30
Abr 13

Licenciatura em contagem decrescente

Com maio a dar ares da sua graça (último mês de aulas deste ano letivo),
dei por mim a pensar que estou cada vez mais perto do fim da licenciatura,
grau académico esse, que com a entrada em vigor do processo de Bolonha
passou de cinco anos de duração para apenas três. No entanto, penso que
seis semestres poderão revelar-se insuficientes no que toca à formação de
futuros profissionais, que a cada dia que passa têm de ser mais
polivalentes e multifacetados. O mercado de trabalho está cada vez mais
cruel e exigente, predomina aquele velho ciclo de “querem experiência e
conhecimentos, mas não nos dão emprego”, nem estágios desde que sejam
remunerados. Ora, muitos de nós vão terminar o curso com 20 anos ou pouco
mais que isso, será que em tão tenra idade temos condições psicológicas
para aguentar as exigências deste turbulento mercado profissional em que
teremos de lidar ou colocar em risco, por vezes, milhares que não nos
pertencem? Talvez não fosse assim tão negativo termos uma licenciatura que
durasse cinco anos, visto que, a esperança média de vida aumenta cada vez
mais e se deixássemos a Universidade com 23 ou 24 anos ainda nos restavam
bastantes mais até à reforma.

Nos dois anos que nos foram retirados os professores teriam muito mais
tempo para aprofundar matérias sem correrias, irem connosco ao terreno para
que aprendêssemos, não só ouvindo mas também mexendo, a trabalhar a nível
profissional e poderíamos passar por muitas outras cadeiras de interesse
para um curso tão abrangente como é o de Ciências da Comunicação. Se a
nossa licenciatura tivesse os cinco anos de duração até se poderia apostar
em estágios obrigatórios nos últimos dois ou três anos, a par das
disciplinas. Nunca seriam estágios tão exigentes a nível de carga horária
como será o que teremos no último semestre do nosso curso, mas dava para
pôr em prática a teoria aprendida e ir ganhando alguma experiência. Em três
anos, o máximo de prática que temos resume-se a trabalhos escritos,
apresentações orais ou edição e montagem de vídeos.

Educação Básica, por exemplo, aposta em estágios logo no primeiro ano do
curso. Os alunos ficam pelo Algarve em espaços que já têm acordos com a
Universidade e acompanham as aulas ao mesmo tempo.
Quantos de nós já estiveram numa redação de um meio de comunicação? Poucos,
certamente. Neste modelo imposto pelo Bolonha e no curso de Ciências da
Comunicação seria difícil conciliar a carga horária com formação
profissional, a par do que acontece em Educação Básica, mas se a
licenciatura fosse mais longa, acho que os alunos teriam a oportunidade de
ficarem melhor preparados para o futuro. Não havendo essa possibilidade,
colocaram-nos a fazer estágio no último semestre do último ano, em que a
maioria dos estudantes vai para fora do Algarve, e tem, ao mesmo tempo,
cadeiras para terminar na Universidade do Algarve. Estágio sim, uma vez que
nos irá servir para aplicar os conhecimentos adquiridos e adaptá-los ao
mercado de trabalho, mas – na minha opinião- com a duração de um ano e a
ocorrer numa época em que não tivéssemos que nos dividir entre aulas,
trabalhos e apresentações e trabalho profissional intenso.



Filipa Camacho (44539)
publicado por - fcar - às 15:35 | comentar | ver comentários (4) | favorito

