16
Dez 12

Porte de arma: direito ou irresponsabilidade

Na passada sexta-feira, 14 de Dezembro, a pequena cidade de Newton, nos Estados Unidos foi palco de um violento ataque. Cerca de 27 pessoas morreram, quando Adam Lanza, de 20 anos, entrou forçadamente na EscolaPrimária de Sandy Hook e iniciou o massacre, disparando aleatoriamente entre professores e alunos. 20 crianças, entre os cinco e sete anos de idade, sucumbiram à loucura de Adam e de acordo com o testemunho de Wayne Carve , o médico legista encarregue da difícil tarefa de realizar as autópsias das vitimas, muitos dos seus pequenos corpos receberam mais do que um tiro.
Mais um na longa lista de eventos trágicos causados pela falta de controlo da posse de armas por parte do governo americano. Para o cidadão americano quepretenda adquirir uma arma, basta sair de casa e dirigir-se ao seu hipermercado de preferência. É tão simples como isso. A legislação é fraca e a prova dessa fragilidade, sãotodos os que têm morrido em nome da preservação do indiscutível direito de portar armas! Esse é o direito que deve ser defendido, com unhas e dentes e se possível umaGlock, não o direito á vida. Ainda os corpos se encontravam a ser levados para morgue, ainda as balasexalavam calor através dos ferimentos, quando o Diretor Executivo da Gun Owners of America , uma associação defensora da armas, decidiu, numa declaração, afirmar que o sangue daquelas crianças inocentes esta nas mãos nos que apoiam o controlo, naqueles que permitiram a instauração da lei que bania armas na escolas , porque se os professores tivessem armados poderia ter salvo todos os meninos e meninas que perderam a vida neste trágico evento.
Como é que alguém e capaz de dizer algo? Como é que alguém consegue ser tão desrespeitador? A resposta está na ignorância crónica e a falta de humanidade que hoje em dia afeta muitos, e que comanda este mundo para destruição. Senhor Presidente Obama, creio este é o momento certo para subir ao palco e honrar as almas perdidas.
As minhas condolências aos familiares e amigos das vítimas do atentando a Escola de Sandy Hook.


Rosa Teiga nº42171
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16
Dez 12

Cuidados para morrer?

Um dos assuntos de maior destaque, nos últimos dias, prende-se com a denúncia feita através de uma grande reportagem da TVI sobre um lar ilegal na Quinto do Conde. «Idoso-24» um nome que pressupõe cuidados contínuos aos idosos sem nunca colocar em causa a sua dignidade. A verdade é que as imagens falam por si. Idosos portadores de doenças crónicas sem alimentação, higiene ou medicação cuidada, despejados em sofás imunes a todo o tipo de perigos pagando uma mensalidade sempre superior a 500 euros. Chocou-me ainda mais o à-vontade com que o proprietário expôs o seu lado à comunicação social, dando a entender que aquela instituição era uma espécie de paraíso à face da terra. A Segurança Social, há uns meses atrás, segundo soube, mandou fechar o lar por falta de condições, no entanto, o proprietário decidiu continuar com as portas «abertas». Até onde é capaz de ir o ser humano para satisfazer os seus interesses? Ou melhor, porque não houve, por parte da Segurança Social, uma vigilância para perceber se o despacho de encerramento havia sido cumprido? Creio que esta entidade pública serve para salvaguardar o bem-estar da população, entre muitas outras coisas. E onde estavam as famílias? Não se preocupariam, já que não lhes era permitido entrar nas instalações, perceber o que se passava dentro daquelas quatro paredes? Um abandono geral que acaba com a pouca vontade que há em viver. Com um gradual aumento da população envelhecida em Portugal haverá, no futuro, condições reais para cuidar dos nossos idosos?

