Será o começo da obscuridade?
Estou a entrar na casa dos vinte anos e sinto que nunca fui capaz de apreciar aquilo que a vida me proporcionou e, por incrível que pareça, nunca valorizei as oportunidades que me ocasionaram de conhecer outras culturas e de desvendar diversas personalidades. Infelizmente despertei e refleti sobre estes factos por um motivo desastroso. O mundo e a maldade que nele subsiste obrigaram-me a valorizar aquilo que tenho e que posso vir a ter. Atualmente, sinto que vivo num mundo obscuro que está a criar seres humanos implacáveis e cheios de desumanidade. «Ato de violência contra um indivíduo ou uma comunidade». Foi com este desastroso conceito intitulado de TERRORISMO que vivi o meu dia de hoje ao ler as notícias pela manhã. Passaram pouco mais de quatro meses depois dos atentados em Paris e já estamos a viver novamente num ambiente de terror e insegurança constante: o pavor instalou-se, mais uma vez, na Europa, mais concretamente em Bruxelas devido às explosões no aeroporto e numa estação de metro. Várias foram as vítimas mortais, assim como os feridos. A minha questão assenta sobretudo no porquê de tudo isto: interesses económicos? Religião? Imposição? Incompreensão? Questão que não tem qualquer tipo de resposta, pois não existe justificação para toda esta irracionalidade. Somos todos diferentes, mas também todos iguais, somos todos seres humanos. De facto, este devia ser o pensamento de toda a humanidade. A Europa tornou-se um lugar inseguro e inconstante tal como todo o mundo. Parece uma guerra sem fim. A incapacidade daqueles que querem lutar pelo mundo pacífico torna-se evidente; a obrigação de crescer igual; o arrependimento é óbvio; e, viver com medo de nunca mais poder aproveitar a vida ou ter direito a ela é demasiado claro. Todas estas conclusões entristecem-me e torna-se inevitável não me questionar: ainda tenho muito para viver ou vou ser forçada a sobreviver?
Beatriz Correia Teixeira, 52791