A Teoria de Simulação propõe que o nosso mundo é simulado, provavelmente por um computador, ao ponto em que se torna impossível distinguir entre o que é virtual e o que é a "verdadeira" realidade. Tal como o jogo The Sims, onde nós conseguimos criar mundos e "humanos", esta teoria defende que o nosso mundo foi criado por superhumanos - uma espécie mais avançada que a nossa atualmente. Quando olhamos para a evolução da tecnologia, não há dúvida nenhuma que só em 20, 30 anos nós avançamos imenso, passamos de jogos como a Cobra e o PacMan a jogar em realidade virtual. Neste momento nós já podemos entrar noutros mundos virtualmente mas ainda temos consciência que tal não é real, então imaginem só o que mais algumas décadas poderão fazer para evoluir a tecnologia e a realidade virtual, podemos estar num mundo virtual que vai ser tão "real" que vai ser impossível perceber aquilo que é verdadeiro e o que não é. Apesar da ideia já ter sido posta em causa no século XVII com filósofo René Descartes, Nick Bostrum, um filósofo da Universidade de Oxford, foi o primeiro a sugerir esta teoria, em 2003. Ele defende que esta civilização mais avançada com enorme poder tecnológico conseguirá realizar várias simulações dos seus antepassados, ao ponto que a maioria das mentes, dentro da simulação, serão na verdade artificias, em vez dos antepassados originais. Ele defende que é muito provável que, neste momento, nós estamos a viver entre as mentes simuladas. Outra razão, para pensar que nós somos virtuais é que, quanto mais pesquisamos sobre o universo, mais parece que este é baseado em leis matemáticas e até em códigos de computador. Nos seus estudos sobre a teoria da informação, James Gates, físico teórico da Universidade de Maryland, encontrou códigos de correção de erros que, segundo ele, são o que faz um navegador funcionar. Alguns cientistas acreditam que se realmente fossemos personagens num gigante jogo de computador nós não iriamos necessariamente perceber. O famoso cientista americano e apresentador da série de documentários Cosmos: A Spacetime Odyssey, Neil deGrasse Tyson, põe a probabilidade a cinquenta-cinquenta que a nossa existência é programa por um hard drive de alguém. Elon Musk, fundador de Tesla e SpaceX, diz que há uma em mil milhões de hipóteses que que estamos a viver num mundo baseado numa realidade, i.e., que somos um jogo. Mas também alguns não acreditam, como Lisa Randall, física teórica, que diz que esta teoria não é baseada em probabilidades bem definidas e ela não percebe a ideia em que uma espécie mais avançada teria interesse em nos simular. Ela defende que há zero probabilidade de esta teoria ser verdadeira. Se calhar ainda não há evidências suficiente para provar que esta teoria seja verdadeira mas também não conseguimos provar que é falsa. Segundo Gates, provar que o universo é real é capaz de ser ainda mais difícil do que provar esta teoria. David Chalmers, professor de filosofia na Universidade de Nova York, diz que "tu não vais conseguir arranjar provas que nós não estamos numa simulação, porque qualquer prova que tivéssemos podia essa também ser simulada". Se a teoria é verdadeira, a nossa noção da vida e da realidade que temos até agora vai toda pelo cano abaixo. A verdade é que nós sabemos só uma ínfima parte daquilo que é o universo. Como é que é possível que do nada nós existimos? À primeira esta teoria pode parecer absurda mas quanto mais pensamos nela mais parece ter sentido.
Margarida Gralke, a57888