André Palma nº 45218
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14
Dez 12
14
Dez 12

Manifesto a favor do tempo


​É engraçado como, um ano volvido, outro teste comece com outra hora de atraso. Mas mais engraçado é que nesta denúncia de "engraçadismo" resida uma subtil perversão: ninguém consegue escapar a ela, nem os seus principais opositores - Ouviu Pacheco Pereira? Agora que o relógio marca as 11h30, dou por mim a repensar todos os passos que dei até chegar cá; o caminho não é longo, mas juntando cada passo, consegue-se um conjunto de eventos completo. O primeiro começa no dia anterior, quando já tudo está perdido. Ainda assim, resolvemos manter aquela réstia de dignidade e arrastamo-nos para um penoso estudo, já derrotados; sabe bem melhor ouvir outra música. Tento-me deitar a horas pois, dadas as circunstâncias, convém ter a cabeça fresquinha e honrar certos princípios: bem se sabe que os portugueses não podem ser britânicos, mas ao menos não temos a arrogância de não tentar chegar a horas.
​Quando, cerca das 8h30, me levanto ao som de um despertador em crescendo, percebo logo que é impossível evitar pensar na professora. Virá, segundo consta, tão esbelta e aprumada como sempre, e trará nos lábios palavras doces que nos ensinam a pensar sobre palavras. Eu não sei se o carisma é autoatribuído, mas imagino que não seja fácil chegar a este patamar. Ao longo de dois semestres, nós aprendemos a tolerar o intolerável, sendo que em primeiro plano nem estão desculpas de mau pagador, antes silenciadas. O problema é levantado até chegar ao ponto de ninguém saber a que horas se entra, por isso, entra-se a qualquer hora. Porque tinha começado esta inscrição no muro das lamentações com a tónica na reincidência, vale a pena avançar que foi o silêncio arma suficiente para que uns se calassem. No fundo, todos vivemos amordaçados por estatutos presunçosos (e presunçosos estatutos) e, na hora da verdade, poucos são aqueles que se erguem perante as injustiças. Bem lá no fundo, professora, é-nos mais útil para os pretensos estatutos - e para, por maquiavélica hipótese, não atentarmos ao seu - olharmos para um lado mais próximo, um que nos é mais comum, aquele sobre o qual não devem recair desculpas. Afinal, o Ernesto e a Rute sabem que têm de chegar a horas. De facto, por muito longe que vivam, podem sempre acordar mais cedo, tomar o pequeno almoço mais cedo, não olhar para os programas da manhã - ou, por outras palavras, mandar lixar de novo a dieta milagrosa patrocinada pelos nossos irmãos de sempre - e, por respeito a um próximo tão próximo, respeitar um horário. Na verdade, este próximo está tão próximo que a sua ausência e posterior chegada tardia (10, 20 mins depois) nos é prejudicial: o barulho das cadeiras irrita, ele provoca distúrbios, toda a gente dá por ele. Mas o próximo hermeticamente coberto pelo estatuto "da nossa conivência" tem outros direitos - que não se compadecem com certos deveres - e sobre ele, curiosamente, não recaem tais considerações. A sua presença, como que por magia, deixa de ser necessária para que se deem início às hostilidades. ​​​
​Quando se abandona uma sala para, (entre aspas), não permitir o recurso a apontamentos num teste sem consulta, um gajo espera que isso seja uma piada, e por isso fecha os olhos, recorda-se do pouco tempo que falta para acabar. Mas, embargos às consciências, só os Estados Unidos os podem fazer -e apenas em sede própria! - e, por isso, imediatamente se torce o nariz. Achamo-nos uma marioneta das provocações disfarçadas de tentativas de motivação que nos são disparadas e, só por isso, não engolimos em seco. Preferimos acreditar que o tal estatuto encerra uma preocupação pelo outro, o mesmo que deve achar mal outro atraso num teste. Bem sei que o Natal dos Hospitais é cheio de brilhos e pozinhos mágicos, mas a realidade pinta-se de tons de cinzento: quando chega a hora de perguntarmos porquê, sentimo-nos melindrados. Porquê? Porque é que hei de ter medo de atentar contra um pretenso direito? Porque é que me devo calar quando as desculpas são tentativas de "engraçadismo"? Um gajo pergunta-se.
​Mas mais uma vez, custa a crer que isto passe pelos pingos da chuva. Custa a crer que a minha turma seja constituída por uma camada amorfa... custa a crer que a tenha de apontar como a minha turma quando nunca a escolhi. Custa a crer que as palavras com lisura não levem a atos que defendem certos preceitos/atitudes. E enquanto se ouve mais uma piada que glamoriza uma certa ignorância - que, como a sabedoria, se cultiva, se cristaliza - não consigo deixar de pensar quem estaria a trair se ficasse calado. Eu mesmo. A questão que fica e que deixo para reflexão é: porque raios me devo submeter a certas regras tácitas quando aquela que está no papel não é cumprida? Será condição apenas informal que tenhamos uma noção justa de tempo?
​Nunca é fácil, mas às vezes o primeiro passo só pode ser dado por nós. Em nós - não se enganem, é apenas em vocês e não em conjuntos de individualidades - que está a gazua que abre um desfecho mais justo (alguns entenderão "favorável", mas esses serão os mesmos que lerão o texto e não perceberão o seu real alcance). Tomo, portanto, a decisão de entregar uma folha limpa, não conspurcada, inviolada, sem esboçar a nota que me garanta uma passagem pela porta pequena. Sei que é uma decisão arriscada, mas não se preocupem, será uma decisão (essa sim) favorável. E, assim aludindo a um desrespeito intolerável, vou ousar tirar uma nota que prove de uma vez por todas que a) nem todas as opiniões interessam e b) os exames não são difíceis, constituem é trabalho suplementar.
​​​​​​​​​André Santos, nº 45796
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11
Dez 12
11
Dez 12