O fundamento do meu ateísmo é um problema antimarxista, e isso aborrece-me

Há uma frase conhecida para os marxistas, capitalistas, interessados
em política e outros, com a qual muito me tenho debatido e me tem
retardado o sono nalgumas noites. A frase diz, e passo a citar:
"Problema teórico para o marxismo: porque a realidade não segue a
teoria? Um cérebro normal rejeitaria a teoria se ela não é compatível
com a realidade, mas o cérebro marxista não é normal: se a realidade
não confirma a teoria, pior para a realidade!". É um argumento forte.
Não só desconstrói a ideia de uma racionalidade superior no marxismo
como, de forma subentendida, deixa no ar a hipótese de os marxistas
sofrerem daquilo que em psicologia se denomina por dissonância
cognitiva. Sobre esta nuance não me alongarei, pois levanta questões
às quais provavelmente não saberei responder, mas a essência da ideia
anterior é que se a teoria não se coaduna com a prática, se não existe
uma materialização dos ideais, então de que vale defender algo tão
afincadamente e, além disso, fazer essa defesa como uma solução viável
para os nossos problemas?
Isto faz um paralelo intrigante com o meu ateísmo. Ser ateu, como
escrevi no "quem sou eu" que está disponível no repositorium, é mais
acerca de perceber e não querer acreditar do que não compreender a
liturgia que está escrita (posso, como já insinuaram, ser um amputado
espiritual ad eternum). Que relevância tem o referido problema nisto?
Explica a questão anterior. Porque o meu ateísmo é forte na mesma
medida que a Bíblia faz menção (e, para além disso, justifica pela
autoridade sobrenatural que nos controla) às piores características do
ser humano - aquelas que poriam Darwin a chorar por nos ter
"descoberto" assim - às calamidades que a Humanidade cometeu e às
ações horrendas que o que de mais perfeito existe, a outra suposta
"solução para os nossos problemas", executou e mandou executar. Então
pior para a realidade. Pior para quem tem de viver com esse fardo.
Pior para mim quando a razão do meu ateísmo atenta contra a estrutura
político-social que eu acredito que pode conduzir à normalização do
nível de vida da população ao invés do enorme fosso entre ricos e
pobres que hoje conhecemos.
André Santos, nº 45796
publicado por - fcar - às 15:29 | comentar | ver comentários (1) | favorito

"Recordações Saudosas"

Uma noite que relembra a tantos rostos, pais e avós, a revolução dos cravos. Já se passaram 39 anos, desde que, o povo saiu para a rua, juntamente com os militares em busca da sua liberdade e de uma oportunidade que iria mudar as suas vidas. A repressão e a autoridade vivida em outrora tinha sido substituída por uma liberdade e democracia que os portugueses agradeciam. Esta quarta-feira, dia 24 de abril, na emblemática Vila de Grândola viveu-se momentos de várias emoções, uma vez que Grândola serviu de palco para a canção ? Grândola, vila morena?, cantada por o revolucionário Zeca Afonso, esta assumiu um papel preponderante no momento da transição como uma segunda senha de sinalização da Revolução dos Cravos. Inúmeros grandolenses recordaram as experiências e as emoções que tiveram nesse dia, há 39 anos. A maioria recorda um passado em que a apreensão e a insegurança de um futuro incerto estava presente mas não esconde o quão importante foi e o quanto mudou a sua vida. Hoje em dia fazendo uma retrospectiva podemos presenciar algumas características desses tempos, se bem que, não é de uma forma limpa e transparente. Os mais novos, os filhos da revolução, procuram compreender e obter respostas do seu futuro, mas isso, é uma incógnita uma vez que os tempos são outros e falta o espirito crítico e ativo daqueles que podem fazer a diferença, aqueles que podem lutar para erguer um mundo melhor. Por isso penso, como será o mundo para nós, jovens, daqui a uns 20/30 anos? Não pensamos muito nisso a longo prazo, pensamos e analisamos um futuro mais próximo mas não somos capazes, de um modo geral, de tomar uma posição como há 39 anos um grupo tomou. O medo não os impediu de fazer algo que ajudou uma maioria. Mas hoje? Quantos de nós teremos essa atitude? Vontade não falta, mas o medo de hoje é um medo que acarreta muitas consequências. Mas acreditar que alguém tomará a iniciativa é uma esperança que ainda existe, pois, se os nossos pais e avós lutaram e acreditaram que conseguiriam alcançar um futuro melhor, para os seus, nós também temos a obrigação de o fazer. Pensar mais além do que nos focarmos só em nós. Tempos diferentes, realidades semelhantes e um mundo que precisa de intervenção rápida. Ana Gomes, nº44428

publicado por - fcar - às 15:27 | comentar | ver comentários (3) | favorito

Os trabalhos de grupo e o ensino universitário

 

 

