A vida, uma constante prova de que não somos nada neste mundo de imbecis, uma constante afirmação de que para nós não haverá um futuro radiante, neste momento, só imagino destruição, escuridão, abolição de uma raça que não merece o ar que respira, os humanos, evoluíram para serem algo que não é o suposto, a ganância transformou a nossa comunidade num bando de lobos, lobos domesticados que se matam por um tostão, até os selvagens são mais inteligentes pois trabalham como um só, porquê? Porque é a lei da sobrevivência e nós sozinhos não somos mais que um grão de areia no areal, vamos ser extintos assim como tantas outras espécies, extintos por nós próprios, extintos pela nossa vontade de ser algo que não somos, de ter no nosso poder aquilo que não podemos manter, o que era para nós o significado de matilha tornou-se algo insignificante, pais que abandonam filhos, filhos que abandonam pais, o mundo tá virado do avesso e incrível como tantos olhos não vêm o mesmo que eu vejo, tão nova e já sem esperança que viva até a minha velhice, vamos ser a geração imortal, não pela tecnologia evoluir e nos transformar em jovens eternos, mas sim por não vivermos até as rugas tomarem conta da nossa pele, a destruição é que gradualmente toma conta do nosso mundo, tão grande, tão pequeno, tão frágil. Será que vamos conseguir reverter esta situação? Será que ainda há uma réstia de esperança nesta geração que está a crescer e a transformar-se nos futuros adultos, nas futuras mentalidades, será que vamos conseguir mudar ideais? Se a mãe natureza falasse talvez ouvíssemos o seu grito de desespero, de raiva, de sufoco, de socorro. Ela fala, mas ninguém quer ouvir, um dia, quando acordares sem pássaros a cantar, quando fores à praia e nem uma gaivota avistares, quando a primavera for silenciosa e murcha, talvez aí questionem, mas até lá está tudo bem, porque o seu smartphone de 1000 diz que a meteorologia está ótima e não há previsões de chuva.
Beatriz Torres- 61273