Eleições Esec

Realizaram-se, hoje, as eleições para a direcção da escola de superior de educação e comunicação, após uma semana de forte campanha eleitoral, protagonizada pelos membros António Guerreiro, acompanhado pelo professor António Lopes versus Aurízia Anica.
Como membros da comunidade académica da ESEC penso que esta matéria seja importante pois marcará o futuro desta nossa escola. Eu acho importante pois vão ser tomadas decisões acerca dos cursos, criação e extinção dos mesmos, a melhoria das condições das instalações eequipamentos são assuntos importantes que serão decididos pelo candidato vencedor.
Contribuíste com o teu valor cívico?
Qual é a tua opinião em relação a estas matérias?

Sara Machado Nº44351
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09
Dez 12

Feliz capitalismo

E aqui está o frenesim da única, não digo mês, mas semana do ano onde a bondade paira no ar… falando de generalidades. Um brinquedo do Ruca, um vestido ‘pra menina que já tem falta de cruzetas, um jarro para guardar na última prateleira…uma imensidão de inutilidades que se tornaram imprescindíveis naquela noite do ano. A ideia introduzida inicialmente pela Igreja foi completamente deturpada por, quem mais seria se não, o sr. capitalista. Aliás, não duvido que muitos dos presenteados não tenham sequer o mínimo conhecimento da aceção religiosa dessa data… Rucas em todo o lado. Não censuro quem o faz… Podem-me oferecer presentes o ano todo. Mas especialmente nessa data, porquê? É apenas a reflexão sobre uma sociedade manipulada consumista que me faz confusão. É quase como uma obrigação social. E de obrigações estamos nós (eu) fartos. E arrisco mais ao falar na hipocrisia que se vê. Não será com intenção, mas o sentimento de entreajuda aparenta surgir apenas com a vinda desta festividade, no geral. Doam-se mantimentos…As guerras cessam… A comunidade fica sã uma noite. Ninguém come só uma noite. Contudo, não deixa de ser bom ver pessoas felizes, coexistirem sem tensões, com mais uns tostões (e outros menos) … Isso pode ficar.

Inês vairinhos nº45953
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Crise para todos ou só para alguns?

O Natal aproxima-se!
Houve-se falar imenso na crise, na fome, nas dificuldades económicas, no desemprego, ficoseriamente, estupefacta quando vou a uma superfície comercial e, em qualquer dia de semana, me deparo com as lojas repletas de gente carregadas de sacos e embrulhos. Fico a pensar, será que a crise é para todos, ou só para alguns? Sei que estamos em época natalícia e posso dizer que é a época que mais adoro, mas há que ter consciência que os bens materiais, nesta altura tão apertada, são desnecessários e que o mais importante é estarmos com a família e junto das pessoas que mais gostamos e sentimos grande afeto. Não interessa se há ou não prendas, o que importa é a saúde e o convívio entre todos. Há que haver uma grande reflexão sobre tudo isto porque, realmente, o ano que se aproxima ainda nos vai trazer mais austeridade, por isso antes de comprarem prendas para a amiga/o, vizinha/o, cão, gato, etc. pensem que esse dinheiro vai fazer falta, ou então, se fizerem mesmo gosto em comprar uma lembrança para alguém especial, escolham algo mais em conta ou fabricado em Portugal para ajudar a economia do nosso país! Lembrem-se que mais vale poupar que remediar!
Leonor Coelho 46073
publicado por - fcar - às 16:54 | comentar | ver comentários (7) | favorito

