Marcas chinesas estão a assustar os gigantes da tecnologia, mas porquê?
Para iniciar, permitam-me usar um exemplo mais fácil para explicar o conceito.
Imaginemos um Starbucks, todos nós ficamos espantados pelos preços ridiculamente inflacionados destas lojas, no entanto, apesar de em 90% dos locais o café ser mais barato, esta empresa continua a ser a mais bem-sucedida neste setor, posto isto, porque razão continuamos a ir lá? Eu creio que a resposta a esta questão é a comodidade! Quando vamos a uma destas lojas é nos dado um serviço que já estamos à espera e conhecemos, é um local onde nos sentimos confortáveis pois é-nos familiar. Todas estas razões tornam o "produto" do Starbucks mais caro em relação aos outros que tentam sempre competir com o líder que já se afirmou. No entanto é importante dar uma oportunidade a quem batalha para se afirmar, pois muitas das vezes as novas empresas consideradas ovelhas negras oferecem algo novo que não estamos à espera.
Na indústria da tecnologia o conceito é parecido, ou seja, as empresas mais pequenas esforçam-se para competir com os gigantes, no entanto como na maioria das vezes não têm sucesso, as marcas mais pequenas têm de optar por outras alternativas para darem a conhecer os seus produtos.
Neste momento, a maioria das grandes empresas de tecnologia investem milhões em publicidade, pesquisa, desenvolvimento ou em outros métodos para subir as vendas. Por outro lado, marcas como a Xiaomi ou OnePlus têm outro tipo de abordagem no que toca a dar a conhecer os seus produtos. Graças a outro tipo de técnicas para além da publicidade convencional, estas empresas poupam milhões de euros o que permite que vendam os seus produtos a preços muito reduzidos mantendo a qualidade e as mesmas especificações dos aparelhos mais caros.
No que toca à Xiaomi, a marca criou parcerias com gigantes como a Gearbest, Ebay ou o Amazon. Ao venderem os seus produtos nestes mercados online pouparam milhares de euros, pois se usassem o mercado comum arriscavam-se a que os seus produtos não fossem vendidos nas lojas físicas e gastariam imenso em armazenamento, manutenção e em mão de obra.
Outro método que estas empresas usam é o próprio público, ou seja, a velha publicidade boca em boca. Um cliente satisfeito é provável que recomende a marca aos amigos, e por sua vez estes vão recomendar aos seus amigos, o que desencadeia uma teia imensa de publicidade sem que a marca gaste um único cêntimo.
Em suma, enquanto as marcas líderes cobram os consumidores pela publicidade, manutenção, apoio ao cliente e outros fatores que são necessários para criar uma marca como a Apple, a Xiaomi e a OnePlus, para se lançarem, criaram novas formas de expandirem o seu mercado e tudo graças às tecnologias de informação e comunicação disponíveis no presente.
Carlos Costa, 58659