Justiça, por fim
de maio, condenado
a 50 anos de prisão efetiva pelos crimes cometidos na guerra civil na
Serra Leoa,
ocorrida entre 1991 e 2002. A leitura da sentença decorreu no Tribunal
especial das
Nações Unidas para a Serra Leoa, descrevendo o juiz, durante a mesma,
os crimes de Taylor
como os «mais abomináveis» de toda a história da Humanidade.
Apesar das insistentes clamas de inocência por parte do antigo
Presidente, parece que foi
por fim feita justiça a um homem responsável por uma série de
horrendos crimes de guerra,
que foram desde assassínios a violações, passando pelo recurso a
soldados crianças.
Dezenas de milhares de pessoas morreram na Guerra Civil da Serra Leoa.
Para além do elevado número de vidas perdidas, a maior lamentação a
ser feita é a de que
em outros casos semelhantes, não tenha ocorrido o mesmo tipo de
justiça, nem tenham sido
devidamente responsabilizados os principais culpados. A morte e a
guerra constituem um
vírus crescente, que alastra o mundo de uma ponta a outra, pelas mãos
de quem, sem
misericórdia nem compaixão, mata indiscriminadamente, levando
cruelmente seres humanos
inocentes, ao mesmo tempo que destrói famílias inteiras, sem lugar a
escrúpulos nem
piedade.
Está ainda em aberto a possibilidade de que Charles Taylor recorra
desta decisão
judicial. Caso a condenação se confirme, a pena será cumprida no Reino
Unido, pois foi
esta a condição que o Governo holandês apresentou para que o
julgamento pudesse ocorrer
em Haia, visto que a região da Serra Leoa seria um local demasiado
instável para um
julgamento deste género.
André Jesus
Nº 41783