                Enquanto escrevo este texto (e há tanto que ando para o escrever!) revejo a palestra de Susan Cain sobre os introvertidos, que incide sobre as implicações que ter uma personalidade desse tipo tem na vida dessas pessoas, desde a interação com outros seres humanos às dinâmicas de trabalho. Convinha que, antes sequer de considerarem o que vos proponho, me seguissem nesse exercício, que pelo menos vos porá a questionar alguns preconceitos. Para o efeito, podem clicar neste link. Para ser sincero, esta espécie de dissertação sobre o tema valerá por si caso apenas a percecionem dessa forma: como uma singela apreciação sobre alguns dos preconceitos que aceitamos quando consideramos os trabalhos de grupo. Valerá sequer a pena problematizá-los e pesar os seus prós e contras?

                Ponto de situação/declaração de interesses. A maioria das pessoas que vão ler este texto estão habituadas a fazer trabalhos de grupo, a cooperar, de facto, conhecem as vantagens em trabalhar - e, mais importante, pensar - coletivamente. Também em maioria estarão aqueles que têm doze anos de projetos de grupo (por ventura alguns, como eu, estarão com catorze). Numa questão lateral mas que para o caso se reveste de suma importância está o facto de eu, ao contrário de Susan Cain e de uma falange das pessoas que se revêm na sua palestra, não ser introvertido. Sou, por outro lado, um extrovertido seletivo, capaz de por metade de uma turma a rir e, ao mesmo tempo, permanecer na minha "quietude autista" por longos períodos de tempo caso assim o queira, leia-se, caso não me interesse interagir com quem me rodeia (ainda assim é pouco comum). E essa é, também, a minha declaração de interesses, pois não estou a encostar-me à teoria de Susan Cain para tentar levar a minha avante, antes considero que ouvi-la e entendê-la pode colocar o leitor num mindset necessário para a compreensão dos trabalhos de grupo e, quer-me parecer, aceitar o facto de, de ora em diante, eu não mais querer fazer parte deles (ou antes, tomar posição para que não os tenha de realizar).

                Parece-me importante considerar os trabalhos de grupo quanto mais não seja porque, como já referi, são presença constante nas nossas vidas académicas - e, por extensão, nalgumas profissões - e os temos como um dado adquirido. E se tal está em consideração, importa também conhecer-lhes as vantagens: promovem a cooperação, fomentam laços de união ao mesmo tempo que se partilham responsabilidades, e criam empatia funcional (colocam-nos no lugar do outro, ajudam-nos a focalizar um objetivo comum e correr atrás dele). São, sobretudo, referentes da "equipa", do "coletivo", da existência de um comportamento/linha orientadora que move um grupo de indivíduos. É lógico que estas são boas noções (pelo simples facto de sermos seres sociais - não na medida em que temos de ter muitos amigos e  ser divertidos mas sim pela ideia de que sem o "outro" nós não sobrevivemos), mas será que, volvido todo este tempo de formação, não estamos já tão mecanizados nestes princípios que a) não os levamos tão a sério quanto devíamos ou b) já são intrínsecos, já agimos instintivamente segundo eles? Ora segundo a minha experiência, as conclusões a que chego é que nem todos possuem estes referentes coletivos e nem aqueles que os têm abordam sempre os projetos coletivos com a empatia funcional com que deveriam. A juntar à equação estão os catorze anos de experiência que pelo menos os meus colegas têm de trabalhos de grupo. Já todos conhecem os princípios, já todos sabem que devem ser capazes de definir tarefas parcelares e cumpri-las (por forma a que o objetivo maior seja cumprido), já todos estão avisados que a partilha que se cria num trabalho de grupo implica, caso o seu trabalho individual não seja bem realizado, uma menor qualidade do produto final de todos. Se tal não se cumpre embora todos pelo menos tenham conhecimento do explicado acima, porque é que continuamos a insistir nos trabalhos de grupo?