Educação sem noção

Como muitos já terão ouvido falar, o ministério está a considerar cobrar propinas aos estudantes do ensino secundário público. Achei que a crise não iria fazer os governantes descer tão baixo. Parece que me enganei.
Ao que parece, esta é a solução mais fácil, visto queentre as duas áreas em que o governo tem que cortar - a educação e a saúde - é mais fácil cortar na educação, pois a constituição proíbe o governo de fazer os cortes desejados na saúde.
Que vergonha de país a que chegámos. Não só é o ensino secundário obrigatório (até aos 18 anos ou 12º) mas como se pressupõe que o ensino público deveria estar isento desses pagamentos. Há muitos países cujo ensino superior -também público - é igualmente gratuito, mas, enfim, é de Portugal que falamos...
Já com os sacrifícios feitos por várias famílias portuguesas em relação à crise, havendo já vários estudantes que só conseguem dinheiro para livros em segunda mão (e mesmo esse dinheiro à custa de cortes noutras coisas que eram se calhar também precisas), que é que haverão os estudantes de fazer? Chumbar constantemente o 9º ano até fazerem 18? Mas se cada vez mais há um facilitismo em passar alunos! Cortar mais nas despesas? Onde? Já se cortou em tudo lá em casa...
A verdade é que há cada vez mais alunos com um baixo nível de literacia ou pouca compreensão gramatical no ensino superior. E o governo, em vez de apoiar programas para baixar estes níveis, ou faz legislações para ajudar alunos "baldas" a passar com facilidade, ou faz coisas como exigir propinas a famílias carenciadas, cujos filhos apenas estão no ensino superior por ser agora obrigatório. Se noutro país qualquer se ouvisse uma notícia deste género, muitos se levantariam e mostrariam ao governo a Carta dos Direitos Humanos, onde diz que "A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório"(Artigo 26.1). Mas enfim, estamos em Portugal. Ás vezes pergunto-me até se o governo cria esse facilitismo por querer cidadãos burros...

Sara Ruas, nº45110
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09
Dez 12

A falsa solidariedade do Natal

O Natal está à porta e com esta época surgem-nos as, já tradicionais, campanhas de solidariedade. O que muitos não sabem é que muitas destas campanhas ajudam-se mais a si próprias do que à verdadeira obra de solidariedade. Vejamos o exemplo das chamadas: cada chamada custa por norma 60 cêntimos mais IVA, um total de 73,8 cêntimos. Desde valor por norma só uma parte chega à instituição, já tenho visto anúncios em que 50 cêntimos vão para a instituição após uma chamada, pergunto pagamos quase o dobro porquê?
O mesmo vejo nos livro das Leopoldina,Popota e afins. Apenas metade ou menos ainda reverte a favor da obra ou caridade anunciada. Considero isto um roubo da solidariedade de Natal. Compreendo que as pessoas se sentem mais motivadas porque ficam com alguma coisa ( no caso da Popotae Leopoldina um jogo, livro ou cd de músicas), contudo a todos os que compram este tipo de produtos pergunto: quer mesmo ajudar? Se respondeu sim, contribua com uma transferência bancária diretamente para a instituição, cada um dos cêntimos que deu vai chegar lá, não vão ficar perdidos no caminho entre impostos, pagamento de anúncios televisivos ou então na produção de bonecos ou objetos a que não damos o mínimo valor.
Sejamos todos solidários conscientemente, vamos oferecer do coração sem alimentar as enormes cadeias de supermercados que lucram com algo que dizem ajudar e sem pagar impostos quando o que queríamos era mesmo era ajudar com todo o pouco que podemos.

