A Cortiça
A cortiça, proveniente do Sobreiro, é um material quimicamente inerte, flutuante que possui uma baixa densidade, é elástico, impermeável, quer a nível gasoso quer a nível líquido, por consequência também acaba por ser um material vedante. É um isolante térmico e elétrico, e um absorvedor acústico e de vibrações. Possui também uma alta resistência à fricção.
A cortiça é um material anisotrópico (uma característica que a substância possui, em que as suas propriedades físicas variam consoante a sua direção), onde se podem encontrar três direções diferentes:
Radial – Paralela aos raios da árvore;
Axial – Direção vertical na árvore;
Tangencial – Perpendicular às outras duas (radial e axial), tangente à circunferência da secção da árvore.
No entanto, a anisotropia da cortiça, quando esta é utilizada na construção, por exemplo, deixa de ser sentida/notável, devido à necessidade de haver uma aglomeração da mesma, de modo que esta seja propícia para essa utilização.
A cortiça é um produto que, ao ser extraído, promove uma maior fixação de Dióxido de Carbono (CO2), sendo assim um material “carbono neutro”, quer no seu processamento, quer na sua decomposição. Dessa forma, possui um “footprint” ecológico negativo.
É um promotor da sustentabilidade, por ser um material renovável e de longa duração. Quando a reutilização do material deixa de ser possível, este pode vir a ser transformado em pequenos grãos, que serão utilizados em outras áreas, como por exemplo, na construção. Dessa forma, a matéria-prima não é desperdiçada em nenhuma etapa do seu tratamento.
Em Portugal, existe uma variedade de comércio proveniente da cortiça, devido às vastas plantações de sobreiros que existe no país, desde roupas a itens de decoração. Apesar dessa grande produção de produtos, é das poucas matérias primas que possui uma pegada ecológica neutra.