                As ideias que movem esta minha objeção são sobretudo do foro pessoal. Sinto que, passado todo este tempo, me devem um tempo a sós. Devem-me um alívio da pressão que está subjacente a trabalhar em equipa. Confesso que, passados todos estes anos, sinto necessidade de experimentar algo diferente, exceder-me, perceber quais os recursos e ferramentas a que recorrerei no caso de ter que fazer apenas projetos a solo. Antes sequer de pôr em causa o suposto acrescento de dificuldade deste exercício, acho necessário ponderar a sua exequibilidade. Já se perguntaram com objetividade porque é que fazem trabalhos de grupo e não individuais? Imagino que, além dos fundamentos que já referi e que servem como base aos trabalhos de grupo, se lembrem de outras vantagens, como poder fazer trabalhos maiores em menos tempo, poder dividir as tarefas dos vossos projetos segundo as áreas em que os elementos do grupo são mais fortes e, num âmbito mais pessoal, poder estar com pessoas do vosso interesse, aquelas com as quais já construíram laços de amizade e por isso se sentem mais à vontade para trabalhar. Mas quando nos despimos das ideias feitas e nos pomos da perspetiva do professor, acho que deste lote extraímos uma grande razão que leva à escolha de trabalhos de grupo: corrigir menos trabalhos (às vezes por escassez de tempo, outras vezes por mero aproveitamento) mas mais desenvolvidos, à medida em que se alargam as tais competências. Sobre isto há duas questões prementes. Primeiro, não será que permitir a escolha dos mesmos grupos sempre subverte a lógica dos trabalhos de grupo? Quantos de nós escolhe quase sempre trabalhar com as mesmas pessoas? E, pensando um pouco mais à frente, será que a falta de tempo pode ser escolho suficiente para que cada um seja impedido de entregar e até apresentar o seu trabalho individual? É porque isso, creio, seria resolvido com algum planeamento: bastava que entre aluno e professor se estabelecesse um tema possível de ser analisado dentro de um limite de páginas/palavras e que com isso se apelasse à capacidade de síntese. Se por um lado deixávamos de trabalhar em grupo e quem não o sabe fazer nunca mais aprenderia (o mais certo é terem tido oportunidades e não as terem aproveitado), por outro estimularíamos algo que no nosso curso (e até noutros), dada a especificidade do mesmo, se preza muito - a capacidade de síntese. Quem está, como eu, habituado a escrever muito, teria é que, por ventura, ter uma tarefa suplementar: a de mondar texto para o adaptar ao acordado.

                Dada a explicitação do tema, deixo a proposta à consideração dos meus futuros professores. Que tal se me deixassem fazer trabalhos individuais no penúltimo dos meus seis semestres (o último será em estágio, ou seja, em grupo) em Ciências da Comunicação? Mesmo que nenhum dos meus colegas se reveja naquilo que escrevi, considerem pelo menos que, algures no leque dos alunos universitários que compõem a vossa universidade, existe um que está convencido que consegue levar o primeiro semestre de 2013/2014 a carpir as suas teses. A meu favor está a respetiva salvaguarda: a cláusula fantástica que diz que se correr mal só me prejudico a mim.

               

Nota final: Deixo bem claro no texto - e espero que todos o entendam desta forma - que a minha posição se deve a uma problematização dos trabalhos de grupo dentro do ensino universitário (tendo sempre em consideração que, durante pelo menos 12 anos, todos realizámos trabalhos de grupo) e não a qualquer quezília derivada da realização dos mesmos. Até ver, sempre fiz trabalhos de grupo com o mesmo interesse, afinco e motivação com que abordo os meus trabalhos individuais. A colocar-se uma hipótese, a que seria sensata e de acordo com a realidade seria a de que quem trabalha comigo é bem sucedido. E não é apenas o "Perspetivas" que o comprova, porque em abono da verdade, são mais de doze anos de trabalhos levados a cabo com múltiplas pessoas com as mais diversas personalidades.

