a casa, tomo um belo banho de banheira e faço figas para o tempo passar devagarinho e o regresso a Faro ser uma realidade distante. Esta é a minha rotina de viagem Faro – Moital.

    a64957

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13
Fev 20

Renúncia ou denúncia


O episódio que se sucedeu é verídico e infelizmente acontece vezes demais. Ora, foi à cerca de 4 meses que estava um tempo ainda quente o sol brilhava as 10 da manhã e foi num caminho de terra perto da Universidade da Penha que estava mal estacionado um carro vermelho velho não sei qual a marca (não importa) e dentro estava um cão de porte médio/grande com os vidros fechados unicamente com uma greta aberta, ora bem a verdade é que nessa altura não fazia calor então segui caminho até a universidade. Passaram-se 3 horas, era hora de almoço, e eu e mais umas colegas fomos para o meu carro com o intuito de ir almoçar e no mesmo sítio estava o carro vermelho velho com o tal cão. Senti uma certa indignação por ver o cão que por aquela altura já demonstrava um certo desespero, o carro mal-estacionado abanava com o ofegar do cão, algo não estava bem. Depois de ponderar e de olhar para o animal dentro daquele carro exposto ao sol, em que a temperatura deveria ultrapassar os 30 graus não hesitei e 117 marquei. Atende-me um agente que me fez algumas perguntas sobre a situação às quais respondi com clareza e no final disse-me que ia enviar os meios para ocorrer a situação. Depois de cerca de 15 min. Chegaram os bombeiros que averiguaram a situação e descobriram que o carro não estava trancado e depois de uma conversa afirmaram que não podiam fazer nada, logo depois chegou a polícia que guardou os meus dados caso a situação seguisse para tribunal. Conclusão quando voltámos do almoço (1hora depois) o carro já estava bem estacionado e sem o cão lá dentro. Moral da história, fico contente pelas autoridades terem agido porque de fato pensei que iam descartar por ser uma em milhares, a verdade é que as coisas estão a melhorar e a questão do bem-estar dos animais é para mim uma questão sensível e por isso passo a mensagem: se vires algum animal em sofrimento, não hesites é a vida de um ser-vivo que está em causa.


a65686



publicado por - fcar - às 11:26 | comentar | favorito

Não penses nisso

Ao ouvirmos a frase “Não penses nisso”, o imediato é pensarmos no que está em questão. Por exemplo, se eu disser: não pensem numa mala, já estão a pensar ou a imaginar alguma representação do que é uma mala. É algo automático.

Para a negatividade passar por nós e não ficar estanque, temos que, de certo modo, efetuar um treino do que vale a pena reter e do que mais vale soltar. Ficar a pensar no assunto ou numa maneira de o evitar irá fazer com que ainda se pense mais nele. “Há males que vêm por bem”, então deixa fluir e vê que tudo é uma aprendizagem e que retiras sempre algo de bom em cada situação.

Com isto, pretendo mostrar a perspetiva de que a nossa felicidade e bem-estar estão principalmente sobre o nosso controlo e que tudo depende da maneira como encaramos cada situação.

Parece paradoxal, mas pensem nisso.

a64862



publicado por - fcar - às 11:15 | comentar | ver comentários (1) | favorito

O problema de ser “overthinker”

Tendo em conta as minhas características pessoais posso tomar a liberdade de me autorrotular como uma pessoa “overthinker”, ou seja, alguém que pensa demasiado acerca de tudo e mais alguma coisa. Se algum de vocês se identifica, então sejam bem-vindos ao clube nada saudável daqueles que passam a vida a repetir a mesma imagem pelas suas mentes, vezes e vezes sem conta, por motivo nenhum aparente! Quer dizer… para os outros pode ser irrelevante mas para quem o faz constantemente é absolutamente esgotante. Imaginem que o vosso cérebro é um portátil com a bateria viciada e que têm de se preocupar em carregá-la a toda a hora. É chato na medida em que se torna aborrecido, como dizia uma professora minha.

Se pensarmos bem, isto chega a ser uma condicionante da nossa atividade no dia a dia. Pelo menos, eu, por exemplo, quando discuto com alguém fico com o discurso a passar em loop na minha cabeça como se fosse algo que eu quero muito ver. Se quero ter uma conversa séria e importante, avalio primeiro as 250 mil hipóteses de como aquilo pode correr, isto se, entretanto, não acabar por desistir da ideia.  Estão a acompanhar o raciocínio, certo? Pronto, e depois disto é esperar pacientemente para que passe, ou simplesmente ignorar a vozinha interior que (quase) nunca adormece no nosso subconsciente.

a64936
publicado por - fcar - às 11:05 | comentar | ver comentários (4) | favorito

Vidas “saudáveis” no Instagram

Diz-se que uma imagem vale mais que mil palavras. Quando esta frase foi dita pela primeira vez talvez fizesse sentido, atualmente já não. Se tivesse 1 euro por cada publicação que vejo no Instagram daquela refeição super “fit”, daquele treino super “intenso”, daquelas frases de motivação, provavelmente neste momento estaria a ver isso tudo enquanto degustava um cocktail numa praia qualquer em Ibiza.

Não generalizo, não digo que não seja possível fazer um treino intenso e ter energia para postar uma foto com a testa suada a seguir, eu próprio já o fiz. Bem, não com a testa suada, mas vocês perceberam.

Para terminar, e sem nada a ver com o que disse até agora aproveito para deixar uma mensagem de utilidade pública, hidratos à noite têm o mesmo índice calórico do que de dia. Obrigado.

a64854

publicado por - fcar - às 10:56 | comentar | ver comentários (1) | favorito
13
Fev 20

Precisa mesmo de publicar isso?

Hoje vinha no autocarro em direção a casa quando reparei que, mais à frente, se encontrava uma fila de trânsito nada habitual para aquela hora. Primeiro pensei que, pronto, se calhar era apenas um dia em que muitas pessoas resolveram sair do trabalho à mesma hora e causaram todo aquela trânsito, mas quando ouvi a ambulância do INEM e um camião dos Bombeiros percebi que tinha havido um acidente.

À medida que o autocarro se ia aproximando do local, devido à curiosidade humana, os passageiros iam começando a tentar espreitar para ver o que se sucedera. Isso eu não critico, pois considero que seja natural numa situação destas que quem passe queira perceber o que aconteceu, tal como eu também o fiz, apesar de sem sucesso.

Aquilo que critico é o facto de, no exato momento em que o autocarro passou pelo local do acidente, vi a senhora que ia sentada ao meu lado a abrir o Instagram, tirar uma fotografia ao acidente e publicá-la na sua história! Tudo bem que vivemos numa sociedade em que se publica tudo, mas uma fotografia de um acidente?!

a64894


publicado por - fcar - às 10:52 | comentar | ver comentários (4) | favorito