Amizades
As amizades que fazes na Universidade são para a vida! No outro dia, deixei-me ficar comigo mesma e perdi-me por segundos. Deixei-me render pela imagem maravilhosa que me rodeava. Estava cercada de pessoas com quem possuo uma relação muito forte. Por alguns instantes deixei de as ouvir, e reparei em cada uma delas, absorvi cada detalhe seu, e deu-me uma vontade enorme de sorrir. Sentia-me em casa, e isso, ao mesmo tempo que me reconfortava, deixou-me estupefacta. E foi nesse momento, que me perdi no abismo do meu próprio pensamento e as perguntas começaram a emergir: Quando é que criei um laço tão forte com estas pessoas, a quem, agora, chamo tão carinhosamente de amigas? Como é que isto aconteceu? Em menos de um ano criei amizades tão intensas, tão sólidas, que por vezes fazem-me acreditar piamente em reencarnação. É como se cada uma de nós tivesse um pouco da outra dentro de si, como se já nos conhecêssemos de outras vidas. E isso é tão estranho. O facto de ser capaz de ser totalmente eu, sem esconder nada, de conseguir abrir-me: contar segredos, mágoas, tristezas, frustrações, a pessoas que só conheço há um ano assusta-me. E com o passar do tempo os nomes que repetia constantemente em casa, passam a ser substituídos, constantemente, pelo delas. Não que eu me tenha esquecido dos outros, isso nunca, simplesmente porque, sem eu dar por isso, cada uma delas foi ocupando um lugar muito especial na minha vida. E de repente, oiço risos que me puxam para a realidade que me rodeia e sorrio. Não pela piada que foi contada, mas pelo facto de aperceber-me que o louco que disse que as amizades da universidade são para a vida, é o louco mais sábio do mundo. Isarina João, 47410
