A net. Um vício?
Desde o início deste ano letivo que estou a morar em Faro, num pequeno apartamento com três colegas. Clar o está, para conviver com três pessoas, é preciso saber partilhar: partilha-se o espaço, a comida, o tempo, e distribuem-se as tarefas. No que se refere a cust os, partilhamos apenas os básicos: luz, água, gás e internet. Claro, a internet, aquele bem essencial para sobreviver. Ela domina a nossa vida, está no topo da nossa lista de prioridades. Quando, a uma semana de acabar o semestre, decidimos desligar a internet, porque não a quisemos renovar por mais um mês, eu não pensei que isso ia ter qualquer impacto no nosso dia-a-dia. Esta va enganado: Tantas vezes eu peguei no telemóvel ou no portátil para fazer uma pesquisa, apenas para ficar desiludido ao lembrar que a gora, a única função destes gadgets tão tecnologicamente avançados, era jogar o jogo do dinossauro do Chrome .
Um questionário realizado na união europeia concluiu que uma grande maioria dos inquiridos considerava a net mais essencial para as suas vidas do que o carro ou a televisão. Na Alemanha, as autoridades fiscais estão a ponderar deixar de aceitar correspondência postal, para em vez disso oferecer todos os serviços através de formulários on-line. Justificam esta intenção, partindo do pressuposto de que todos os cidadãos têm internet em casa. É realmente espantoso lembrar que em 1995, a net alcançava apenas 1% da população global. Hoje, três mil milhões estão online . A minha geração é a primeira, que sente desde a sua infância a omnipresença da internet. Eu tento, mas não consigo entender a vida antes da era digital. Quando estou a conversar com os meus amigos, acabo muitas vezes por ter de pesquisar um dado, um objeto ou uma data qualquer, e mesmo que seja apenas por mera curiosidade, anima- me a ideia de que tenho a quase totalidade do conhecimento da humanidade literalmente na ponta dos dedos. Se estivesse no início dos anos 90, teria de me levantar, ir a uma biblioteca, abrir uma enciclopédia, e acabava por ler uma explicação mil vezes menos informativa que qualquer artigo da Wikipédia . Hoje em dia, virou moda criticar a internet por ser viciante, por interferir com a nossa privacidade, por violar direitos de autor, etc. Eu reconheço estes defeitos, mas ao mesmo tempo, acho que dev ia haver mais otimismo. Entre 12000 a.C. e 2003, foram criados cinco exabytes de informação. Esta é a quantidade que hoje produzimos a cada dois dias. Será que quem critica tão ferozmente a net, estaria disposto a abdicar de todas as vantagens que ela traz à nossa cultura, comunicação, educação, da infinita quantidade de fontes de informação e, em especial, do entretenimento que ela nos proporciona?
Marc
Um questionário realizado na união europeia concluiu que uma grande maioria dos inquiridos considerava a net mais essencial para as suas vidas do que o carro ou a televisão. Na Alemanha, as autoridades fiscais estão a ponderar deixar de aceitar correspondência postal, para em vez disso oferecer todos os serviços através de formulários on-line. Justificam esta intenção, partindo do pressuposto de que todos os cidadãos têm internet em casa. É realmente espantoso lembrar que em 1995, a net alcançava apenas 1% da população global. Hoje, três mil milhões estão online . A minha geração é a primeira, que sente desde a sua infância a omnipresença da internet. Eu tento, mas não consigo entender a vida antes da era digital. Quando estou a conversar com os meus amigos, acabo muitas vezes por ter de pesquisar um dado, um objeto ou uma data qualquer, e mesmo que seja apenas por mera curiosidade, anima- me a ideia de que tenho a quase totalidade do conhecimento da humanidade literalmente na ponta dos dedos. Se estivesse no início dos anos 90, teria de me levantar, ir a uma biblioteca, abrir uma enciclopédia, e acabava por ler uma explicação mil vezes menos informativa que qualquer artigo da Wikipédia . Hoje em dia, virou moda criticar a internet por ser viciante, por interferir com a nossa privacidade, por violar direitos de autor, etc. Eu reconheço estes defeitos, mas ao mesmo tempo, acho que dev ia haver mais otimismo. Entre 12000 a.C. e 2003, foram criados cinco exabytes de informação. Esta é a quantidade que hoje produzimos a cada dois dias. Será que quem critica tão ferozmente a net, estaria disposto a abdicar de todas as vantagens que ela traz à nossa cultura, comunicação, educação, da infinita quantidade de fontes de informação e, em especial, do entretenimento que ela nos proporciona?
Marc