André Santos, nº 45796

publicado por - fcar - às 15:12 | comentar | ver comentários (1) | favorito

Desvalorização artística

O estado da cultura em Portugal atormenta-me bastante. A grande maioria dos portugueses consome cinema e música estrangeira e esquece-se daquilo que fazemos no nosso país. Temos artistas nas mais diversas áreas que merecem todo o nosso apoio e admiração, mas, infelizmente, o seu talento é mais facilmente reconhecido no estrangeiro. Isso não é mau de todo, pois é ótimo ver talentos portugueses serem idolatrados além-fronteiras, mas e aqui? Não seria essencial serem idolatrados, primeiro, no seu país de origem? Quando o Fado foi elevado a Património Imaterial da Humanidade, todos os portugueses ficaram orgulhosos, é um género musical só nosso e vê-lo ser homenageado desta forma foi extremamente gratificante. Mas sejamos sinceros, quantos de nós ouvimos Fado diariamente? Que nomes, para além de Amália Rodrigues, Mariza e mais um ou dois, é que realmente conhecemos? Se vos falar de Ricardo Ribeiro, Marco Rodrigues, Pedro Moutinho e António Zambujo, diz-vos alguma coisa? Pela minha experiência, creio que não. Todos esses artistas, e muitos outros, são extremamente talentosos: tem vozes magníficas, as suas músicas são melodiosas e, noutros países, estiveram em primeiro lugar no top de vendas. Algo que aqui não aconteceu. Estes artistas vêm, dia após dia, o seu trabalho ser desvalorizado no país que os viu nascer. É triste. Eu sei que nem todos temos os mesmo gostos musicais, mas isso não nos impede de sabermos apreciar a boa música que se faz neste país. Não querendo restringir-me só ao Fado, existem muitos outros músicos, como por exemplo, Virgem suta, Dead Combo, Diabo na Cruz, que deveriam ser apreciados por todos os portugueses, mas mais uma vez são ?encostados a um canto? e ultrapassados nos tops por pseudoartistas como o ?menino de ouro?: Justin Bieber. Esta situação é, no mínimo, vergonhosa. Não me querendo alargar mais, nem vou falar do cinema, pois tinha argumentos para preencher mais uma dúzia de páginas. Só quero deixar aqui a minha palavra de indignação sobre este tema. Todos nós temos o poder para contrariar esta situação, basta defender todos os ?nossos? artistas e valorizar o que de bom se faz em Portugal. Marta Cascalheira nº43518

publicado por - fcar - às 15:09 | comentar | ver comentários (4) | favorito

Farense de volta aos campeonatos profissionais

Felizmente tive a oportunidade de presenciar no Estádio de São Luís o jogo que confirmou a subida do grande Sporting Clube Farense à segunda liga no próximo ano. O jogo com a União de Leiria teve um pouco de tudo. Estádio a abarrotar de gente, marcha emocionante do marcador, decisões muito polémicas da arbitragem e vitória do Farense. Espetacular. Após uma travessia do deserto, o Farense volta às competições profissionais. Foi fantástico o ambiente no estádio. Lugares sentados absolutamente repletos, muita gente de pé nas grades e até nos muros ao lado das balizas. Este é um aspeto a rever. Imaginem, se o Farense não tivesse ganho, o que seria da equipa de arbitragem que anulou três golos aos algarvios? Ainda assim, um dos árbitros auxiliares foi atingido com garrafas de água nas costas. Quanto ao árbitro auxiliar que acompanho o ataque farense na primeira parte, posso assegurar que ouviu das boas por anular dois tentos à nossa equipa. Admito que também o insultei como se não houvesse amanhã. Dois momentos de festa negados por uma bandeirola é sempre algo de frustrante. Ainda assim, não houve problemas entre adeptos. Foi fascinante ver o relvado cheio de crianças vindas do público a jogar à bola no intervalo do jogo. Quem sabe não estaria ali algum craque do futuro do Farense? Olhando para o futuro, será especial voltar a ver o Farense de volta aos escalões profissionais. Ainda não é a Primeira Liga, contudo é um passo muito importante para uma equipa que chegou a alinhar na 2ªDivisão Distrital na década passada. Até já faz relembrar os tempos áureos em que fui ver jogos do Farense na 1ªDivisão há uns doze anos atrás. No próximo ano teremos assim três clubes algarvios nos principais campeonatos nacionais. Além de Farense e Portimonense, há ainda o Olhanense, que se mantém entre a manutenção no escalão principal ou a descida para a Segunda Liga. É o regresso em grande do Algarve ao panorama futebolístico nacional. Vamos Farense!!!

