Manipulação de massas nas transmissões televisivas
Nos dias de hoje podemos definir a televisão como o veículo informativo mais utilizado e com maior impacto junto da população a nível mundial. Através desta caixinha (que nos dias de hoje encolheu bastante de tamanho, estando por isso na altura de escolher uma nova alcunha) temos acesso a um sem número de conteúdos, que vão desde espaços informativos, a transmissões de eventos em direto, programas de qualidade duvidosa também chamados de reality-shows, enfim, um sem número de possibilidades. Mas vamos focar a nossa atenção na transmissão de eventos… Quem nunca viu um jogo de futebol em direto? Ora, quem já o fez reparou certamente naquele fora-de-jogo duvidoso, que corta aquela jogada de perigo, a ser mostrado vezes e vezes sem conta em repetições. Isto nada tem de negativo, ou nada teria, não fosse o caso de termos muitas vezes linhas completamente adulteradas e, pior, adulteradas de uma forma completamente amadora – em vez de uma diagonal que acompanha o campo, temos uma linha completamente reta que passa para o espectador mais desatento uma realidade completamente errada. Ou quando existe aquela falta duvidosa dentro da área e as repetições pura e simplesmente são tiradas de ângulos descabidos e sem qualquer poder de esclarecimento para o espectador. Mas há mais! Viremos agora agulhas para a política. É frequente assistirmos a manifestações de protesto contra as políticas do governo, ou de apoio a determinada figura. Isto nada tem de negativo, a manifestação é um direito consagrado em Portugal. Geralmente, estes protestos/demonstrações de apoio têm grande cobertura das televisões nacionais, com grandes planos da primeira fila da coluna de manifestantes, passando a ideia de uma massa humana imensa. Mas ao consultarmos os jornais do dia seguinte, é frequente termos acesso a fotografias captadas de outros ângulos que mostram que afinal aquela coluna imensa não passava de um…pilarete. Estes são apenas dois exemplos de muitos que podiam ser dados. A televisão tem uma função informativa inegável mas, infelizmente, tem também uma função totalmente oposta. Pior, é um meio de comunicação bastante tendencioso e influenciadopor determinados quadrantes religiosos, políticos e clubísticos, que variam de canal para canal, e que tem espelho na presença de figuras políticas e dirigentes desportivos nos seus altos quadros. Mas quem é que nos dias de hoje consegue ser totalmente imparcial? Ninguém, e a televisão é apenas o espelho de uma sociedade que gosta de viver num mundo fantasioso e ilusório, evitando sempre o contacto com a mais pura realidade.
João Chambino (55202) e Miguel Balança (54638)
João Chambino (55202) e Miguel Balança (54638)