A banda alemã Rammstein publicou, no dia 28 de Março, uma nova música a anunciar o seu novo albúm passado quase uma década sem publicar. Esta banda é, porém, conhecida pelas suas letras e videoclips provocantes, usando letras e videoclips bombardeados de ironias e sátiras. Esta nova música “Deutschland” (Alemanha) não foi excepção.
Neste novo lançamento a banda personifica o país através da personagem de uma mulher negra que ao longo do videoclip vai fazendo referências a outras entidades. Será que o uso de uma mulher negra quererá significar uma Alemanha negra, no tom pejorativo de um país mau, frio e odioso? Certo é que, ao longo do videoclip, é possível identificar vários eventos negros da história da Alemanha em três períodos distintos – um passado distante, um passado mais presente e o futuro. Várias guerras são representadas no videoclip - as guerras marcomanas e a I e a II Guerra Mundial - e depois é representado o futuro. Esta personagem que dá vida à Alemanha faz, também, referência a duas deusas da mitologia grega, Hécate, associada a terras selvagens e partos, e Trívia, relacionada a trevas, cuja presença era denunciada pelo latir de cães. No videoclip a Alemanha dá à luz vários cães típicos alemães da raça Leonbergers, mas este momento que deveria ser de alegria é encarado com tristeza, pois durante a I e a II Guerra Mundial, esta raça de cães quase foi extinta, sendo este acontecimento encarado como um novo sacrifício que está por vir. A verdade é que actualmente há um partido político de extrema-direita a usar a flor centáurea na sua bandeira, que era também usado como um símbolo nazi austríaco, será o futuro retratado neste videoclip, o presente?
Outras críticas são feitas, como o facto de pessoas de poder político estarem a celebrar enquanto o mundo está em guerra, e a própria igreja apoiar estas acções. Há ainda, a referência à Rainha Isabel I, cujo lema era “Vídeo et taceo” (Vejo e digo nada), atitude compartilhada pela nação que vê o ciclo estar a retornar mas que não toma uma acção para a travar.
Este novo lançamento leva a que se reflita se deve a Alemanha levar a glória por serem a 4º potência económica mundial e a 1º a nível europeu, ou a desonra pela sua história cruel repleta de sangue e censura.
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