 

Diogo Oliveira , nº44657

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30
Abr 13

30 anos Ovibeja

Terminou este domingo, 28 de abril mais uma edição da grande feira do
sul. Esta que foi a 30º edição decorreu entre os dias 24 e 28 de
abril, no parque de feiras e exposições em Beja, e contou com mais de
200 mil visitantes e cerca de um milhar de expositores. Este ano a
Ovibeja pôde contar com a presença de António Zambujo, Virgem Suta,
Buraka Som Sistema, Xutos e Pontapés e The Gift. Espetáculos que
tiveram uma grande adesão por parte dos visitantes que encheram o
pavilhão Arena Multiusos. A marca Ovibeja projeta-se através de muito
trabalho e persistência com vista a promover e divulgar os produtos e
serviços de excelência do setor agrícola e agropecuário. A Ovibeja é
uma feira diferente, sem preconceitos e de todas as idades. O evento
já se afirmou como uma expressão nacional de empreendedorismo e
inovação. Ergue-se com respeito à mais pura ruralidade, mas
constrói-se de modernidade, numa paleta de todas as cores.
A valorização da produção nacional foi revelada em várias abordagens,
com exposições, concursos, prova e venda de vários produtos, de entre
os quais se destacaram o azeite e o vinho.
Este ano o preço dos bilhetes individuais subiu para 7 euros, mas
ainda assim, Manuel Castro e Brito, presidente da Comissão
Organizadora da Feira e da ACOS- Agricultores do Sul, afirma que isso
não impediu que a feira tivesse a habitual afluência de pessoas vindas
de todos os recantos de Portugal e não só. O balanço é positivo e
Castro e Brito afirma ainda que as expetativas para as próximas
edições, são as melhores.

Ana Rita Sousa
44582
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17
Abr 13

Ensino Superior: para todos ou para ninguém

Na passada terça-feira, dia 16 de Abril, realizámos o 4º debate do “Perspetivas” em que o tema foi as “Praxes: que propósito se cumprem?”. O debate teve a participaçãomais alta de todas até então e considero que foi um sucesso, com boas intervenções tanto de discentes como de docentes da Universidade do Algarve.
No entanto, houve uma declaração que me marcou e é exactamente para responder à mesma que agora escrevo.
Na intervenção em questão, numa altura do debate em que se enfatizava a questão do traje académico e se estecontribuía ou não para o fim das desigualdades entre estudantes, a participante afirmou que não considerava que toda a gente deveria ter acesso ao ensino superior. Ora, eu não poderia estar mais em desacordo.
Um dos argumentos utilizados foi o de que nem todos nós podemos ser engenheiros, médicos, jornalistas, etc. Bem,apesar de ter dito que estava em desacordo com a suaopinião, vou ter de concordar com esta premissa.
Infelizmente, o mercado de trabalho não consegue absorver os licenciados de todas as áreas disponíveis em Portugal e, por razões óbvias, isso faz com que muita gente acabe em áreas que simplesmente não são as que pretendia. Utilizando o meu próprio caso, quando terminei o 12º ano de escolaridade também me vi confrontado com a impossibilidade de escolher aquilo que mais gostava. Posso garantir que, se o mercado de trabalho fosse ligeiramente diferente, eu trocaria num abrir e fechar de olhos a minha universidade, o meu curso e até os meus colegas para estudar e trabalhar na minha área predilecta. Mas, de facto, nem todos podemos ser engenheiros, médicos, jornalistas, etc.
Atenção que não me quero apresentar simplesmente como uma pobre vítima do sistema. Sempre fui um aluno medíocre e com muito pouco para contribuir para a sociedade em termos académicos, por isso é normal que não consiga atingir tudo aquilo que idilicamente gostava de cumprir. Além disso, e perdoem-me a franqueza,dureza e arrogância das palavras, sempre vi pessoas com ainda menos capacidades que eu no ensino superior e que certamente também não vão atingir o que pretendem. Mas reparem, nem por um segundo considerei que não tinham motivos ou, pior ainda, direito de prosseguir os seus estudos e que devessem ter ficado pelo ensino obrigatório.
Será que todos nós, que nos pautamos pela mediocridade, se estivéssemos a trabalhar (num trabalho equivalente à nossa capacidade) e deixássemos os estudos para quem é, realmente, excepcional não faríamos melhor? Não, digo-vos. Mil vezes não!
Durante muito tempo se lutou para que o ensino superior deixasse de ser só para uma elite e fosse completamente acessível a todos, e mesmo assim isso ainda não foi cumprido totalmente. Defender algo como isto, de que o ensino superior não é para todos, é simplesmente desejar que se perpetuem as desigualdades numa sociedade que é fortemente assombrada pela existência das mesmas.
O ensino superior é um espaço de formação individual e colectiva que transcende, e em muito, a aprendizagem de um ofício específico (engenharia, medicina, jornalismo, etc.). O ensino superior é a criação de uma oportunidade para qualquer pessoa, sem excepção.
Aliás, não há nenhuma razão, para além da escolha estritamente pessoal, aceitável para a não ingressão no ensino universitário. Creio que a mesma interveniente disse que também não poderíamos ter atribuição de bolsas para todos os estudantes, mas não querendo estender sobre o assunto, quero dizer apenas que se não é atribuída bolsa de valores a toda a gente, então devia sê-lo e o quanto antes!
Concluindo, o problema não é tirar um curso e acabar a trabalhar numa área diferente, o problema é acabar com um emprego precário e extremamente mal pago. Com os sonhos desfeitos podemos nós bem, com a ausência de condições dignas e de um futuro é que não.
Ricardo Martins
Nº 44524
publicado por - fcar - às 21:01 | comentar | ver comentários (5) | favorito
17
Abr 13