Dulcineia Dias 44934
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08
Dez 12

Corrupção em Portugal

​Há uns dias atrás, foi divulgado o Índice de Perceção da Corrupção 2012, estudo desenvolvido pela Transparency International. Os resultados evidenciam um Mundo corrupto, onde dois terços dos 176 países classificados obtiveram uma nota negativa (a escala vai de 1 (muito corrupto) a 100 (muito limpo)).
​Sem surpresas, Portugal obteve o 33º lugardo ranking, com um score de 63. Comparativamente aos países da União Europeia, Portugal é dos piores classificados, apenas alguns países de Leste, Grécia, Itália e Malta apresentam-se com scores inferiores.
​É um dado alarmante, ainda para mais devido à conjetura atual do país. A corrupção em terras lusitanas tem aumentado de ano para ano (só nos últimos 10 anos, descemos, aproximadamente, 10 lugares no ranking).
​Perante estes factos, só temos de pressionar os governos a legislar medidas anticorrupção. Porém, é muito difícil e isto porquê? Porque existe uma grande promiscuidade entre o setor público e privado. O Parlamento é uma central de negócios. Basta olhar para casos como a Expo 98, a Ponte Vasco da Gama, entre outros negócios em que o lesado foi o Estado.
​É curioso verificar que muitos dos ex-ministros, nomeadamente o das Finanças, e ex-secretários de Estado encontram-se atualmente nas grandes empresas privadas que são financiadas pelo Estado.
​Dito isto, o enriquecimento ilícito devia ser criminalizado, assim como a gestão danosa de dinheiros públicos.
Pedro Cardoso, nº 44525
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08
Dez 12

Condicionamento Operante

O princípio é bastante simples, consiste em manipularmos o meio
que nos rodeia de modo a saciar as nossas necessidades, sejam elas quais
forem. Mas será que este princípio funciona do modo inverso? A manipulação
do meio de modo a manipular os nossos comportamentos e até a forma de
saciarmos as nossas necessidades?

A resposta é sem qualquer tipo de dúvida afirmativa, hoje em dia
é possível verificarmos que isso se concretiza no nosso quotidiano,
começando na publicidade pela qual somos bombardeados de forma incessável, e
acabando nas coisas menos óbvias como o comportamento de outra pessoa, um
amigo ou uma namorada e o efeito que esse comportamento tem sobre nós. Esta
questão do condicionamento operante é no final de contas uma forma de
comunicação muito subliminar que faz alusão à nossa condição mais basal
enquanto seres humanos.

O funcionamento do condicionamento operante consiste no
«reforço» e na «punição», e dentro destes, temos o «reforço positivo» e
«negativo» e a «punição positiva» e «negativa».

O objetivo do reforço é sempre reforçar um comportamento desejado. Através
do reforço positivo acrescenta-se algo no ambiente do destinatário que
funcione como recompensa para que o sujeito perceba que agiu bem e que se
repetir este comportamento será reforçado novamente. (ex. Palmadinha nas
costas, ou oferecer algo a alguém em forma de recompensa)

O reforço negativo também tem como objetivo reforçar comportamentos, só que
ao invés de acrescentar algo no ambiente do sujeito, retira. (ex. Alguém que
se sinta incomodado por algo que esteja no seu ambiente. Para reforçar um
comportamento, esse algo é retirado para que o sujeito perceba que agiu bem
e que só existe benefícios na prática desse comportamento.)

A punição pugna pelo mesmo princípio mas com uma particularidade, tem como
objetivo obter um comportamento mas também tem o objetivo de apagar
comportamentos. Através da punição positiva, acrescentamos algo no ambiente
do sujeito de modo a obtermos um comportamento. (ex. Os carros que apitam
quando o cinto não está colocado. O apito funciona neste caso como punição
positiva. O cinto uma vez posto cala o apito, passamos assim de punição
positiva para reforço negativo.)

Punição negativa consiste na remoção de algo no ambiente do sujeito para que
este perceba que agiu mal. (ex. Retirar a consola a uma criança devido ao
seu mau aproveitamento escolar.)

Após este apanhado (relativamente) breve sobre o condicionamento operante,
vamos tirar uns minutos para pensar neste princípio behaviorista aplicado à
escala global.

Os media fazem enumeras apropriações deste princípio (nunca esquecendo
também as nossas necessidades sociais), principalmente na publicidade
(priming) em que nos empurram na direção dos seus produtos, recorrendo ao
fator «uau».

«Somos um produto do nosso próprio ambiente» e agora finalmente estamos a
aprender a manipular esse ambiente de forma a que sejamos um produto
pretendido e controlável.

Poderá ser a condição humana uma busca constante de reforço positivo?



Marco Silva 45212
publicado por - fcar - às 20:02 | comentar | ver comentários (2) | favorito