dia aberto

Realizou-se, na passada quinta feira, por toda a Universidade do
Algarve, o dia aberto, após dias de preparação de atividades que
tinham em vista a receção de alunos do ensino secundário de todo a
região algarvia.
Considero iniciativas como esta de grande importância, uma vez que
poderão, em parte, ajudar-nos na hora de tomarmos uma decisão
acertada, no que ao nosso futuro académico se refere.
Digo isto, pois, enquanto estudante, tive algumas incertezas na hora
de escolher qual o curso que melhor se adequava às minhas perspetivas
e ambições profissionais. Porém, não me foi oferecida a oportunidade
de descobrir e ouvir os testemunhos daqueles que já se encontram a
frequentar o ensino superior.
Ver colegas nos corredores a guiar os estudantes, bem como esclarecer
as dúvidas de alguns destes, foi uma experiência bastante positiva,
que considero que deveria estar ao alcance de todos
nós.
Qual a tua opinião sobre este projeto?
Contaste com oportunidades deste tipo enquanto estudante do ensino
secundário?

Maria Vieira, 44844
publicado por - fcar - às 10:24 | comentar | ver comentários (12) | favorito
15
Abr 13
15
Abr 13

About wealth and poverty

We often see announcements in the social networks, in which people ask for financial help. They need money for healings or some special medical treatment, they need money for needs of their children or pets... What matter is, that it works, and people help. I already saw some “happy-end” pages of facebook, where the last message is something like “Surgery went good, the girl is getting better, many thanks to each of you who helped”. This is just a small example of how society of nowadays is working. And I don’t even speak about volunteering works. People use all sources to help and get a help when they need it. A British newspaper “The Guardian” published a material on January 2013. The lead says «Charity says $240bn amassed by 100 richest people last year would be enough to end extreme poverty four times over”. Read it again. And again... Yeah, that’s right. If only 100 richest men give up from 1/4 of their incomes of last year only, the world would not have extremely poor people, who live for less than 1 dollar per day. I understand, it sound like a happy fairy tale, but just imagine, for a second, how great it would be. And I am pretty sure, that riches with their “annual salary” can manage to survive one year with such “cuts”. Understanding, that it’s endless topic and the world was and always will be consist of rich and poor doesn’t make it easier to accept. Why, knowing that this money could let millions of people to survive and live a better life, they just keep filling bank accounts or buy castles, in which they don’t even stay due to the lack of time? I don’t understand, why they need all this, if after 30-50 years they gonna die? To how many generations they want ensure a golden future?  Well, probably it is very naive, but I am still wondering, if people that I mentioned in the beginning, help each others, by sharing the money of an ordinary salary, how big can be a impact of the top100 men?  

 

Tatiana Bogomazova №48740 

publicado por - fcar - às 17:24 | comentar | ver comentários (2) | favorito